quarta-feira, abril 13, 2005

Anos 90/2000: "Papa", don´t preach...


João Paulo II acertou em muitos pontos, mas não se pode negar que nos anos 90 o comportamento do Papa pode ser considerado no mínimo contraditório. Depois de ter liderado junto com o presidente Reagan uma poderosa frente contra o comunismo, o João Paulo dos anos recentes foi errático:fez uma visita ao ditator Castro que para muitos pareceu simpática ao ex-coroinha no cargo de "comandante" da ilha. Seu discurso na ilha não poderia ter sido mais dúbio.
Se por um lado condenou a falta "liberdade de pensamento" e os estados ateus ou religiosos por outro também condenou o que chamou de "ressurgimento de um tipo de capitalismo neo-liberal, que subordina as pessoas às forças forças cegas do mercado". Como se o tal mercado não fosse uma reunião de pessoas, em última análise.

Outro trecho do discurso foi simplório-socialista:" Vemos um pequeno número de países crescendo em riqueza ao custo do aumento de pobreza de um grande número de países".

Outro ponto baixo foi seu alinhamento automático contra a guerra do Iraque: vejam bem, como cristão o Papa deve ser contra todo o tipo de guerra. Mas também contra todo o tipo de tirania. Como sua condenação específica à intervenção americana no Iraque foi muito maior do que qualquer outra guerra em curso no mundo, pareceu que o Papa fazia distinção entre elas de maneira marcante.

De qualquer maneira, apesar das pregações contraditórias dos últimos tempos, a posteridade deve pensar no Papa João Paulo II como um "Rolling Stone", um "Street Fighting Man" a favor da liberdade.

Nenhum comentário: