sexta-feira, setembro 30, 2005

A Verdade em balões de gás.



Esta é a imagem mais bonita que eu vi na internet em anos. Representa ao mesmo tempo o ponto mais baixo que uma ideologia enlouquecida pode chegar em tentar aprisionar o espírito humano e quão alto este mesmo espírito pode chegar para tentar recuperar sua liberdade.

A imagem vem da fronteira entre as duas Coréias e mostra alguns desertores do regime Norte-Coreano tentando espalhar a Palavra de Deus de volta ao seu país da única maneira possível: amarrando folhas da Bíblia em balões que são soltos para o outro lado da fronteira.

É improvável que outra imagem tão cheia de esperança e verdadeira solidariedade possa revelar subliminarmente o nível de brutalidade de um regime totalitário.

Nos sentimos chocados quando vemos as imagens de sofrimento físico (tortura, agressões e mesmo assassinato) contra inocentes civis nestes regimes, mas a tentativa de controle do pensamento, do espírito humano pode ser ainda mais dolorosa.
Segundo estas pessoas esta é a única forma de "espalhar a Palavra de Deus ao povo da Coréia do Norte". (fonte Daily NK)

Por exemplo aqui, na América Latina, numa cela qualquer de prisão, suja e sem comida adequada, ainda é permitido aos condenados o livre acesso às leituras e mesmo `a Bíblia.

O que me toca nesta imagem também é um entendimento de que elas não estão assim tão distantes do nosso horizonte. Passo a passo o torniquete secular contra cristãos, o cristianismo e seus símbolos começa a exercer uma pressão sensível - mas irresistível - nas democráticas sociedades ocidentais. A cada justificativa de "divisão do Estado e Igreja" mais e mais anti-cristianismo é vendido como sendo a atitude moderna e adequada a adotar.

Crucifixos estão para ser retirados das salas dos tribunais gaúchos, assim como já o foram de todas as salas de aula na França além da tentativa de retirada de representação dos "Dez Mandamentos" frente à Suprema Corte americana são sinais claros.

Apesar do senso comum acreditar que o capitalismo venceu o comunismo num longínquo ano de 1989, estamos como sociedade nos aproximando cada vez mais dos valores e credos dos regimes socialistas/comunistas, como ateísmo, anti-cristianismo, tentativas de "reforma" e controle sociais. O "vencido" sempre adota os valores culturais do vencedor, correto? Então alguma coisa está errada pois o que acontece no mundo de hoje é o contrário.

Cada vez mais os valores de uma ideologia morta e suas fobias são absorvidos pelo ocidente, numa onda irresistível. É a "convergência" (tal como explicada no artigo de Heitor de Paola para o MSM: "Raízes Históricas do Eixo do Mal Latino Americano" - parte V) em seu mais avançado estágio de aplicação. A convergência prega a aproximação dos valores capitalistas e comunistas, mas com a predominância dos últimos.

O que fica claro é que a marcha contra as religiões ocidentais - cristianismo e judaísmo - irá aumentar ainda muito, inclusive por aqui.

Quando por aqui chegar, esta imagem não será apenas um registro factual histórico, mas também profética: estaremos todos nós a espalhar a Palavra do Senhor (ou seu sinônimo, a Verdade) em balões de gás soltos ao anoitecer...

quinta-feira, setembro 29, 2005

“Ô Cride, fala pra mãe...” - Reinaldo Azevedo

"Ô Cride, fala pra mãe..."
Por Reinaldo Azevedo

É evidente que eu sei que os espadachins da reputação alheia dizem por aí que escrevo textos reacionários, "de direita". Dizem-no como se fosse pecado mortal ou moral, já que identificam com essa tal "direita" tudo aquilo que consideram ruim ou nefasto — ou, como diria Marilena Chaui, tudo o que agride a igualdade. Como aprendi com Madame, na sua tele-aula na TV Cultura, que não se pode falar em ética sem falar na dita-cuja, ser "de direita" corresponderia, pois, a ser aético e, então, um homem mau e defensor da injustiça, do desequilíbrio de direitos — o que também corromperia outro princípio ético: a liberdade. Assim, quando essa gente crava a pecha "de direita", quer dizer, na verdade, um sujeito mau, desprezível, desses que a gente não deve tolerar no salão, a ser banido a cusparadas de indignação progressista.

É por isso que a esquerda, ao longo da história, matou tanto e tão continuamente. Como ela o fazia em nome da igualdade e da liberdade, todos os seus assassinatos foram éticos. Tal visão está presente ainda hoje, inclusive no jornalismo, especialmente naquele desinformado, inimigo da história e da teoria política. O que me leva a escrever este texto é a morte de Apolônio de Carvalho, ocorrida na última sexta, que se fez acompanhar, na imprensa, de panegíricos encharcados de má-fé, burrice e lágrimas.

Lamento a morte de Apolônio como John Donne lamentava a morte de todo homem, com nem mais nem menos cuidado retórico. Meus sentimentos também dobram por ele e tal. E mando minhas condolências. Mas não tenho a menor nostalgia de suas idéias — tampouco quero crer que tenha levado consigo utopias que um dia tenham valido a pena. Pior ainda é tentar fazer de sua história uma espécie de exemplo de consistência e coerência em contraste com o PT de Lula-Delúbio. Uma pausa para outra reflexão e já volto a esse ponto.

Que a democracia não seja um valor universal entre as esquerdas — e também para alguns setores da extrema direita —, isso posso compreender. Não se pode, obviamente, defender um regime totalitário, como é o caso do socialismo, e posar indefinidamente de democrata amoroso. Quando aparece a situação prática em que esse amor é testado, a primeira coisa que essa gente faz, a exemplo de Madame e seus vassalos mentais, é atirar contra as instituições democráticas, tratadas como deformidades ideológicas a serem vencidas por quem porta a verdade e o futuro: a classe operária. Como ela já morreu, resta-lhes a distopia do horror burocrático: rigorosamente essa estrovenga que o PT decidiu fazer no Brasil.

Compreendo esses caras. O que me deixa constrangido é ver até a imprensa que Madame chama "burguesa" submeter a biografia de Apolônio a um retoque, fazendo do homem não mais do que um poeta que lutou ao lado dos republicanos na Guerra Civil Espanhola ou que integrou a Resistência na França. Tratou-se como pormenor um dado óbvio de sua história: a participação na tentativa do golpe comunista de 1935, a tal "Intentona". Ela existiu, deixou mortos e se fez de forma covarde, pusilânime, traiçoeira. Especialmente em se tratando de soldados. Omitiu-se o fato de que todas as suas lutas eram travadas a serviço e sob as ordens do Comintern — a Internacional Comunista comandada por Moscou.

Em novembro de 1935, mês da Intentona, Apolônio era segundo-tenente do Exército brasileiro. E participou do delírio de Luiz Carlos Prestes, que havia assegurado a Moscou que o seu "golpe" seria seguido por uma rebelião das massas. Sugiro que os leitores façam uma pesquisa caso se interessem. Na biblioteca, e talvez só lá, vocês encontram A Revolta Vermelha, de Hélio Silva (ninguém vai reeditar a obra no Brasil?), e Anarquistas e Comunistas no Brasil (1900-1935), de John W. Foster Dulles. Nas livrarias, há o excelente Camaradas nos Arquivos de Moscou, do jornalista William Waack.

Não! A Intentona não foi uma palhaçada getulista, à moda do Plano Cohen (pesquisem também) para justificar um golpe de Estado. Ao contrário: estava em curso um governo constitucional e reformista, e os comunistas decidiram depô-lo na base das baionetas. O centro da conspiração era a rebelião nos quartéis. Nada menos de 28 soldados foram assassinados por seus pares — alguns enquanto dormiam. As vítimas defenderam a ordem constitucional e deram sua vida por ela. Ninguém lhes canta as glórias. Seguem seus nomes em ordem alfabética. Volto em seguida.

— Abdiel Ribeiro dos Santos
— Alberto Bernardino de Aragão
— Armando de Souza Mello
— Benedicto Lopes Bragança
— Clodoaldo Ursulano
— Coriolano Ferreira Santiago
— Danilo Paladini
— Fidelis Batista de Aguiar
— Francisco Alves da Rocha
— Geraldo de Oliveira
— Jaime Pantaleão de Moraes
— João de Deus Araújo
— João Ribeiro Pinheiro
— José Bernardo Rosa
— José Hermito de Sá
— José Mário Cavalcanti
— José Menezes Filho
— José Sampaio Xavier
— Lino Vitor dos Santos
— Luiz Augusto Pereira
— Luiz Gonzaga
— Manoel Biré de Agrella
— Misael Mendonça
— Orlando Henrique
— Pedro Maria Netto
— Péricles Leal Bezerra
— Walter de Souza e Silva
— Wilson França

Quantas lágrimas foram derramadas pela "utopia" desse pessoal? Nenhuma. Seus descendentes nem mesmo têm o direito de reivindicar um passado digno. Ao contrário: a história os trata como bandidos que resistiram à utopia. Fernando Morais, por exemplo, escreveu um livro contando a vida da judia alemã Olga Benario, mulher de Prestes. Ela era uma agente comunista enviada ao Brasil para fazer aquela maravilha. Só se destacam os aspectos heróicos da moça, bem como os do marido, saudado por sua retidão de caráter, seu estoicismo, sua convicção, sua crença em amanhãs gloriosos. Getúlio Vargas, com efeito, cometeu uma ignomínia ao extraditá-la, mais tarde — judia, comunista e grávida — para a Alemanha nazista. Foi morta num campo de concentração. Mas isso não refaz sua biografia nem muda a história do Brasil. Em nome do "progressismo", Prestes sai da cadeia em 1945 e adere ao movimento "queremista" (o "queremos Getúlio"). Como se vê, para certa ideologia, a morte tem valor apenas instrumental.

De Lula a uma boa parte da crônica política, todos fizeram questão de tratar Apolônio, o petista nº 1, como se ele jamais tivesse querido outra coisa na vida que não a democracia. De quantas outras pessoas que participaram de movimento que promoveu assassinato em massa, uma chacina, se diria a mesma coisa? Não, não era a idade avançada que despertava essa ternura por Apolônio: era a sua ideologia.

Quantas vezes, para citar uma personagem que não matou ninguém, mas também era chegada a um golpe, vimos os nossos críticos "isentos" a exaltar as qualidades de Carlos Lacerda? Ah, é verdade: ele era um direitista e vivia tentando solapar a democracia... Mas e Apolônio? Era, por acaso, um democrata? Compreenderia as lágrimas que caíssem sob a inspiração de John Donne, mas não as que li, como se também a democracia estivesse de luto. Tenham paciência! Desinformação? Ignorância histórica? Hoje em dia, em certos meios, é quase impossível alegar isso. Parece-me é que estamos diante de uma vitória intelectual inequívoca. Embora a esquerda fale permanentemente a linguagem do vitimismo, é óbvio que venceu batalhas e dá as cartas da interpretação, sobretudo na imprensa.

Tem importância?
Que importância tem essa velharia agora, às portas dos 70 anos da Intentona, em 27 de novembro? Aparentemente, nenhuma. De fato, tem toda. Reitero: ainda não entendemos a democracia como valor universal; ainda achamos que, em nome da "igualdade", da "liberdade", da "justiça", até o crime é justificável porque a gente precisa disso tudo para, como diria a outra, ser "ético". Ainda que o reino da ética tenha, então, de pegar o atalho do crime para apressar a história. A lição é de Lênin. Não desejava a morte de Apolônio. Não desejo a morte de ninguém. Mas lamento muito mais a de Ronald Golias. A realidade brasileira não merece nada além de uma caricatura.

Deixo Apolônio para Márcio Thomaz Bastos, ministro da Justiça, que queria promovê-lo a general. Teria sido um prêmio e tanto por sua participação no movimento que assassinou 28 de seus colegas de farda. É que Bastos se fez um milionário progressista de tanto defender outros tantos nem tão progressistas assim. Eu sou apenas um pobre reacionário.

"Ô Cride, fala pra mãe que vai ver o Márcio tá certo..."

Publicado em 28 de setembro de 2005.

quarta-feira, setembro 28, 2005

Enquanto isso, no país do socialismo "real"..




Olhem bem estas imagens.
Não se sabe como foram obtidas, mas mostram o tratamento típico para quem tenta fugir da Coréia do Norte.
A mulher é bárbaramente agredida. Está sozinha, desarmada e sem defesa aparente.
Pois este é o "comunismo" , sinônimo do socialismo, que tem por objetivo uma sociedade "igualitária e justa"
O blog Free Thoughts trouxe o link para esta matéria sobre a agressão a uma provável defectora pelos militares da Coréia do Norte.

"Na fronteira Coréia do Norte-China, existe um posto militar a cada 2-4km. Aqueles que são pegos pela polícia chinesa quase sempre são repatriados à força para a Coréia do Norte pela polícia chinesa e aqueles que são pegos pelos militares da Coreia do Norte por tentativa de fuga são primeiramente interrogados nestes postos militares ao longo da fronteira".

Estas imagens se referem ao estilo "igualitário e justo" de um típico interrogatório nestes postos.

Já vi esse filme.."P-Sol" ou "De Volta ao Parque dos Dinossauros"



Está acontecendo o que há muito se esperava: enquanto muitos festejam o fim do PT - pelo menos na atual encarnação - a nova geração, mais retrógada do que nunca, está se solidificando.

O novo partido-aríete da esquerda mesozóica o P-Sol, está recebendo adesões maciças dos petistas desanimados com os rumos do PT-do-Dirceu.

Quer dizer o seguinte: apesar de idiotas úteis como Ibsen Pinheiro acreditar que a atual crise vai fazer bem ao PT - mas não ao ponto de abandonar sua guerra santa, os "jihadistas" (lêem-se os não "reformistas" de fachada) estão firmes em sua trajetória "Back to the Jurassic Park".

Em primeiro lugar, o P-Sol é um partido que não pode ser considerado um partido nacional. É financiado por recursos externos - especificamente da quarta internacional com sede na França. (veja em "O P-sol não é um partido nacional" - Carlos Azambuja) . Isto é ilegal. Mas quem liga para isso no Brasil?

Outro paradoxo é o título. Só mesmo para uma platéia idiotizada como a "opinião pública" nacional um disparate ao racionalismo mais banal poderia ser levado a sério.
"Partido do Socialismo e da Liberdade" só pode ser considerado como uma blague, um deboche, uma alegoria carnavalesca a nossa total incapacidade de algum pensamento crítico. Neste contexto é imbatível. Será que seus fundadores queriam simplesmente mostrar o quão baixo poderia chegar o senso de ridículo dos brasileiros?
Pois não notaram e acharam que era para valer.
Agora tem de ir mesmo.
Como pode alguém conseguir unir duas palavras tão imiscíveis como "liberdade" e "socialismo"? Toda e qualquer tentativa de implantar "socialismo" - seja em doses homeopáticas, como no caso Sueco, ou elefantinas como na URSS ou China - só tiveram um resultado efetivo: a eliminação da liberdade humana.
Assim como 1+1=2 tentar igualar os seres humanos por decreto lei só tem uma consequência: como não dá para fazer os mais pobres , os menos inteligentes, os menos criativos, os menos poéticos, os menos velozes, os menos aquinhoados pela natureza se transformarem em "mais" a saída única é coibir os "mais" de serem "mais". Assim, por decreto, se define que os ricos irão ficar mais pobres, os inteligentes, mais burros , e assim por diante.
"Socialismo", apesar dos seus belos discursos só produz igualdade pela supressão de liberdade e pela imposição de "igualdade" de laboratório (por pelotão de fuzilamento, na versão "heavy" ou por leis tipo "politicamente correto" na versão cover).
Para concluir: socialismo siginifica menos liberdade.

E como ajudar os mais pobres?
Desenvolvendo o mercado. Não há país que não se beneficie como um todo da melhoria econômica. O mito do aumento da pobreza em países com alto desenvolvimento é uma falácia, pois até os mais pobres se beneficiam do crescimento econômico pois o mercado não é algo que só beneficia alguns.
Como brilhantemente revelado por uma legítima representante do povo, a ex-gari Rozeli da Silva, do Centro Infantil Renascer da esperança, na vila restinga em Porto Alegre/RS, na ZH de 20/03/2005 : "O Brasil está deixando todo mundo mamar na mãe-teta. Os pobres estão miseráveis e os ricos, ficando pobres...O rico quer pagar R$ 260,00 por um empregado. Sabe quanto paga de impostos? Mais de R$380,00. Sabe o que ele faz? Limpa a própria casa. E aumenta o desemprego."

Isso é tudo. P-Sol? Se fosse apenas uma piada seria até engraçado, mas é o futuro. Mais um enorme auto-engano deste país que a cada dia que se parece com um manicômio.

terça-feira, setembro 27, 2005

"Cuba Nostra", Allende e um recado a Hugo Chávez

Só mesmo um site como o Mídia Sem Máscara para trazer rapidamente ao público brasileiro as revelações do livro "Cuba Nostra" em português!
É uma pena que não sairá em nenhum jornal brasileiro.
As revelações dos dos exilados Cubanos, participantes da operação de "resgate" de Allende no Chile em 1973 estão neste texto, orginalmente em espanhol do jornalista colombiano Eduardo Mackenzie.

Os detalhes da morte de Allende -revelados por outro personagem Patricio de la Guardia - chefe da equipe de operações especiais cubana no Chile e atualmente mais um desafeto (e segundo ele prometido de morte)  de Fidel -  demonstram  o grau de crueldade do ditador do Caribe, que não titubeou em assassinar um companheiro de viagem - Allende - em função de criação de uma mitologia que aos poucos começa a ceder à realidade.
Mostra também que o maior perigo dos companheiros e amigos de Fidel não são os Estados Unidos, mas sim o próprio ditador cubano, afinal ao lado de Allende temos outra vítima famosa e outra "lenda de t-shirt" , Ernesto Che Guevara.

O recado é claro: Chávez, ao invés de temer alguma trama assassina da CIA, se preocupe com os agentes cubanos em ação atualmente na Venezuela. Ao menor sinal de que seu barquinho estiver adernando Fidel não resisitirá em criar mais um "mito" e mais uma suposta vítima do imperialismo ianque pelas suas próprias forças "amigas". E se por acaso ganhares de presente de Fidel uma metralhadora, com dedicatória gravada nela com as inscrições
"de Fidel Castro ao meu bom amigo Huguito Chávez" , NÃO A RECEBA, POR FAVOR.

PS.: Graça Salgueiro merece os parabéns pela oportuna tradução!!


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Cuba Nostra, os segredos de Estado de Fidel Castro

por Eduardo Mackenzie em 27 de setembro de 2005

Resumo: A revelação do ocorrido a Salvador Allende não é interessante somente para os historiadores da aventura da Unidad Popular, mas também para os novos amigos latino-americanos de Fidel Castro.

© 2005 MidiaSemMascara.org

Salvador Allende não se suicidou, nem morreu sob as balas dos militares golpistas em 11 de setembro de 1973. Durante o assalto contra o palácio La Moneda, o presidente do Chile foi covardemente assassinado por um dos agentes cubanos que eram encarregados de sua proteção. Em meio aos bombardeios da aviação militar, o pânico se havia apoderado dos colaboradores do chefe de Estado socialista e este, em vista da desesperada situação, havia pedido e obteve breve cessar fogo e estava, finalmente, decidido a cessar toda a resistência. Segundo uma testemunha dos fatos, Allende, morto de medo, corria pelos corredores do segundo andar do palácio gritando: "Há que render-se!". Antes que pudesse fazê-lo, Patricio de la Guardia, o agente de Fidel Castro encarregado direto da segurança do mandatário chileno, esperou que este voltasse a seu escritório e lhe disparou sem mais nem menos uma rajada de mertralhadora na cabeça. Em seguida, pôs sobre o corpo de Allende um fuzil para fazer crer que este havia sido ultimado pelos atacantes e voltou correndo ao primeiro andar do edifício em chamas onde o esperavam os outros cubanos. O grupo abandonou o palácio de La Moneda sem qualquer dificuldade e se refugiou minutos depois na embaixada de Cuba, situada a pouca distância dali.

Esta versão do fim dramático de Salvador Allende, que contradiz as duas anteriores quase oficiais, dadas, quer seja por Fidel Castro (a tese da heróica morte em combate), quer seja pela Junta militar chilena (a do suicídio), emana nada menos do que de dois antigos membros de organismos secretos cubanos, muito bem informados acerca desse sangrento episódio e hoje exilados na Europa.

 
Capa do livro 
Em um livro que as Edições Plon acabam de publicar em Paris, intitulado "Cuba Nostra, les secrets d'Etat de Fidel Castro", Alain Ammar, um jornalista especialista em Cuba e América Latina, analisa e confronta as declarações que lhe deram Juan Vives e Daniel Alarcón Ramírez, dois ex-funcionários da inteligência cubanos.

Exilado desde 1979, Juan Vives é um ex-agente secreto da ditadura e sobrinho de Osvaldo Dorticós Torrado, o presidente cubano de opereta que reinou de 1959 a 1976, e que foi "suicidado" em obscuras circunstâncias em 1983. Vives conta que em novembro de 1973, em um bar do hotel Habana Libre, onde alguns membros dos órgãos de segurança do Estado costumavam reunir-se aos sábados para beber cerveja e trocar de maneira informal fofocas e informações de todo tipo, escutou do mesmo Patricio de la Guardia, chefe das tropas especiais cubanas presentes em La Moneda no fatídico 11 de setembro de 1973, essa arrepiante confissão.

Durante anos, Vives não quis dar a conhecer essa informação pois, como diz, "era perigoso fazê-lo" e porque não havia até esse momento nenhum outro responsável cubano no exílio que pudesse confirmar o caráter fidedigno desses fatos. Quando soube que Daniel Alarcón Ramírez, codinome "Benigno", um dos três sobreviventes da guerrilha de Ernesto Guavara na Bolívia, encontrava-se também exilado na Europa, a idéia de dar a conhecer esses graves fatos voltou a ganhar força.

No livro de Alain Ammar, "Beingno" confirma plenamente a narração de Vives. Ambos conheceram Salvador Allende e sua família. Ambos viveram no Chile durante o governo de Allende. Ambos escutaram, em momentos diferentes, a confissão de Patricio de la Guardia em seu regresso à Havana.

O livro de Ammar descreve com precisão os últimos meses do governo da Unidad Popular e, sobretudo, mostra o avançado grau de controle direto que Fidel Castro havia conseguido instalar – mediante suas centenas de espiões da DGI (um serviço cubano de Inteligência), operadores e agentes de influência implantados em Santiago –, sobre o presidente Salvador Allende, sobre seus ministros e até sobre seus amigos e colaboradores mais íntimos. De fato, a chamada "via chilena ao socialismo" havia sido desviada pelo castrismo até o ponto em que dentro do governo de Allende houve vozes que criticavam essa brutal ingerência. Meses antes de sua morte, Salvador Allende já havia sido "instrumentalizado por Castro", explica Juan Vives. "Porém Allende não era o homem que Havana queria ter no poder em Santiago. Os que Castro e Piñeiro [braço direito de Castro em operações de espionagem na América Latina, morto recentemente em Cuba de um enfarte] preparavam para a substituição, às costas do mesmo presidente Allende, eram Miguel Henriquez, principal dirigente do MIR e Pascal Allende, número dois do MIR, do mesmo modo que Beatriz Allende, a filha mais velha do presidente, que também pertencia ao MIR". Beatriz morreria em Cuba, em 1974.

Esse controle sobre o chefe de Estado chileno se havia agudizado notavelmente após a primeira tentativa de golpe militar, em 29 de junho de 1973, mais conhecido como o "tancaço". Quando Havana soube que os chilenos que cercavam o presidente estavam assustados, Fidel Castro fez saber que Allende não podia em nenhuma circunstância reder-se nem pedir asilo político em uma embaixada. "Se ele devia morrer, devia morrer como um herói. Qualquer outra atitude, covarde e pouco valente, teria repercuções graves para a luta na América Latina", lembra Juan Vives. Por isso, Fidel Castro deu a ordem a Patricio de la Guardia de "eliminar Allende se no último momento este cedesse ante o medo".

Pouco depois dos primeiros ataques à La Moneda, Allende mesmo havia dito a Patricio de la Guardia que tinha que pedir asilo político a embaixada da Suécia. O mandatário havia, inclusive, designado Augusto Olivares, seu secretário de imprensa, para fazê-lo. Provavelmente por isso, Olivares, codinome "el perro", foi também eliminado pelos cubanos antes que estes enfileirassem baterias contra o presidente do Chile. "Recrutado pela DGI cubana, Olivares transmitia até os mais mínimos pensamentos de Allende a Piñeiro, que, por sua vez, informava a Fidel", declara Juan Vives.

Outro guarda-costas chileno de Allende, um tal Agustín, foi também "fuzilado" pelos cubanos nesses momentos dramáticos, segundo a declaração feita por "Benigno", ao autor do livro. Semanas depois do golpe de Estado, Patricio de la Guardia havia revelado a "Benigno" o fim de Agustín, irmão de um amigo seu que vive ainda em Cuba, e lhe havia dado outro detalhe importante sobre o ocorrido durante essa trágica manhã no palácio La Moneda: antes de metralhá-lo, o agente cubano havia agarrado Salvador Allende com força, que queria sair do palácio, e o havia sentado em sua cadeira presidencial gritando: "Um presidente morre em seu lugar!"

A versão do assassinato de Allende à queima-roupa não era de todo desconhecida. Em 12 de setembro de 1973 várias agências, entre elas a AFP, resumiram em quatro linhas esse fato. Publicado no dia seguinte por Le Monde, o cabo dizia: "Segundo fontes da direita chilena, o presidente Allende foi morto por seu guarda pessoal no momento em que pedia cinco minutos de cessar fogo para render-se aos militares que estavam a ponto de entrar no palácio La Moneda". Ammar indica que essa hipótese "foi enterrada imediatamente", pois ela não convinha a ninguém: "nem aos colaboradores de Allende, nem à esquerda chilena, nem a seus amigos no estrangeiro, nem aos militares nem, sobretudo, a Fidel Castro...".

A confirmação que essa, até há pouco "hipótese", acaba de receber da parte de Juan Vives e Daniel Alarcón Ramírez, poderia ser reforçada no futuro pelos testemunhos de outros funcionários cubanos silenciados até agora e pelos documentos que se encontram fora de Cuba. Com efeito, em um banco do Panamá repousaria a peça mestra deste magnicídio. Segundo os autores do livro, Patricio de la Guardia, condenado a trinta anos de cárcere durante o processo-farsa contra o general de divisão Arnaldo Ochoa Sánchez, e hoje em residência vigiada, haveria depositado no cofre de um banco panamenho um documento comprometedor no qual descreve, dentre outras coisas, o assassinato de Allende por ordem de Castro, texto que deveria ser revelado em caso de morte de Patricio de la Guardia. Fidel Castro, segundo os autores do livro, teria levado muito a sério essa ameaça e teria feito com que este escapasse ao fuzilamento, à diferença de Tony, irmão de Patricio, que junto com o general Ochoa e outros dois funcionários do Ministério do Interior, foi passado pelas armas em 13 de julho de 1989.

A revelação do ocorrido a Salvador Allende não é interessante somente para os historiadores da calamitosa aventura da Unidad Popular no Chile. É, igualmente, e de quê maneira, para os novos amigos latino-americanos de Fidel Castro, especialmente para o presidente Hugo Chávez da Venezuela. Hugo Chávez e os outros, por mais chefes de Estado confiáveis que possam ser para Havana, como pode ter sido em sua ocasião, ao menos nos papéis, o presidente Allende, poderiam estar sendo agora objeto de idênticas tramas sinistras de controle e de dominação física e política direta, por parte dos mesmos serviços que fizeram tão bestialmente contra o presidente do Chile. O livro de Alain Ammar aborda, em suas 425 páginas, muitos outros temas e episódios relacionados com as complicadas e nem sempre exitosas operações secretas de Havana, em Cuba e em vários países. Esperamos que uma tradução para o espanhol desse livro seja posta rapidamente nas livrarias.



Fonte: http://www.canf.org (Cortesia da lista "ABAJO CADENAS")

Tradução: Graça Salgueiro

A PIZZA IMPOSSÍVEL (?) - Ibsen Pinheiro

Marquei em vermelho uma observação absolutamente pertinente. Esta crise não tem nada a ver com o mantra "o poder corrompe" que as viúvas do PT não cansam de proclamar como a origem da decadência moral do partido da ética. É a velha e má "causa" que lhes deu passe livre. "Os fins justificam os meios", ou nessa versão mezzo Lenin, mezzo Gramsci "O FMI justifica os meios"..

Pena que no parágrafo seguinte o autor não reconheça isso e descreva o resultado do processo assim: "Devolveu o Partido dos Trabalhadores ao seu tamanho natural, igual em virtudes e defeitos a todos os grupamentos humanos, inclusive os tão mal-afamados partidos políticos....Deixem o PT sobreviver e viver para o futuro, agora que ele completou a sua maioridade. "

Como um partido revolucionário em que os fins justificam os meios poderia ser igual aos outros partidos políticos? Deixar o PY "sobreviver" significa o retorno ao velho radicalismo, ainda mais à esquerda. Uma nova tentativa usando os mesmos "belos" objetivos será a próxima etapa. Seja no PT mesmo ou no seu clone-radical o P-Sol.
Os democratas de plantão devem ficar atentos à isso e não deixar isso acontecer.
Os radicais são eles, não nós!

E, Ibsen, acorda!!!

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26.09.2005
A PIZZA IMPOSSÍVEL
por por Ibsen Pinheiro, no Blog do Noblat
Os ruídos da crise política ocupam todos os espaços de mídia e se fazem acompanhar de alguns rumores singulares, todos eles recorrentes e dois aparentemente opostos, mas componentes de um mesmo quadro: serão as CPIs, afinal de contas, cúmplices lenientes ou carrascos implacáveis? Há tomadores para todos os gostos, especialmente nas mais bem intencionadas opiniões jornalísticas.

Dia desses, num programa da Rádio Guaíba - sou chamado como se fosse um especialista, por ter conhecido as duas pontas do chicote - contestei ao vivo o jovem repórter que, na melhor das intenções, e com plena convicção, prognosticava uma gigantesca pizza, por temer que nem todas as cassações se confirmassem.

Impossível, eu disse, atalhando. Esta crise já não deu em pizza, como, aliás, geralmente acontece com a investigação parlamentar: ela pode não confirmar o prognóstico, geralmente porque o supera. É por isso que se diz, reiteradamente, que uma CPI sabe-se como começa, não como termina.

É como uma catarse, não pode ser concebida sem a mais ampla e massiva cobertura da imprensa, e, nesses macro-acontecimentos, o excesso não é um acidente, é quase uma inevitabilidade. E tal como na liberdade de imprensa, é melhor conviver com o excesso do que adotar os remédios restritivos tantas vezes propostos, a censura e o controle, que mais matam o paciente do que curam a doença.

Resumindo, tanto a investigação parlamentar quanto a liberdade de imprensa valem bem os excessos que praticam.

Há quem veja a investigação parlamentar como um caso de polícia, e, embora as semelhanças, a diferença é fundamental. Incrível é que a principal semelhança é seguidamente desprezada: no julgamento criminal ou político, impõe-se o devido processo legal e não se decide corretamente sem provas e sem fatos.

Julgamento político não é licença para cometer injustiça, como também não o são os julgamentos administrativos e até os esportivos. Mas a diferença também, freqüentemente, não é percebida, a de que nos julgamentos políticos o efeito é político e este, no episódio atual, já aconteceu. Pelo menos o efeito principal: o desmonte da máquina petista.

José Dirceu enxergou com perfeita lucidez e, ao mesmo tempo que nega participação nas deformações extralegais, assume sua responsabilidade política e, com toda a razão, cobra o mesmo de seus parceiros. Corre o perigo de ficar falando sozinho, quando o mais eminente de todos insiste na negação pura e simples, como os três macaquinhos que não vêem, não escutam e não dizem nada. Seria de esperar que, quem copiou tanta coisa do velho Partidão, bem podia relembrar a velha e saudável autocrítica.

Não temos meios de saber se serão dois ou dezoito os cassados, mas, salvo para eles, esse é um ponto secundário. O ângulo principal é o político, porque é de responsabilidade política que se trata. E o Brasil já sabe, com certeza científica, que não estamos meramente presenciando alguns casos particulares de desvios de conduta, já de si graves, mas assistindo ao desmonte de um poderoso e articulado projeto de poder, capaz de projetar-se no tempo em estilo mexicano, não lhe faltando, sequer, uma causa.

O principal desvio petista não se mede por delúbios ou silvinhos, ainda que se lhes prove a delinqüência. Foi "a causa" que fez o partido perder os seus rumos, a causa sacralizadora de todos os atos e justificadora de todos os meios, numa prática que não é nova nem original, mas é velha como o autoritarismo e sua linguagem sedutora, a mesma que serviu aos monges da inquisição e aos quadros políticos do fascismo, do stalinismo e do nazismo, todos eles autoproclamados superiores no plano moral e na pureza dos objetivos.

Esta investigação já não deu em pizza. Devolveu o Partido dos Trabalhadores ao seu tamanho natural, igual em virtudes e defeitos a todos os grupamentos humanos, inclusive os tão mal-afamados partidos políticos. E isso é irreversível, dispensando até mesmo a fúria devastadora de alguns adversários que, no mesmo radicalismo estilo petista, desejam a destruição e o sepultamento do adversário. Ao contrário, deixem o PT sobreviver e viver para o futuro, agora que ele completou a sua maioridade.

Até por que, destruí-lo pode equivaler a encomendar o surgimento de um novo projeto pretensa e igualmente puro, igualmente superior, igualmente implacável, para acabar igualmente misturado a um mensalão da vida, perigo constante enquanto não nos livrarmos do messianismo como prática política.

domingo, setembro 25, 2005

Heitor de Paola: o Heródoto da revolução Gramsciana no Brasil (e América Latina)

Ler um conjunto de textos como os de Heitor de Paola  para o Mídia Sem Máscara, chamados de " Raízes  Históricas do  'Eixo  do Mal'" (atualmente na Parte V),  nos fazem acreditar que existe vida inteligente no Brasil. Mas são exceções que só confiram a regra.

O trabalho de Heitor é de cair o queixo em termos de abrangência e ousadia: usar da mesma metodologia empregada por Anatolyi Golitsyn em "New Lies for Old" e "The Perestroika Deception" para decifrar as origens da barafunda em que nos metemos.

Golitsyn (ex-agente de informações da KGB que desertou para o ocidente em 1961) foi o primeiro a antever as mudanças no mundo soviético (Gorbachev, Glasnost, Queda do Muro de Berlim) muito antes de que elas pudessem ser sonhadas. Também anteviu o mundo pós-comunista como sendo apenas aparentemente "capitalista" (Rússia, China ), numa estratégia de disfarce perfeita.

A aposta era alta e Heitor a realizou -- ainda não por inteiro, pois falta um último capítulo -- com brilhantismo espetacular.

Cruzar os dados de Golitsyn, sobre a estratégia de longo alcance comunista global, com as iniciativas históricas locais é o cerne destes artigos. Eles descortinam o perfeito "timing" entre a estratégia global e seus respectivos atores locais, concluindo por sua completa dependência e obediência aos primeiros.

Além disso, ao citar as "iniciativas locais" se baseia em sólidas referências à esquerda (Elio Gaspari, ) e à direita (Mona Charen, Carlos Azambuja) , além de muitas outras que seria enfadonho listar.

Enfim, toda a série é um item obrigatório para entender o momento atual.

Como disse, nem tudo está perdido na intelectualidade brasileira. Pena que no mundo intelectual "oficial" só se avistem nulidades de grosso calibre, "transformistas" intelectuais.

Se Olavo de Carvalho é verdadeiro oráculo nacional , Heitor é o "pai da história" da revolução cultural do Brasil. O nosso Heródoto.

O mito de Salvador Allende afunda mais: ele foi assassinado por agentes cubanos!

Segundo um novo livro "Cuba Nostra - les secrets d’Etat de Fidel Castro", de Alain Ammar - revelada por artigo de Eduardo Mackenzie, reproduzido no blog do Cláudio Tellez:
"'Salvador Allende no se suicidó ni murió bajo las balas de los militares golpistas el 11 de septiembre de 1973. Durante el asalto contra el palacio de la Moneda, el presidente de Chile fue cobardemente asesinado por uno de los agentes cubanos que estaban encargados de su protección. En medio de los bombardeos de la aviación militar, el pánico se había apoderado de los colaboradores del jefe de Estado socialista y éste, en vista de la desesperada situación, había pedido y obtenido breves ceses de fuego y estaba, al final, decidido a cesar toda resistencia. Según un testigo de los hechos, Allende, muerto de miedo, corría por los pasillos del segundo piso del palacio gritando: “Hay que rendirse!”. Antes de que pudiera hacerlo, Patricio de la Guardia, el agente de Fidel Castro encargado directo de la seguridad del mandatario chileno, esperó que éste regresara a su escritorio y le disparó sin más una ráfaga de ametralladora en la cabeza. Enseguida, puso sobre el cuerpo de Allende un fusil para hacer creer que éste había sido ultimado por los atacantes y regresó corriendo al primer piso del edificio en llamas donde lo esperaban los otros cubanos. El grupo abandonó sin mayor tropiezo el palacio de la Moneda y se refugió minutos después en la embajada de Cuba, situada a poca distancia de allí.'"

Não é nenhuma surpresa que nenhum jornal brasileiro irá noticiar o livro e suas revelações.