sexta-feira, agosto 25, 2006

Pilar Rahola em Porto Alegre

No dia 23/08 tive o prazer de voltar ao seio da comunidade judaica em Porto Alegre para ouvir a deputada Pilar Rahola falar sobre "A situação no Oriente Médio".
Infelizmente não encontrei nenhuma transcrição desta palestra, mas encontrei outra, realizada em 16/08 em Buenos Aires que fala do mesmo tema para a mesma audiência.

Vamos ao assunto:
A palestra teve um imenso sucesso. Pilar é uma figura com carisma e muita credibilidade, pelos menos aos olhos do mundo de hoje. Explico: Pilar ainda se identifica como "esquerda". Claro que uma esquerda rosada e quase centrista, a léguas de distância do que se chama esquerda no Brasil. Por aqui ela seria o que chamamos de "direita", pela falta do artigo original no mercado local.

Pois bem, a palestra na verdade é uma tentativa de explicar as origens do que ela chama de maior ameaça ao mundo democrático de hoje: O Islamo-fascismo.

Durante um pouco mais de uma hora, ouvi Pilar falar deste fenômeno, suas origens e principalmente como se espalhou de maneira assombrosa no mundo de hoje.

Segundo ela a origem estaria no Ocidente ter deixado de prestar atenção nos países islâmicos , mas democráticos, ou com governos aparentemente ocidentais.

Outros apoios tiveram o seu peso, como - segundo ela - a esquerda, que perdeu suas bandeiras tradicionais e passou a apoiar qualquer manifestação anti-americana ou ocidental, como as da Jihad islâmica.

Apesar de algumas falhas a sua interpretação dos desdobramentos é correta: A comunidade Judaica têm de saber o que  está  se passando no mundo e que a culpa pelo atual anti-semitismo não é sua. Ela vem sendo preparada há décadas, senão centenas de anos.
Não é a reação a um ataque "desproporcional" ao Hezbollah.
Por último, falou uma frase muito boa. Algo assim como "o mundo ocidental foi criado pelos judeus. Um judeu trouxe as tábuas da lei dizendo que eram a verdade - Moisés; Outro revelou que a verdade era o amor - Jesus Cristo; Outro foi Marx; Ainda outro judeu veio acrescentar que a verdade estava mais embaixo - Freud; E por último veio Einsten para dizer que tudo era relativo".

Bom.

ps.: Esta palestra me lembrou da primeira que participei e que é a melhor em sentido e abrangência sobre as origens do Anti-Semitismo e a aliança entre a esquerda e os fascistas islâmicos: Olavo de Carvalho, em 2005 realizou esta palestra definitiva para a comunidade judaica em Porto Alegre chamada " O Novo Anti-Semitismo e suas Raízes Históricas".(eis o link para a mesma palestra proferida em São Paulo)
Esta palestra foi muito importante também pois foi organizada por um saudoso amigo chamado Jose Roger Glasser, o Ieshai.

Brasil: debate eleitoral, política exterior e "inferno" cubano

(do Diario Las Américas, de Miami, 25 de agosto de 2006; está permitida sua reprodução no Brasil)

Valladares-Brasil:EnCastellano

Brasil: debate eleitoral, política exterior e "inferno" cubano

Me atrevo a pedir ao povo brasileiro, tão afetuoso, bondoso e compassivo, que se manifeste ante seus candidatos presidenciais, solicitando-lhes que o futuro governo atue com firmeza no campo diplomático e humanitário, para contribuir na libertação de 11 milhões de meus irmãos cubanos que na ilha-cárcere continuam seqüestrados em sua própria pátria

*Armando F. Valladares

O jornal brasileiro "Folha de São Paulo" enviou aos candidatos presidenciais um questionário com seis perguntas sobre Cuba comunista. Em sua edição de 6 de agosto pp., esse jornal informou que o presidente Lula, que aspira a reeleição, negou-se a responder por sugestão dos coordenadores de sua campanha. Explica-se que este tenha sido aconselhado a optar pelo silêncio, mesmo quando não se justifique. Com efeito, o delicado tema de quase cinqüenta anos de ditadura, opressão e crimes comunistas, e de atual asfixia de 11 milhões de cubanos indefesos, exigiria incômodas definições do Sr. Lula que poderiam abalar, ao menos em parte, o enigmático, amnésico e anestésico torpor, carente de princípios e ideologias, que parece dominar o debate eleitoral brasileiro no que se refere à política exterior.

Em outubro de 2002, fui objeto da ira do então candidato Lula, quando durante uma entrevista concedida ao jornalista Boris Casoy me qualificou de "picareta", simplesmente porque me atrevi a lembrar em artigos para a imprensa, de uma maneira estritamente objetiva e documentada, o grave compromisso de Lula com o ditador Castro. Ambos fundaram em 1990 o Foro de São Paulo, uma coalizão de partidos e entidades revolucionárias que incluía narco-guerrilheiros colombianos, para rearticular as esquerdas latino-americanas depois da desintegração do império soviético (cf. "Neo-Lula, sugestão coletiva e cubanização" e "Ironias do neo-Lula, nada respondem e confirmam apreensões sobre aliança com Castro e Chávez", Diario Las Américas, Miami, 25 de setembro de 2002 e 11 de outubro de 2002).

Em julho de 2003, enquanto cubano desterrado e ex-preso político durante 22 anos no "Gulag" das Antilhas, me vi na obrigação de consciência de publicar outro artigo no qual mostrava, também de uma maneira objetiva e valendo-me de uma linguagem invariavelmente respeitosa, que o presidente Lula havia se transformado "no maior sustentáculo internacional do regime comunista de Cuba, com todas as graves responsabilidades que isso implica diante do povo cubano e do generoso, cordial e intuitivo povo brasileiro, porém, sobretudo, diante de Deus" (cf. "Cuba: Lula sustenta o 'bloqueio' interno castrista", Diario Las Américas, Miami, 22 de julho de 2003).

Em julho de 2006, o governo brasileiro teve um papel decisivo na brusca esquerdização do Mercosul, cujos mandatários, reunidos na cidade argentina de Córdoba, receberam a Venezuela chavista como membro pleno e assinaram um tratado comercial com Cuba comunista, de grande benefício para esta última. Em começos de agosto pp., a propósito da enfermidade do ditador Castro, o presidente Lula lhe enviou uma cordial e comprometedora mensagem tratando-o de "querido amigo", invocando a "amizade que nos une" e lembrando a "luta conjunta de tantos anos".

No Brasil, figuras representativas da chamada esquerda católica, como o cardeal Arns, Frei Betto e Leonardo Boff chegaram a ver em Cuba "sinais" do Reino de Deus onde, na realidade, o que existe é uma ante-sala do inferno. É esta a realidade que descrevi em minhas memórias de mais de duas décadas de cárcere e torturas contínuas no "Gulag" castrista ("Contra toda a esperança", Plaza & Janés, Barcelona, 1985), cujo texto em português ofereço por e-mail a meus irmãos brasileiros, gratuitamente, bastando escrever para armandovalladares2005@yahoo.es

O povo brasileiro deu muitas mostras de afeto e de compreensão pelo sofrimento do povo cubano. Em 2001, por exemplo, foi decisiva a preocupação da opinião pública, de autoridades e de meios de comunicação desse gigantesco país para que as jovens Sandra Becerra Jova e Anabel Soneira Antigua, literalmente seqüestradas e retidas na ilha contra a vontade de seus pais, profissionais cubanos residentes no Brasil, fossem finalmente libertadas e enviadas a esta nobre e acolhedora terra, para reunir-se com suas respectivas famílias.

Hoje me atrevo a pedir a esse mesmo povo brasileiro, afetuoso, bondoso e compassivo, que se manifeste ante o candidato Lula e ante os demais candidatos presidenciais, solicitando-lhes um compromisso público para que o futuro governo atue com firmeza no campo diplomático e humanitário, de maneira a contribuir para a libertação de 11 milhões de meus irmãos cubanos que na ilha-cárcere continuam seqüestrados em sua própria pátria.

*Armando Valladares, ex-preso político cubano, autor do livro "Contra toda esperança", onde narra 22 anos nas prisões castristas, foi embaixador dos Estados Unidos ante a Comissão de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, durante as administrações Reagan e Bush. E-mail: armandovalladares@yahoo.es

Tradução: Graça Salgueiro

Valladares:EnviarLivroContraTodaAEsperanca (envio gratuito, por e-mail, em formato Word, como uma manifestação de apreço do Autor pelo povo brasileiro, e de esperança na ajuda diplomática e humanitária do Brasil para a libertação de Cuba).

Valladares-Brasil:EnviarGratuitamenteArtigosAnteriores


quinta-feira, agosto 24, 2006

Israel X Hezbollah

Recebi alguns cartuns interessantes sobre o conflito Israel X Hezbollah




Koffi Anan: "Lembre-se: As reações contra o Hezbollah devem ser proporcionais aos ataques deles"
Omert: "Você quer que eu ataque civis também?"


Ordem de ataque do Hezbollah
  • Lançador de Foguetes
  • Grupo de inocentes espectadores libaneses (preferencialmente com crianças)
  • Câmeras da Al-Jazeera

Alvos

Atentado (?) contra jornalistas no RS

Foi noticiado no site do Políbio Braga

Estes jornalistas são perseguidos políticos no RS
Existe um silêncio ensurdecedor neste caso do colunista do jornal "O Minu@no", Mauri Martinelli, que na sexta-feira foi alvejado com cinco tiros. Mauri escreve há dez anos no jornal semanário de Estância Velha, 35 mil habitantes, na Grande Porto Alegre. Ele e o seu jornal acham que foi um atentado político. Atentados políticos contra jornalistas e contra jornais são intoleráveis em São Paulo ou em Estância Velha. É a democracia – as liberdades públicas – que é atacada por gente autoritária que precisa ser contida. A liberdade de imprensa está ameaçada no RS. Desde que o PT assumiu a prefeitura, Mauri, a diretora do jornal, Claudete Rihl, e a jornalista Vera Fernandes, são ameaçados por personagens da administração municipal. A prefeitura cortou o fluxo de verbas publicitárias e de informações, além de mover insidiosa perseguição a toda a equipe do jornal. O próprio prefeito Elivir Desiam é autor de ações cíveis e criminais contra o colunista Martinelli. O outro jornal local, ligado ao PT, move campanha de desmoralização contra Mauri, Claudete e Rihl. Apesar de todos os incidentes e reclamações, a jornalista Claudete Rihl jamais recebeu qualquer tipo de apoio do Sindicato dos Jornalistas do RS e da ARI, embora tenha pedido. Mauri, baleado, ferido, escondido, jamais foi procurado pelo Sindicato e pela ARI. E também não recebeu garantia de vida de ninguém, embora continue ameaçado.
Comentário:
Pode ou não ser um atentado. Mas o que é indefensável é a postura da ARI em simplesmente ignorar dar apoio a um colega de profissão desta maneira. Isto só pode ser sinal de miopia ideológica.
Hoje mesmo nos Estados Unidos há o debate sobre o silêncio da mídia de lá sobre o caso dos dois jornalistas da Fox news sequestrados na faixa de Gaza. Muitos consideram que as outras emissoras não reportam o caso por não concordar com o tipo de cobertura da Fox, tido como conservador de direita pela mídia "left-chic" americana.
Tal seria o caso do jornalista Martinelli - um desafeto do PT .

Quando as instituições/associações escolhem quais cidadãos elas protegerão ou não é sinal que não mais defenderão nenhum.

terça-feira, agosto 22, 2006

Cartas para Zero Hora (Final) -- ZH tenta controlar os danos??

Recebi uma resposta "de luxo" à carta enviada à Zero Hora na semana passada: Direto da seção Cartas ao leitor da edição de 20/08/06, que transcrevo abaixo. Os grifos são meus. Comentários ao final.


Informe Especial

20/08/2006
CARTAS AO LEITOR


Foto Manipulada por Adnan Hajj/ZH

Em nenhum momento da cobertura do conflito Israel x Hezbollah obtive qualquer informação em ZH sobre dezenas de casos de fraudes fotográficas (Reuters), fotos posadas por militantes do Hezbollah abusando das vítimas em Qana (AP) - reclama o leitor Luís Afonso Assumpção, de Porto Alegre.


Caro Luís Afonso,

Sua carta permite esclarecer os critérios de ZH sobre fotografia. Condenável eticamente, a manipulação de imagens não é novidade na cobertura de guerras. Com a facilidade permitida pelo computador, porém, ela se tornou mais comum.


A imagem citada, feita pelo fotógrafo libanês Adnan Hajj, mostra as conseqüências de um bombardeio israelense na periferia de Beirute. Com o auxílio de um programa de computador, Hajj alterou a foto (Veja comparação nas fotos, manipulada esq., original dir.) para mostrar uma fumaça mais intensa subindo dos prédios atingidos. A agência de notícias Reuters, que contratou os serviços de Hajj, só descobriu a distorção da imagem depois de ela já ter sido transmitida para centenas de jornais.


ZH não publicou a foto porque não assina o noticiário da Reuters. Durante a cobertura da guerra, eram despejados nos computadores da editoria de Mundo pelo menos 600 textos diários sobre o conflito. Infelizmente, é uma escala muito grande de informação para o espaço limitado nas páginas do jornal.


No caso específico, abrimos mão de noticiar uma fraude que não foi publicada em ZH para ceder espaço a outras informações de maior relevância jornalística, como a dor das vítimas dos bombardeios tanto do lado israelense quanto do lado libanês.


É importante salientar também que, segundo o Manual de Ética e Estilo da RBS, "os veículos da RBS não manipulam ou distorcem imagens ou áudio no todo ou em parte".

Por fim, vale destacar que imparcialidade é uma preocupação permanente de ZH. Tanto que, no caso específico da crise no Oriente Médio, ZH foi o único jornal brasileiro a enviar o mesmo profissional aos dois lados da guerra. Como repórter que permaneceu 17 dias no Oriente Médio, cobrindo o drama de israelenses e libaneses, posso lhe garantir, caro leitor, que a guerra é feia dos dois lados.


Um abraço. Rodrigo Lopes, editor assistente de Mundo e enviado especial à região do conflito

Comentários:

Pela resposta acima, ficou claro que ZH aproveitou-se de minha carta para - finalmente fazer o que deveria ter feito quando as denúncias de manipulação correram o mundo, duas semanas atrás - INFORMAR aos seus leitores sobre os graves casos de manipulação de fotos divulgadas pela agência Reuters.
Ou seja: Na coluna de resposta a um leitor ZH se dá ao luxo de "informar" o que não havia informado antes.
Minha nova dúvida é se não houvesse a minha carta será que ZH se lembraria de informar aos seus leitores?Mas qual seria a intenção por trás de esconder um fato tão relevante?

Rodrigo Lopes responde à esta pergunta objetivamente no terceiro parágrafo :

" para ceder espaço a outras informações de maior relevância jornalística, como a dor das vítimas dos bombardeios tanto do lado israelense quanto do lado libanês."

Para ZH, carregar mais nas cores dos dramas pessoas dos Libaneses, vítimas civis dos bombardeios israelenses, é muito mais importante do que mostrar que muito desta mesma dramaticidade foi forjada por uma imprensa extremamente anti-israelense e anti-americana, por tabela.

É um exercício de retórica a afirmação de que as vítimas israelenses também são mostradas. Sim, são mostradas. Mas mais na forma de "contagem de corpos" do que a o retrato tão pessoal das vítimas libanesas.

O tom padrão dos relatos de israelenses mortos é dado por este trecho , de 14 de agosto:

"O Hezbollah lançou ontem pelo menos 153 foguetes contra o norte de Israel, matando um homem de 83 anos e ferindo pelo menos 91 pessoas."

Notaram a sutil diferença?


Outro fato que ZH não denunciou - deveria estar muito ocupada entrevistando simpatizantes do "presidente" Fidel - é a onda de crescente ceticismo de leitores e bloggers contra a grande mídia - no caso a Associated Press - e sua ânsia de defender um suposto militante do Hezbollah (conhecido como o "capacete verde") do qual tirou dezenas de fotos, com horas de diferenças entre elas, exibindo os mesmos corpos de crianças vitimas dos bombardeios em Qana.

Aliás, todo o comentado massacre na cidade de Qana tem sido re-avaliado: o número de vítimas caiu para a metade e claros casos de abusos das vítimas para fins de propaganda do Hezbollah têm sido reportados.

Nada disso também foi tido como "importante" para Zero Hora.

Por quê? Por que o mesmo Rodrigo Lopes realizou uma reportagem no dia 31/07/06 onde republicou frases atribuídas ao suposto "funcionário da defesa civil libanesa" [ "- Filmem isso para os europeus e americanos. Isso é a civilização que nos trazem - gritava um homem com uma criança morta no colo".] (o nosso velho conhecido do capacete verde) e até mesmo algumas das famosas fotos "posadas" em Qana.

Veja a foto de nosso famoso personagem publicada em ZH e sua legenda...

Funcionário da defesa civil libanesa carrega o corpo de uma pequena vítima
Foto(s): Nasser Nasser, AP/ZH

A conclusão final é de que minha carta - respondida desta maneira - foi muito mais uma tentativa de "controle de danos" de ZH do que qualquer outra coisa.
Só houve o comentário aberto sobre o fiasco da Reuters por que ZH não publica fotos desta agência.... De forma que "pimenta nos olhos dos outros...".
Mas ZH publicou também inverdades, ou pelo menos fotografias e declarações preparadas para chocar o público. Este é o caso da foto da Associated Press e do comentário reproduzido aqui.
Concordo com o fato de que com milhares de informações/fotos/reportagens é impossível checar a veracidade de tudo o que é publicado, mas neste caso é uma questão de desonestidade com o público
- Não informar seus erros, intencionais ou não
- O fato de ZH ter um reporter na zona conflagrada é ainda mais grave pois o profissional poderia checar a veracidade do que lhe era apresentado por sua própria percepção.
ZH falhou em ambos .
Neste caso ZH acabou com suas mãos sujas. De marrom.

PS.: Um relato honesto da guerra pode ser obtido nesta entrevista do reporter da Rede Globo Marcos Losekan ao "Mais Você" de Ana Maria Braga, em 31/07/06.

Outros Links:

Carta enviada à Zero Hora.

Cartas publicadas em ZH

Post sobre a primeira carta ("Fidel é presidente")

Post sobre Falsificação imagens Líbano (1)

Post sobre Falsificação imagens no Líbano (inglês1)

Post sobre Pallywood

segunda-feira, agosto 21, 2006

Cartas para ZH --- o retorno (1): Fidel é "Presidente!"


Olha aí. No sábado a ZH publicou parte da carta que enviei na semana passada, que postei aqui.
Pois bem, eles publicaram parte da carta - a parte que fala do tratamento vip dado ao Fidel Castro em comparanção ao "ditator" Stroessner.
Sábado, 19/08 foi publicado este conteúdo na página 2 na seção "Sobre ZH".


O RIO GRANDE QUER SABER - Palavra do Leitor

Sobre ZH

Zero Hora tem de decidir como pretende tratar o ditador comunista da ilha de Cuba. Na edição de 14 de agosto, na contracapa, chama Fidel Castro de ditador. Na matéria da mesma edição, se refere a Raul Castro como presidente em exercício. Desde quando o tampão de um tirano, como Raul, pode ser tratado como presidente? Se Fidel é ditador na contracapa, deve sê-lo ainda na página 23. Ou o texto foi finalizado por editores diferentes (um contra a ditadura de Castro e outro mais "simpático") ou ZH leva mesmo às últimas conseqüências o lema "a vida por todos os lados" . O interessante é que na mesma página uma outra nota chama peremptoriamente Alfredo Stroessner de ditador do Paraguai, o que no texto sobre Fidel não aparece uma única vez. Para mim, isto é o que os americanos chamam de "bias".
Luís Afonso A. Assumpção
Engenheiro - Porto Alegre
Reflexão:
Se ZH publica esta opinião, sem nenhuma resposta, é sinal que concorda com a crítica?
Acredito que não.
Se "sim", ela não publicaria na edição de domingo (20/08/06) uma outra matéria sobre Fidel que vai muito além da geradora do meu protesto. A matéria com o  título "Duas Visões sobre a Cuba de Fidel" (de Daniel Rosa e Rodrigo Müzell), entrega justamente o contrário do que seu título promete. Ao invés de visões diferentes ("a vida por todos os lados" conforme promet ZH), mostra duas visões do MESMO lado: admiradores da Cuba Fidelista (um cubano no Brasil - o dono do bar-ode a Fidel chamado "Sierra Maestra", onde já fizemos alguns encontros aqui em POA,  e outro de um brasileiro que estuda em Cuba)  cometem frases de admiração ao "presidente". 
Isto é jornalismo?
Duvi-deo-dó.