domingo, março 01, 2009

A Fórmula do Caos

Título: A Fórmula do Caos

02-03-2009

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21:44:09



Luiz Alberto Moniz Bandeira, autor brasileiro, alcança sucesso em Portugal.
Hoje vi o seu livro " Fórmula para o Caos" em destaque em muitas livrarias aqui no Porto.
O livro foi lançado em novembro de 2008 no Brasil e agora está liderando as vendas em Portugal...

É uma pena que o melhor da produção brasileira tenha tão pouca representação aqui em Portugal.
Nada de Olavo de Carvalho, Denis Rosenfield. Uma pena.

Moniz Bandeira, aliás, foi o responsável por uma ação que demonstrou toda a sua fleuma "democrática": investiu judicialmente contra a publicação de uma resenha desfavorável a um de seus livros. Isto mesmo: a resenha publicada na falecida revista Primeira Leitura , assinada pelo Reinaldo Azevedo e o filósofo Roberto Romano da Silva, à propósito do livro anterior de Moniz "Formação do Império Americano: Da Guerra Contra a Espanha à Guerra do Iraque".

O texto, entitulado "A Formiga Que Marchava Contra o Império - Uma Fábula Hegeliana" atraiu a fúria de Moniz, quando foi publicada na revista e reproduzida no blog de Orlando Tambosi. Depois de uma ação judicial por "danos morais" e de uma infame "lei de imprensa" oriunda da ditaduta, tanto a revista quanto o blogger foram indiciados e condenados. Moniz ainda acusou-os de estarem à serviço da CIA.

O episódio revela muito sobre o caráter democrático de todos os combatentes ativos ou dissimulados pela "democracia" nos anos 60. Leia aqui toda a história, direto do blog do Tambosi.

Aliás, colocar a culpa em tudo o que se passou na América Latina - ditaduras, torturas, etc - ao dedo único da CIA e da mão dos EUA é uma simplificação que os autores esquerdistas não conseguem deixar de lado. Esquecem - ou fingem que esquecem - do que a URSS e Cuba promoveram na AL para desequilibrar governos ("lutas sociais" implantadas em laboratório) ou promovendo verdadeiros "Manchurian Candidates" (Allende, Jango) em governantes eleitos democraticamente eleitos através de práticas de influência e propaganda.

No Brasil, a mais famosa mentira foi a de atribuir aos EUA a operação para destituir João Goulart. Publiquei há três anos uma série de artigos neste blog ( Jogo de Intrigas I e II) que promoviam a verdade sobre este aspecto da anti-revolução de 1964, com base no depoimento factual de um ex-agente comunista, Ladislav Bittmann. Comparei a descrição de toda a operação, contida no livro "Deception Game" com o que Moniz declarava em outra de suas obras "O Governo João Goulart: As lutas sociais no Brasil (1961-1964)". Na comparação, Moniz passa a simples propagandista.

Parece-me que agora Moniz embarca em mais uma missão propagandística, um tanto que tardia: a de promover a data de 11 de setembro como homenagem a Salvador Allende, o presidente que os seguranças cubanos assassinaram para que não se rendesse às forças de Pinochet em La Moneda, 1973 ( segundo um outro livro que ninguém comenta), para sobrepor aos ataques à Torres Gêmeas em Nova Iorque.
Pelo que li das resenhas, no entanto, desta vez Moniz é mais comedido: coloca muito da culpa sobre Allende.

Mas vamos aos fatos: a deposição de Allende foi autorizada pelo congresso chileno, em agosto de 1973. O exército (Pinochet) apenas atendeu a uma resolução constitucional. É claro que houve excessos. Mas não haveria tais excessos se Allende não provocasse a reação. Leia aqui a íntegra da resolução de 22 de agosto de 1973 (en castellaño).


Ps.: Após publicar esta postagem recebi, via mail, uma interessante minibiografia do autor. Está claro que ele acredita ainda nas mesmíssimas coisas.

Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira integrava os quadros da organização comunista Política Operária (POLOP), dissidência do PECEBÃO (Partido Comunista Brasileiro), criada por marxistas que buscavam uma posição intermediária entre a via pacífica, então preconizada pelo PCB e a violência armada permanente dos trotskistas.

Seus membros se autodenominavam como a esquerda independente. Já em abril de 1964, reunindo militantes intelectuais   que haviam passado para a clandestinidade e núcleos de marinheiros e fuzileiros navais impregnados  pelo marxismo, a POLOP procurou traçar  as primeiras normas de um foco guerrilheiro.


Como a maioria dos intelectuais da Polop eram residentes na zona sul do Rio de Janeiro esta iniciativa revolucionária ficou conhecida  como "A GUERRILHA DE COPACABANA", desarticulada em seu nascedouro pelos órgãos policias. Isso levou as esquerdas a repensarem suas estruturas operacionais destinadas a derrubada do regime, ao mesmo tempo em que, em autocrítica,  revisaram o comportamento dos presos em interrogatórios. No planejamento da "GUERRILHA DE COPACABANA", MONIZ BANDEIRA FOI UM ELEMENTO DE PROA.


  Alguns dados, contendo algumas deturpações, sobre o "GAJO" podem ser encontrados no endereço abaixo:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Luiz_Alberto_de_Vianna_Moniz_Bandeira





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