sábado, setembro 01, 2007

Foro de São Paulo: Tudo O Que Você Precisa Saber (e Repassar)

Muitas manifestações anti-Lula estão ocorrendo no Brasil. Tenha o nome que tiver, de "Cansei" ou o simples e direto "Fora Lulla", todos reclamam do mesmo: chega de corrupção, violência, etc.
Mas o principal, a acusação mais séria, e a que justifica não só o impeachment de Lula mas a cassação de registro eleitoral do PT e de muitos outros partidos de esquerda no Brasil não são divulgadas.
Até o momento "Foro de São Paulo" passou por por algumas metamorfoses perante os círculos mais "intelectualizados".
No princípio, quando Olavo de Carvalho chamou a atenção sobre as atividades do grupo, tudo não passava de fantasia de um "paranóico" anti-comunista.
Em 2002, com artigos de Constatine Menges e Armando Valladares alertando sobre o "novo eixo do mal", o único jornalista brasileiro - Boris Casoy - a perguntar ao então candidato Lula da Silva sobre estas acusações, teve como resposta um "não fale mais sobre isso!".
Em 2005 quando o Foro voltou a acontecer em São Paulo, com a abertura do próprio presidente do Foro, ooops, do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, não dava mais para pregar a sua inexistência. Comemoravam-se em 2005 já 15 anos de atividade.
Passou-se à fase de "grupo de debates" inofensivo.
Em 2007 , com a divulgação do vídeo preparatório do terceiro (TERCEIRO? não me acusem de subliminares, hein?) congresso do PT, escancarando a importância do Foro em seu projeto de "Socialismo Petista", não deu para tapar o sol com a peneira.
Mas, mais uma vez, nossos "media" evitaram comentar o assunto, preferindo Renan, as vaias a Lula e as corrupções habituais.
Um amigo, do Retrospectiva Brasil
criou um documento em PDF já preparado para imprimir e distribuir, com um resumo do que é , quem faz parte e quais os objetivos.
Copie, imprima, distribua e repasse!
Aqui , o link para o folder em PDF do Foro de São Paulo


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quinta-feira, agosto 30, 2007

Sobre Concorrências "Perfeitas"

José Manuel Moreira, no "Diário Económico" sobre as idéias distorcidas que a média da população tem sobre o que seja uma "concorrência perfeita" (oriunda de um "mercado perfeito") e o custo que advém de sua busca em face de que os agentes econômicos (ou seja eu, tu, ele, nós, vós e eles) que a criam são intrisicamente imperfeitos.


O tema é tratado com o pretexto da concorrência entre os semanários "Expresso" e "Sol" aqui em Portugal.




No final, com a impossibilidade de se criar o perfeito do imperfeito, chama-se o onipotente Estado e toda a liberdade acaba virando um "pretérito imperfeito", face ao controle estatal no "presente mais que perfeito".


A citação final é preciosa e deve ser o mote de todos que defendem a liberdade de mercado: “mesmo os homens maus podem ser levados pelo mercado a fazer o bem,

enquanto homens bons podem ser induzidos pelo processo político a fazer

o mal”.


A concorrência entre o “Expresso” e o “Sol” está viva e recomenda-se. As tiragens anunciam-se elevadas e a coisa promete. Lá comprei o segundo número, mas é no primeiro que me quero fixar. Mais propriamente numa espécie de “carta de intenções” do Confidencial, intitulada “Concorrência Perfeita”. Mal vi a expressão fiquei logo preocupado e a leitura não desiludiu: está em linha com o que por aí anda e vende, embora tivesse sido levado a pensar que mais sol significasse mais luz. É o retrato perfeito da falta de clareza teórica que nos acompanha, e a que nem mesmo os “económicos” escapam.


Não há nada melhor na prática do que uma boa teoria. É por isso natural que as insuficiências teóricas inquinem as discussões mais sérias, como aconteceu com a proposta para a Segurança Social apresentada no Compromisso Portugal. Mas voltemos à “concorrência perfeita”. Depois de uma definição bastante imperfeita, diz-se: “Mas a verdade é que a realidade moderna mostra que estamos longe da concorrência perfeita, se é que alguma vez existiu”. Qual então a razão para a escolha da expressão? Mais surpreendente é que, depois de se considerar que “as denominadas falhas de mercado como as barreiras à concorrência, às vezes criadas pelo próprio Estado, a excessiva regulamentação e os monopólios constituem distorções que afectam negativamente uma economia”, se conclua: “O caderno Confidencial que está a ler pela primeira vez, vai assumir, sem ambiguidades, as vantagens da concorrência e o papel do Estado na correcção das falhas do mercado”. Tudo isto parece ambíguo e deveras confuso. Mas é o que vem nos livros. A essa luz, o texto é claro e ilustrativo do que continua a fazer escola.


De facto, se analisarmos um bom manual de economia veremos que, após um bom número de capítulos sobre o mercado e quase igual número sobre microeconomia, há um ou dois capítulos que resumem o que se pode afirmar sobre o mercado. Depois o livro não deixará de elogiar a utilidade dos mercados e o quão eficientes podem ser. Já na segunda parte desse mesmo capítulo (ou talvez num capítulo separado), o livro salientará que é evidente que essas vantagens de mercado só podem ser verdadeiras se tivermos condições de concorrência perfeita, de perfeito conhecimento, ou seja, se tivermos essas e outras muitas condições que, naturalmente, não temos. Portanto, o livro continua, as nossas análises ensinam-nos o quanto, de um ou outro modo, é importante a intervenção do Governo. Daí que a necessidade de intervenção governamental – sob a forma de leis anti-‘trust’, controle de preços ou qualquer outra – seja atribuída à diferença entre as realidades do mundo em que vivemos e as suposições abstractas exigidas para a validação dos principais modelos neoclássicos. Tudo isto parece contraditório, mas pode ter vantagens para quem quer seguir a vida académica: a primeira parte é essencial para um bom doutoramento e a segunda para um bom emprego (e reforma a condizer) numa das instituições públicas vocacionadas para regular ou corrigir as falhas do mercado. E com sorte ainda se chega ao topo nos dois lados.


Em tempos, um desses meus colegas com sorte foi descrito no “Expresso” como neoclássico e keynesiano, como se isso fosse questionável. Mas não é. Vendo bem, os pressupostos ideais associados a um modelo de equilíbrio geral perfeitamente competitivo exigem suposições tão fantásticas e tão exigentes que o próprio modelo se torna um argumento favorável à intervenção do governo.


Cheguei a pensar que o “Sol” nos ajudasse a ver que os mercados são sempre imperfeitos porque trabalham com e para pessoas imperfeitas: ou seja, perfeitamente humanas. Querer substituir a “imperfeição do mercado” pela “correcção” do Governo, sem ver que o mercado político pode ser mais imperfeito do que o mercado económico, é tão errado como perigoso. A evidência histórica mostra que as imperfeições do Governo estão mais enraizadas e são menos remediáveis do que as imperfeições do mercado. Daí o aviso de A. Seldon: “mesmo os homens maus podem ser levados pelo mercado a fazer o bem, enquanto homens bons podem ser induzidos pelo processo político a fazer o mal”.


____


José Manuel Moreira, Professor universitário e membro da Mont Pélérin Society


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Estagiária é condenada a 30 anos por morte colega

A que ponto uma criatura destas pode chegar. Incrível.


SÃO PAULO - A ex-estagiária da empresa Petrocoque, de Cubatão, Carolina de Paula Farias, de 24 anos, foi condenada nesta quarta-feira a 30 anos e 4 meses de prisão pelo assassinato da colega Mônica Tamer Cruz de Almeida, de 42 anos, em dezembro de 2005, com o objetivo de ser efetivada na empresa.



terça-feira, agosto 28, 2007

Mais informações sobre a Manuela, pré-candidata da CSN...oops, do PCd$.

Rodrigo, do day after day, repassa mais informações sobre a candidata do aço & petróleo....


Caro Assumpção,

Esquerdista é sempre de uma hipocrisia impressionante, já que eles não vêem nenhum problema nisto para colocar em práticas suas idéias dementes. Gostaria de dizer que já tinha denunciado a Manuela D'Ávila, apelidada de Miss Cinqüentinha, no site do então PFL de Porto Alegre com o artigo " E aí, Beleza? Beleza total, a CSN me banca!" ainda em dezembro de 2006. E se tu quiseres mais informações sobre a Miss Cinqüentinha, acesse o tag " Manuela D'Ávila" do meu blog.


Crimes na floresta



A FUNAI (Fundação Nacional do Índio) , com a desculpa de proteger a "cultura" indígena acoberta assassinatos de crianças a sangue-frio. Nestes casos o "Estatuto de Criança de do Adolescente" nada vale.


É impressionante a reversão das coisas. O Estatuto, apelidado de "ECA" serve, nas metrópoles, para acobertar e proteger assassinos adolescentes e crianças a mando do tráfico. Nas selvas, nada vale, a não ser a vocação eugênica de muitas tribos que continuam a assassinar crianças inocentes por não estarem "de acordo" com suas regras morfológicas.


No final, as leis e instituições acabam protegendo os assassinos, seja na cidade, seja na floresta.


Outra questão que isso traz à tona é que o discurso da FUNAI é extremamente racista, pois coloca os índios como uma espécie animal irracional qualquer que não pode ter acesso aos mesmos direitos dos outros homens, de forma que as coloca em um nível inferiror.


Leia a história emocionante de missionários religiosos que salvaram uma menina indígena (Hakani) da morte certa e ganharam uma filha...





Crimes na floresta


Muitas tribos brasileiras ainda matam crianças - e a Funai nada faz para impedir o infanticídio


Por Leonardo Coutinho


Revista Veja - 15/08/2007


Photoon


A índia Hakani abraça a mãe adotiva, Márcia, no seu aniversário de 12 anos


A fotografia acima foi tirada numa festa de aniversário realizada em 7 de julho em Brasília. Para comemorar os seus 12 anos, a menina Hakani pediu a sua mãe adotiva, Márcia Suzuki, que decorasse a mesa do bolo com figuras do desenho animado Happy Feet. O presente de que ela mais gostou foi um boneco de Mano, protagonista do filme.


Mano é um pingüim que não sabe cantar, ao contrário de seus companheiros. Em vez de cantar, dança. Por isso, é rejeitado por seus pais. A história de Hakani também traz as marcas de uma rejeição. Nascida em 1995, na tribo dos índios suruuarrás, que vivem semi-isolados no sul do Amazonas, Hakani foi condenada à morte quando completou 2 anos, porque não se desenvolvia no mesmo ritmo das outras crianças.


Escalados para ser os carrascos, seus pais prepararam o timbó, um veneno obtido a partir da maceração de um cipó. Mas, em vez de cumprirem a sentença, ingeriram eles mesmos a substância.


O duplo suicídio enfureceu a tribo, que pressionou o irmão mais velho de Hakani, Aruaji, então com 15 anos, a cumprir a tarefa. Ele atacou-a com um porrete. Quando a estava enterrando, ouviu-a chorar. Aruaji abriu a cova e retirou a irmã. Ao ver a cena, Kimaru, um dos avôs, pegou seu arco e flechou a menina entre o ombro e o peito.


Tomado de remorso, o velho suruuarrá também se suicidou com timbó. A flechada, no entanto, não foi suficiente para matar a menina. Seus ferimentos foram tratados às escondidas pelo casal de missionários protestantes Márcia e Edson Suzuki, que tentavam evangelizar os suruuarrás.


Eles apelaram à tribo para que deixasse Hakani viver. A menina, então, passou a dormir ao relento e comer as sobras que encontrava pelo chão. "Era tratada como um bicho", diz Márcia. Muito fraca, ela já contava 5 anos quando a tribo autorizou os missionários a levá-la para o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, em São Paulo.


Com menos de 7 quilos e 69 centímetros, Hakani tinha a compleição de um bebê de 7 meses. Os médicos descobriram que o atraso no seu desenvolvimento se devia ao hipotireoidismo, um distúrbio contornável por meio de remédios.


Márcia e Edson Suzuki conseguiram adotar a indiazinha. Graças a seu empenho, o hipotireoidismo foi controlado, mas os maus-tratos e a desnutrição deixaram seqüelas. Aos 12 anos, Hakani mede 1,20 metro, altura equivalente à de uma criança de 7 anos. Como os suruuarrás a ignoravam, só viria a aprender a falar na convivência com os brancos.


Ela pronunciou as primeiras palavras aos 8 anos. Hoje, tem problemas de dicção, que tenta superar com a ajuda de uma fonoaudióloga. Um psicólogo recomendou que ela não fosse matriculada na escola enquanto não estivesse emocionalmente apta a enfrentar outras crianças. Hakani foi alfabetizada em casa pela mãe adotiva. Neste ano, o psicólogo autorizou seu ingresso na 2ª série do ensino fundamental.


A história da adoção é um capítulo à parte. Mostra como o relativismo pode ser perverso. Logo que retiraram Hakani da aldeia, os Suzuki solicitaram autorização judicial para adotá-la. O processo ficou cinco anos emperrado na Justiça do Amazonas, porque o antropólogo Marcos Farias de Almeida, do Ministério Público, deu um parecer negativo à adoção.


No seu laudo, o antropólogo acusou os missionários de ameaçar a cultura suruuarrá ao impedir o assassinato de Hakani. Disse que semelhante barbaridade era "uma prática cultural repleta de significados".


Ao contrário do que acredita o antropólogo Almeida, os índios da tribo não decidem sempre da mesma forma. Em 2003, a suruuarrá Muwaji deu à luz uma menina, Iganani, com paralisia cerebral. A aldeia exigiu que ela fosse morta. Muwaji negou-se a executá-la e conseguiu que a tribo autorizasse seu tratamento em Manaus.


Médicos da capital amazonense concluíram que o melhor seria encaminhar Iganani para Brasília. Antes disso, porém, foi necessário driblar a Fundação Nacional do Índio (Funai). O órgão vetou sua transferência com o argumento de que um índio isolado não poderia viver na civilização. Só voltou atrás quando o caso foi denunciado à imprensa.


Agora, Iganani passa três meses por ano em Brasília. Aos 4 anos, consegue caminhar com o auxílio de um andador. Estaria melhor se a Funai permitisse que ela morasse continuamente em Brasília. Há dois anos, os suruuarrás voltaram a enfrentar uma mãe que se recusava a matar a filha hermafrodita, Tititu. A tribo consentiu que a menina fosse tratada por brancos. Em São Paulo, ela passou por uma cirurgia corretora. Sem a anomalia, Tititu foi finalmente aceita pela aldeia.


[img02] O infanticídio é comum em determinadas espécies animais. É uma forma de selecionar os mais aptos. Quando têm gêmeos, os sagüis matam um dos filhotes. Chimpanzés e gorilas abandonam as crias defeituosas. Também era uma prática recorrente em civilizações de séculos atrás.


Em Esparta, cidade-estado da Grécia antiga que primava pela organização militar de sua sociedade, o infanticídio servia para eliminar aqueles meninos que não renderiam bons soldados. Um dos seus mais brilhantes generais, Leônidas entrou para a história por ter liderado a resistência heróica dos Trezentos de Esparta no desfiladeiro de Termópilas, diante do Exército persa, em 480 aC.


Segundo o historiador Heródoto, Leônidas teria sido salvo do sacrifício apesar de ter um pequeno defeito em um dos dedos da mão porque o sacerdote encarregado da triagem pressentiu o grande futuro que o bebê teria.


Entre os índios brasileiros, o infanticídio foi sendo abolido à medida que se aculturavam. Mas ele resiste, principalmente, em tribos remotas - e com o apoio de antropólogos e a tolerância da Funai. É praticado por, no mínimo, treze etnias nacionais.


Um dos poucos levantamentos realizados sobre o assunto é da Fundação Nacional de Saúde. Ele contabilizou as crianças mortas entre 2004 e 2006 apenas pelos ianomâmis: foram 201. Mesmo índios mais próximos dos brancos ainda praticam o infanticídio. Os camaiurás, que vivem em Mato Grosso, adoram exibir o lado mais vistoso de sua cultura.


Em 2005, a tribo recebeu dinheiro da BBC para permitir que lutadores de judô e jiu-jítsu disputassem com seus jovens guerreiros a luta huka-huka, parte integrante do ritual do Quarup, em frente às câmeras da TV inglesa.


[img01]


Um ano antes, porém, sem alarde, os camaiurás enterraram vivo o menino Amalé, nascido de uma mãe solteira. Ele foi desenterrado às escondidas por outra índia, que, depois de muita insistência, teve permissão dos chefes da tribo para adotá-lo.


Há três meses, o deputado Henrique Afonso (PT-AC) apresentou um projeto de lei que prevê pena de um ano e seis meses para o "homem branco" que não intervier para salvar crianças indígenas condenadas à morte. O projeto classifica a tolerância ao infanticídio como omissão de socorro e afirma que o argumento de "relativismo cultural" fere o direito à vida, garantido pela Constituição.


"O Brasil condena a mutilação genital de mulheres na África, mas permite a violação dos direitos humanos nas aldeias. Aqui, só é crime infanticídio de branco", diz Afonso. Ao longo de três semanas, VEJA esperou por uma declaração da Funai sobre o projeto do deputado e as histórias que aparecem nesta reportagem.


A fundação não o fez e não justificou sua omissão. Extra-oficialmente, seus antropólogos apelam para o argumento absurdo da preservação da cultura indígena. A Funai deveria ouvir a índia Débora Tan Huare, que representa 165 etnias na Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira: "Nossa cultura não é estável nem é violência corrigir o que é ruim. Violência é continuar permitindo que crianças sejam mortas".


A fotografia acima foi tirada numa festa de aniversário realizada em 7 de julho em Brasília. Para comemorar os seus 12 anos, a menina Hakani pediu a sua mãe adotiva, Márcia Suzuki, que decorasse a mesa do bolo com figuras do desenho animado Happy Feet. O presente de que ela mais gostou foi um boneco de Mano, protagonista do filme.


Mano é um pingüim que não sabe cantar, ao contrário de seus companheiros. Em vez de cantar, dança. Por isso, é rejeitado por seus pais. A história de Hakani também traz as marcas de uma rejeição. Nascida em 1995, na tribo dos índios suruuarrás, que vivem semi-isolados no sul do Amazonas, Hakani foi condenada à morte quando completou 2 anos, porque não se desenvolvia no mesmo ritmo das outras crianças.


Escalados para ser os carrascos, seus pais prepararam o timbó, um veneno obtido a partir da maceração de um cipó. Mas, em vez de cumprirem a sentença, ingeriram eles mesmos a substância.


O duplo suicídio enfureceu a tribo, que pressionou o irmão mais velho de Hakani, Aruaji, então com 15 anos, a cumprir a tarefa. Ele atacou-a com um porrete. Quando a estava enterrando, ouviu-a chorar. Aruaji abriu a cova e retirou a irmã. Ao ver a cena, Kimaru, um dos avôs, pegou seu arco e flechou a menina entre o ombro e o peito.


Tomado de remorso, o velho suruuarrá também se suicidou com timbó. A flechada, no entanto, não foi suficiente para matar a menina. Seus ferimentos foram tratados às escondidas pelo casal de missionários protestantes Márcia e Edson Suzuki, que tentavam evangelizar os suruuarrás.


Eles apelaram à tribo para que deixasse Hakani viver. A menina, então, passou a dormir ao relento e comer as sobras que encontrava pelo chão. "Era tratada como um bicho", diz Márcia. Muito fraca, ela já contava 5 anos quando a tribo autorizou os missionários a levá-la para o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, em São Paulo.


Com menos de 7 quilos e 69 centímetros, Hakani tinha a compleição de um bebê de 7 meses.


Os médicos descobriram que o atraso no seu desenvolvimento se devia ao hipotireoidismo, um distúrbio contornável por meio de remédios.


Márcia e Edson Suzuki conseguiram adotar a indiazinha. Graças a seu empenho, o hipotireoidismo foi controlado, mas os maus-tratos e a desnutrição deixaram seqüelas. Aos 12 anos, Hakani mede 1,20 metro, altura equivalente à de uma criança de 7 anos. Como os suruuarrás a ignoravam, só viria a aprender a falar na convivência com os brancos.


Ela pronunciou as primeiras palavras aos 8 anos. Hoje, tem problemas de dicção, que tenta superar com a ajuda de uma fonoaudióloga. Um psicólogo recomendou que ela não fosse matriculada na escola enquanto não estivesse emocionalmente apta a enfrentar outras crianças. Hakani foi alfabetizada em casa pela mãe adotiva. Neste ano, o psicólogo autorizou seu ingresso na 2ª série do ensino fundamental.


A história da adoção é um capítulo à parte. Mostra como o relativismo pode ser perverso. Logo que retiraram Hakani da aldeia, os Suzuki solicitaram autorização judicial para adotá-la. O processo ficou cinco anos emperrado na Justiça do Amazonas, porque o antropólogo Marcos Farias de Almeida, do Ministério Público, deu um parecer negativo à adoção.


No seu laudo, o antropólogo acusou os missionários de ameaçar a cultura suruuarrá ao impedir o assassinato de Hakani. Disse que semelhante barbaridade era "uma prática cultural repleta de significados".


Ao contrário do que acredita o antropólogo Almeida, os índios da tribo não decidem sempre da mesma forma. Em 2003, a suruuarrá Muwaji deu à luz uma menina, Iganani, com paralisia cerebral. A aldeia exigiu que ela fosse morta. Muwaji negou-se a executá-la e conseguiu que a tribo autorizasse seu tratamento em Manaus.


Médicos da capital amazonense concluíram que o melhor seria encaminhar Iganani para Brasília. Antes disso, porém, foi necessário driblar a Fundação Nacional do Índio (Funai).


O órgão vetou sua transferência com o argumento de que um índio isolado não poderia viver na civilização. Só voltou atrás quando o caso foi denunciado à imprensa.


Agora, Iganani passa três meses por ano em Brasília. Aos 4 anos, consegue caminhar com o auxílio de um andador. Estaria melhor se a Funai permitisse que ela morasse continuamente em Brasília. Há dois anos, os suruuarrás voltaram a enfrentar uma mãe que se recusava a matar a filha hermafrodita, Tititu. A tribo consentiu que a menina fosse tratada por brancos. Em São Paulo, ela passou por uma cirurgia corretora. Sem a anomalia, Tititu foi finalmente aceita pela aldeia.


Hulton Archieve/Getty Images{txtalt}


Leônidas, o herói que entrou para a história: em sua Esparta bebês defeituosos eram mortos


O infanticídio é comum em determinadas espécies animais. É uma forma de selecionar os mais aptos. Quando têm gêmeos, os sagüis matam um dos filhotes. Chimpanzés e gorilas abandonam as crias defeituosas. Também era uma prática recorrente em civilizações de séculos atrás.


Em Esparta, cidade-estado da Grécia antiga que primava pela organização militar de sua sociedade, o infanticídio servia para eliminar aqueles meninos que não renderiam bons soldados. Um dos seus mais brilhantes generais, Leônidas entrou para a história por ter liderado a resistência heróica dos Trezentos de Esparta no desfiladeiro de Termópilas, diante do Exército persa, em 480 aC.


Segundo o historiador Heródoto, Leônidas teria sido salvo do sacrifício apesar de ter um pequeno defeito em um dos dedos da mão porque o sacerdote encarregado da triagem pressentiu o grande futuro que o bebê teria.


Entre os índios brasileiros, o infanticídio foi sendo abolido à medida que se aculturavam. Mas ele resiste, principalmente, em tribos remotas - e com o apoio de antropólogos e a tolerância da Funai. É praticado por, no mínimo, treze etnias nacionais.


Um dos poucos levantamentos realizados sobre o assunto é da Fundação Nacional de Saúde. Ele contabilizou as crianças mortas entre 2004 e 2006 apenas pelos ianomâmis: foram 201.


Mesmo índios mais próximos dos brancos ainda praticam o infanticídio. Os camaiurás, que vivem em Mato Grosso, adoram exibir o lado mais vistoso de sua cultura.


Em 2005, a tribo recebeu dinheiro da BBC para permitir que lutadores de judô e jiu-jítsu disputassem com seus jovens guerreiros a luta huka-huka, parte integrante do ritual do Quarup, em frente às câmeras da TV inglesa.



Photoon{txtalt}


Amalé: sobrevivente de uma tribo que fez pose para a BBC


Um ano antes, porém, sem alarde, os camaiurás enterraram vivo o menino Amalé, nascido de uma mãe solteira. Ele foi desenterrado às escondidas por outra índia, que, depois de muita insistência, teve permissão dos chefes da tribo para adotá-lo.


Há três meses, o deputado Henrique Afonso (PT-AC) apresentou um projeto de lei que prevê pena de um ano e seis meses para o "homem branco" que não intervier para salvar crianças indígenas condenadas à morte. O projeto classifica a tolerância ao infanticídio como omissão de socorro e afirma que o argumento de "relativismo cultural" fere o direito à vida, garantido pela Constituição.


"O Brasil condena a mutilação genital de mulheres na África, mas permite a violação dos direitos humanos nas aldeias. Aqui, só é crime infanticídio de branco", diz Afonso. Ao longo de três semanas, VEJA esperou por uma declaração da Funai sobre o projeto do deputado e as histórias que aparecem nesta reportagem.


A fundação não o fez e não justificou sua omissão. Extra-oficialmente, seus antropólogos apelam para o argumento absurdo da preservação da cultura indígena. A Funai deveria ouvir a índia Débora Tan Huare, que representa 165 etnias na Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira: "Nossa cultura não é estável nem é violência corrigir o que é ruim. Violência é continuar permitindo que crianças sejam mortas".





Tags: crianças | cultura | EUGENIA | Funai | indios | missionarios | morte

segunda-feira, agosto 27, 2007

Manu, a "Barbie" do PCdo$

A Barbie do PcdoB (Manuela – os pais dela gostavam do Júlio Iglesias, pelo visto) tem campanha em nível industrial.

Já espoucam outdoors em Porto Alegre agora, com mais de um ano adiante das eleições 2008. Apresentada como a “candidata da juventude” com campanha preparada por (parece ser) por publicitários (“e aí? Beleza?”) os outdoors têm estilo modernoso. O slogan é “Viva um novo Brasil”. Estranho para uma candidata a prefeita, querendo mudar o Brasil, né?

A campanha da Manu parece estar de vento em popa. De candidata a vereadora em 2004, salta para candidata vitoriosa e com recorde de votação para Deputada Federal. E agora ensaia avançar sobre a prefeitura de Porto Alegre.

Para responder a esta questão, afinal “beleza” não é o quesito adequado para eleger alguém.

Checando a lista de doações das eleições 2006 obtida no site do TSE , temos algumas pistas. Abaixo reproduzo as 8 maiores doações da vitoriosa campanha da “Manu” para deputada federal pelo PcdoB. Eis as doações acima de R$ 10.000,00.

Total Doações : R$ 359.758,67

Nome

Valor

1

CIA SIDERÚRGICA NACIONAL

R$ 50,000.00

2

Comitê Financeiro Único PC do B-RS

R$ 33,000.00

3

Comitê Financeiro Único PC do B-RS

R$ 15,000.00

4

BRASKEM SA

R$ 10,000.00

5

CIA ZAFFARI COM INDUSTRIA

R$ 10,000.00

6

ANTÔNIO CARBONARI NETTO

R$ 10,000.00

7

WALTER OLIVEIRA

R$ 10,000.00

8

MANUELA PINTO D'AVILA

R$ 10,000.00

Total dos doadores acima R$10.000,00

R$ 148,000.00



Em primeiríssimo lugar , a CSN doou 50 K para a campanha. O quê a CSN teria a ganhar financiando uma candidata anti-capitalista, com propostas velhas e bolorentas como ela?

Para quem não sabe a CSN é “empresa de capital aberto, com ações negociadas nas Bolsas de Valores de São Paulo e de Nova Iorque (NYSE), a CSN é um dos maiores e mais competitivos complexos siderúrgicos integrados da América Latina. Com capacidade de produção anual de 5,8 milhões de toneladas e cerca de oito mil empregados, a CSN concentra suas atividades em siderurgia, mineração e infra-estrutura. Oferece uma das mais completas linhas de aços planos do continente, de alto valor agregado.”

Qual seria o interesse da CSN na Manu?

Seria a candidata na verdade uma representante dos interesses da CSN na câmara federal?

O que uma empresa de perfil capitalista e global teria a ganhar financiando candidatos de partidos que, em última análise, pregam a tomada do poder em conjunto com o PT para instituição do “Socialismo Petista” sob as bênçãos de Fidel, Chávez no Foro de São Paulo?

Mas tem mais.

Outra companhia peso pesado no setor petrolífero , a Braskem, também contribuiu para a nossa Barbie.

Além da Cia Zaffari de supermercados, habitual doadora para candidatos petistas à prefeitura de Porto Alegre

Não há apelido mais certeiro para a Manuela. A propaganda a vende como jovem e rebelde. Nada mais falso, o “grande capital” ajudou na maior parte dos recursos de sua campanha.

E quais serão os resultados? Manu vai comprometer-se com o livre mercado, com o empreendedorismo? Não. Ela vai continuar sua cantilena socialista em busca da “superação da 'opressão' do capitalismo”.

Como Lênin já disse uma vez sobre os capitalistas : ““O capitalismo nos fornecerá a corda com que o enforcaremos.” No caso da Manuela, nada mais certeiro.

Eu me pergunto o que passa na cabeça dos dirigentes destas empresas, para financiar estúpidas decisões eleitorais. Os comunistas enchem a burra de doações enquanto candidatos comprometidos com o mercado, com o desenvolvimento são deixados morrendo à míngua.

No Brasil até passeata gay tem mais financiamentos privados do que qualquer atitude comprometida com a geração de riqueza, empregos ou o desenvolvimento do país.

É claro, vão dizer que os empresários buscam proteção e influência sobre determinado candidato. E ganham na loteria se o seu escolhido acabar por ganhar eleições e o poder. Conta-se que os Bildenbergs tiraram na loteria quando convidaram o obscuro governador do Arkansas, Bill Clinton em um de seus ultra-secretos encontros no início de 1992. Em novembro ele era eleito (quase milagrosamente) o novo presidente dos Estados Unidos.

Imaginar que algum capitalista poderá ter influência sobre um candidato de um partido comunista é como fazer um pacto com o Diabo. Pior, pois o Diabo costuma cumprir a sua parte..

Será que tudo isso então é por causa da “beleza” da candidata? Se for isso, é bom avisar aos incautos que esta Barbie pode ser perigosa. Mortalmente perigosa. Já dizia o velho ditado “ por fora, bela viola...”.