quinta-feira, abril 14, 2005

Ann Coulter, intelectuais democratas e arremesso de tortas à distância

Ann Coulter, corrosiva como sempre, Last October, two liberals responded to my speech at the University of Arizona — during question and answer, no less — by charging the stage and throwing two pies at me from a few yards away. Fortunately for me, liberals not only argue like liberals, they also throw like girls.

Por aqui pelo menos estamos livres de sermos alvos no campeonato de arremesso de tortas à distância.

Para ver como o debate político é distorcido em noss país, afinal a "direita" virtualmente não existe neste país, nossos atiradores de tortas se contentam em escolher seus alvos nos "neo-liberais" petistas.

Achamos engraçado ver o Berzoini, o Genoíno terem suas faces cobertas de chantilly, mas fiquem sabendo que para uma nação saudável o alvo destas tortas deveria ser a direita verdadeira, e não quem está "à direita" dos seus atiradores.

O nome aliás deveria ser alterado de arremesso de tortas à distância para "à direita".

Eu quero as minhas tortas!!! De preferência sem cobertura, please!!

Brasil, março de 1964: mais provas do papel (coadjuvante) dos EUA

Nos meus dois últimos artigos (jogo de intrigas 1 e 2) sobre o "golpe" de 1964, mostrei como e quem da inteligência Soviética e seus satélites (a Tcheca) com o auxílio de jornalistas brasileiros comprados pelo "ouro de Moscou", montou a farsa de que o "golpe" de 1964 foi criado pelos americanos.

Recebi algumas mensagens indignadas indicando que documentos revelados pelo próprio governo americano diziam o contrário.

Lendo os tais documentos , percebi que os autores das mensagens têm problemas sérios de leitura e interpretação de textos.

Meus artigos anteriores foram escritos para provar que a versão de que a contra-revolução de 1964 foi tramada pelos Estados Unidos é totalmente postiça. Foi o povo brasileiro, com o auxílio precioso das Forças Armadas que depuseram João Goulart.

Os Estados Unidos estavam atentos a estes desdobramentos e entenderam que deveriam ajudar os militares, se fosse necessário.
Acabou não sendo necessário até por que nossos bravos "revolucionários" esquerdistas sempre foram muito melhores em retórica do que em ação propriamente dita: não houve qualquer movimento de reação às ações militares...

Os documentos revelados no anos passado só confirmam isso. Leiam o trecho:

"A newly declassified audiotape and documents released here Wednesday, 40 years after the 1964 coup that installed military rule in Brazil, show that then U.S. President Lyndon Johnson was directly involved in the decision to back the coup forces, if necessary".

Notaram o "IF NECESSARY" ao final do texto? Significa uma coisa só: os americanos estavam preocupados com a questão (porque foram os militares brasileiros que informaram sobre a proximidade da operação) e queriam de alguma forma ajudar.

Meus detratores não sabem diferenciar uma simples operação de apoio logístico-militar - mesmo tendo a supervisão do próprio presidente norte-americano, o que mostra a preocupação com os destinos do Brasil - com a responsabilidade na arquitetura, planificação e execução de uma operação de grande escala como desenvolvida em vários estados brasileiros em 1964.

Ainda assim lançam acusações terríveis contra uma pretensa ofensa contra a "soberania nacional" enquanto centenas de agentes cubanos, chineses agiam livremente no país e até mesmo traidores da pátria, como no caso dos envolvidos na operação "semanário", eram (e ainda o são) tratados como "nacionalistas" pelos meios de comunicação. Quem exatamente não respeitou a "soberania nacional"?

Efetivamente, e meus detratores o sabem muito bem, o que os militares fizeram foi devolver os destinos da nação ao seu próprio povo.

Os norte-americanos, como coadjuvantes do plano, nem tiveram que entrar em ação.
O operação 31 de março foi uma criação totalmente nacional, bem diferente das "revoluções" importadas que uma minoria queria submeter à toda população.

quarta-feira, abril 13, 2005

Anos 80: "Papa" was a Rolling Stone!!


O legado do Papa João Paulo II deve ser lembrado pelos seus feitos nos anos 70 e principalmente nos 80.
Nesta época ele foi um gigante, formando com Reagan uma dupla que literalmente mudou o mundo. E é por essa dimensão que deve ser lembrado.

Sua incansável peregrinação pelos países da cortina de ferro contribuiu em muito para a perda de credibilidade e sustentação dos regimes comunistas. Com Reagan na outra ponta perfazendo um ataque retórico contundente contra o “império do mal” o planeta conseguiu se livrar do que se chamou de “socialismo real” com a queda do muro de Berlin, em 1989.
Não quero aqui discutir se o comunismo realmente acabou – o que não acredito – mas na importância da “performance” papal para esta sucessão de eventos.

Outro ponto insuperável do seu mandato foi a defesa do tradicionalismo na igreja católica. Muitos debatem e desejam que a Igreja “avance”, acompanhando a pretensa evolução da sociedade. Mas não percebem que pretender que a igreja católica seja a favor do aborto, sexo fora do casamento ou o casamento entre homossexuais, por exemplo, pressupõe uma visão totalmente mundana da Igreja.

O que está por trás desta assertiva é a visão de que a religião católica – como todas as outras religiões – foi criada pelos homens numa e para uma determinada estrutura de sociedade. Ora, se a sociedade muda, a religião desta sociedade tem de mudar. O erro é brutal: na realidade são as religiões que definem a sociedade e não o contrário, sendo então a tentativa da sociedade querer mudar a Igreja algo como o rabo tentar abanar o cachorro.

Um segundo ponto é que toda a religião considerada verdadeira – como a católica- tem a pretensão de ser o canal entre Deus e os homens. No caso das religiões cristãs o canal, a mensagem, está descrito na Bíblia. Se o cristianismo considera a Bíblia a mensagem de Deus, seguirá a esta mensagem e nenhuma outra. Ora, se a tentativa de atrelar a religião à sociedade é uma consequência da idéia de que as religiões são fruto da sociedade, então se conclui que as religiões também não tem nada a ver com Deus, portanto a Bíblia não é a mensagem divina, mas um livro como outro qualquer.

João Paulo II, contrariando a ala dita “progressista”, manteve-se firme às tradições da igreja católica, mesmo angariando enorme contrariedade mundo afora. Sua defesa ao direito à vida, como no recente caso de Teri Schiavo, foi enfático e emocionante.

Por tudo isso, comparar o legado e a trajetória de João Paulo II ao comportamentos/comentários gerados por ocasião de sua morte, por exemplo, só fazem perceber a distância – e a profundidade – que descemos.

Os episódios envolvendo nosso caótico-católico presidente, sua “falta de pecados” às fofocas ao estilo “caras” sobre o embate entre os “progressistas” e “conservadores” (com torcida da mídia para que os primeiros “vençam”). Tudo isso, além de reportagens equivocadas – como aquela que o mostrava como prestes a “renunciar” no ano de 2000 – mostram em sua crueza a falta que uma figura como João Paulo já está a fazer.

Apesar de não ser católico, não posso me furtar de dizer que João Paulo II foi o papa mais importante que tive o prazer de conhecer.
Durante os anos mais importantes de seu papado pode-se dizer que João Paulo sacudiu o planeta, ficando exatamente onde sempre esteve: no coração da tradição cristã.
Um verdadeiro “rolling stone”...

Anos 90/2000: "Papa", don´t preach...


João Paulo II acertou em muitos pontos, mas não se pode negar que nos anos 90 o comportamento do Papa pode ser considerado no mínimo contraditório. Depois de ter liderado junto com o presidente Reagan uma poderosa frente contra o comunismo, o João Paulo dos anos recentes foi errático:fez uma visita ao ditator Castro que para muitos pareceu simpática ao ex-coroinha no cargo de "comandante" da ilha. Seu discurso na ilha não poderia ter sido mais dúbio.
Se por um lado condenou a falta "liberdade de pensamento" e os estados ateus ou religiosos por outro também condenou o que chamou de "ressurgimento de um tipo de capitalismo neo-liberal, que subordina as pessoas às forças forças cegas do mercado". Como se o tal mercado não fosse uma reunião de pessoas, em última análise.

Outro trecho do discurso foi simplório-socialista:" Vemos um pequeno número de países crescendo em riqueza ao custo do aumento de pobreza de um grande número de países".

Outro ponto baixo foi seu alinhamento automático contra a guerra do Iraque: vejam bem, como cristão o Papa deve ser contra todo o tipo de guerra. Mas também contra todo o tipo de tirania. Como sua condenação específica à intervenção americana no Iraque foi muito maior do que qualquer outra guerra em curso no mundo, pareceu que o Papa fazia distinção entre elas de maneira marcante.

De qualquer maneira, apesar das pregações contraditórias dos últimos tempos, a posteridade deve pensar no Papa João Paulo II como um "Rolling Stone", um "Street Fighting Man" a favor da liberdade.