sexta-feira, dezembro 05, 2008

Clássico de Natal : David Bowie & Bing Crosby (1977)

É um clássico que eu nunca havia ouvido falar. Fui dar conta disso pois está na lista das top no last.fm. Achei que era uma montagem, como foi com Natalie Cole e seu pais Nat King Cole em 1992 (? alguém lembra disso). Mas o vídeo mostra um Bowie muito novinho. Por fim descobri que foi um especial de natal de Bing Crosby den 1977. Crosby faleceu logo depois das gravações.
É um encontro estranho. De um lado Bing Crosby, talvez o intérprete mais famoso de uma música de natal com seu "White Christmas"; de outro David Bowie, o camaleão transformista que brincava de "Ziggy Stardust" e tinha o seu single (pergunte ao seu pai o que era um compacto simples) "Heroes" nas paradas.

Aqui, os detalhes ("pormenores" - como dizem meus amigos portugueses) de como este encontro transformou-se em um clássico de Natal.
 

Bing and Bowie: An Odd Story of Holiday Harmony - washingtonpost.com
One of the most successful duets in Christmas music history -- and surely the weirdest -- might never have happened if it weren't for some last-minute musical surgery. David Bowie thought "The Little Drummer Boy" was all wrong for him. So when the producers of Bing Crosby's Christmas TV special asked Bowie to sing it in 1977, he refused.

Just hours before he was supposed to go before the cameras, though, a team of composers and writers frantically retooled the song. They added another melody and new lyrics as a counterpoint to all those pah-rumpa-pum-pums and called it "Peace on Earth." Bowie liked it. More important, Bowie sang it.


Bowie Meets Crosby

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Mais Uma Vítima da Guerra Civil Brasileira ou de Tribunal Revolucionário ?

(Dica: por mail - Marcelo Prudente)
É triste, estando tão longe, perceber como - no Brasil - éramos invadidos por notícias como esta e nem dávamos conta disso. Era um fato da vida. "A violência aumenta por causa da diferença entre os mais ricos e os mais pobres" (pelo menos é isso que a maioria da população acredita).
Isto faz com que bandidos de moto, saiam a disparar cinco tiros à queima-roupa à donos de carros último tipo, como um flamante Gol ano 1989.

Ainda por cima, a vítima era vice-presidente do Cremers-RS  (Conselho Regional de Medicina - RS) e se opunha à aprovação automática - sem revalidação pelas universidades brasileiras - de diplomas médicos emitidos em Cuba.

Sim, muitos estudantes, por não conseguir entrar em alguma universidade brasileira (as vagas para medicina são as mais disputadas e, portanto, só os melhor preparados conseguem aprovação), acabam utilizando o recurso de formarem-se em Cuba. Só que estes diplomas, segundo a legislação atual, devem ser revalidados por alguma universidade brasileira para que possam exercer a profissão de médico no Brasil.

Mas existe um atalho: estudantes "cubanos" contratam um advogado que obtém - utilizando-se de uma pretensa necessidade de urgência - a validação SEM que alguma universidade brasileira os avalie.

O vice-presidente do Cremers , Marco Antônio Becker, era contra o "atalho". Foi assassinado a sangue-frio. Por ter sido um ataque tão certeiro, não posso deixar de pensar que foi um crime encomendado. Parece que Marco Antônio foi julgado em algum tribunal revolucionário e "justiçado". Leia aqui a manchete na Zero Hora.

Polícia - Câmeras podem ter registrado imagens do assassinato do vice-presidente do Cremers
O oftalmologista foi morto na noite de quinta-feira com pelo menos cinco tiros, disparados por um homem que estava na carona de uma moto. O crime ocorreu na Rua Ramiro Barcelos, no bairo Floresta, em Porto Alegre.



Leia aqui algumas opiniões de Marco que devem ter enfurecido os Castro-lovers que infestam as redações, bancos universitários e diretórios políticos no Brasil.



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Para conseguir um registro de médico no Brasil vale mentir e
falsificar documentos. Escritórios de advocacia se especializam em
entrar com processos para revalidar diplomas obtidos no exterior para
que seus clientes possam exercer a medicina.

 

As decisões são provisórias e cabem recurso judicial. 'São ações
baseadas numa situação de emergência normalmente forjada pelos
advogados', diz Marco Antônio Becker, presidente do Conselho Regional
de Medicina do Estado (Cremers).


 

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Médicos irregulares "invadem" a América Latina


Com a participação de representantes do Brasil, Argentina, Bolívia,
Panamá, Uruguai e Venezuela, a Assembléia Geral Extraordinária da
Confederação Médica Latino-americana e do Caribe (Confemel), realizada
de 25 a 27 de abril (27/04/07), na sede da AMB, em São Paulo, teve como
tema central a crescente atuação ilegal, nesses países, de médicos
formados no exterior sem diploma revalidado.


Mais grave é que, por não serem registrados nos Conselhos, seu
exercício profissional não pode ser fiscalizado, o que expõe a
população atendida a danos irreversíveis. "É inaceitável que os
pacientes mais pobres, que dependem do sistema público, sejam
assistidos por pessoas inabilitadas, de formação duvidosa", ressalta
Becker.


http://www.amb.org.br/mc_noticias1_abre.php3?w_id=2820


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JAmrigs: E a revalidação do diploma estrangeiro?


Becker: Defendemos que
todo o médico formado no exterior, seja brasileiro ou não, tenha de
revalidar o diploma em universidade pública brasileira, como manda a
lei. Aí fica essa questão de entrar na Justiça. Pergunto: se a medicina
em Cuba é tão boa, como dizem, por que os egressos não fazem o exame
para revalidar o diploma aqui?


 


http://www.amrigs.org.br/entrevistas_detalhe.asp?campo=1736&secao_id=143


 


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Presidente Marco Antônio Becker apresenta denúncias sobre o
exercício da medicina na América Latina à Associação Médica Mundial, na
Alemanha

 

O presidente da Confederação Médica Latino-Americana e do Caribe
(Confemel), o gaúcho Marco Antônio Becker, viaja na próxima semana para
participar da 176ª Reunião do Conselho da Associação Médica Mundial,
que será realizada em Berlim, na Alemanha, entre os dias 10 e 12.
Becker, que preside o Conselho Regional de Medicina/RS, vai denunciar
uma ação organizada de países latino-americanos no sentido de oferecer
atendimento médico precário à população carente. "Alguns países dito
populistas querem tratar o pobre com médicos inabilitados e de formação
médica duvidosa ou insuficiente. Isso eticamente é inaceitável",
enfatiza o dirigente.
Essa denúncia está contida na Declaração de
São Paulo, tirada na Assembléia Extraordinária da Confemel, ocorrida
semana passada em São Paulo. O documento destaca, ainda, que muitos
países estão desviando recursos da saúde para outras finalidades,
prejudicando o atendimento à população e afetando o trabalho médico. A
Confemel denuncia também a ameaça do governo da Venezuela de estatizar
as clínicas privadas, que cobrem o vazio deixado pelo setor público.
Marco
Antônio Becker vai relatar que alguns governos patrocinam ou permitem o
exercício ilegal da medicina, quanto autorizam o ingresso de médicos
formados no exterior sem efetuar a revalidação do título de acordo com
o ordenamento jurídico de cada país. "Está havendo um estímulo
irresponsável na maioria dos países à importação de médicos formados no
exterior, em especial cubanos, em detrimento dos médicos nacionais e em
prejuízo à população", afirma Becker.
Outro problema que será levado
à Associação Médica Mundial é "a proliferação de cursos de medicina sem
necessidade social, sem as mínimas condições de ensino e com único
objetivo do lucro".
Declaração de São Paulo
A
CONFEMEL (Confederação Médica Latino Americana e do Caribe), reunida en
Assembléia Geral Extraordinária, na cidade de São Paulo, durante os
dias 25, 26 e 27 de abril de 2007, resolveu denunciar publicamente:
1)
Que os médicos dos países da América Latina e do Caribe estão sendo
desprestigiados e agredidos na sua atividade profissional, por falta de
reconhecimento dos seus governos no que diz respeito à condições de
trabalho e acesso a uma remuneração digna. Assim sendo, CONFEMEL
defenderá sempre a capacidade científica e ética dos médicos da nossa
região, como mecanismo de proteção de uma atenção adequada às nossas
populações, exigindo aos governos o respeito das leis e o compromisso
em matéria política e prioritária de atender adequadamente os problemas
assistenciais da nossa população.
2) Que alguns governos
patrocinam ou permitem o exercício ilegal da medicina, quanto autorizam
o ingresso de médicos formados no exterior sem efetuar a revalidação do
título em forma legal, de acordo com o ordenamento jurídico de cada
país. Essa situação causa sérios prejuízos à saúde dos pacientes.
Eticamente é inaceitável propôr que a atenção aos pacientes pobres se
realize por profissionais inabilitados e de formação médica duvidosa ou
insuficiente.
3) Que no lugar de trazer médicos de formação
duvidosa de outros países para trabalhar no interior de cada um deles,
culpando aos médicos nacionais pela omissão da atenção nessas regiões,
o correto é implementar políticas de saúde que integrem aos médicos
nacionais, radicando-os nestes lugares.
4) Que a CONFEMEL
impulsiona a existência de revalidações universitárias de diplomas
estrangeiros, baseada em aspectos científicos e éticos, mas não por
interesses políticos, ideológicos e econômicos, como acontece
atualmente.
5) Que países da América Latina e do Caribe
estão desviando recursos destinados à saúde para outras finalidades,
com o consequente decréscimo de atenção à população.
6) Que
faculdades de medicina na América Latina estão proliferando sem a
necessidade social, nem as mínimas condições de ensino e qualidade,
colocando em risco a saúde da população.
7) A falta de
garantias individuais e coletivas para os médicos, em contradição ao
ideário democrático que deve regir os nossos países.
8) Que
os sistemas de saúde na América Latina e no Caribe devem ser
implementados por um acordo conciliador; em um amplo debate entre os
governos, os conselhos e associações médicas; e a população organizada,
em busca de uma política de saúde adequada que melhore a qualidade de
vida do povo.
9) Que a CONFEMEL rechaça a intenção de
estigmatização penal da prática médica, que se pretende incluir nos
códigos penais dos países.


 

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Tendência do governo Lula de reconhecer diploma de brasileiros prestes a se formar no país de Fidel gera resistência

 

"Não somos contra cubanos, mas não pode haver privilégios. Devido
a problemas econômicos, Cuba está ficando para trás. Achamos que deve
haver igualdade de tratamento para todos que estudam no Exterior.
Quando esses alunos foram para Cuba, já conheciam as regras de
validação."

 


 

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terça-feira, dezembro 02, 2008

Resgatando a Verdade

Recebi por e-mail este relato que vale a pena ser divulgado.



Pensando Passado e Presente.

(dica: http://libertador-liberdade.blogspot.com/ , extraído do site http://www.alertatotal.blogspot.com)

Por Arlindo Montenegro


Naquele tempo... Parece até que é um passado muito distante... Mas foi outro dia e tenho guardadas todas as imagens, os sons, os risos e olhos brilhantes. O que sinto falta mesmo é da prática constante da boa educação doméstica: ceder o assento nos transportes urbanos para os mais velhos, para as mulheres e crianças. Era muito fácil fazer amigos no trem, na lotação, na barca: com qualquer pessoa sentada ao lado rolava o papo durante a viagem. As pessoas não eram "estranhas", apenas pessoas como nós mesmos.

Aquelas greves diárias eram mesmo uma pedra no sapato. Era uma novidade contrária aos hábitos e um desrespeito a gente que queria chegar aos locais de trabalho e não podia. O governo, que tinha que acabar com aquilo, parecia fomentar aqueles movimentos sem resolver os muitos problemas postos. Reforma agrária era um deles, pra não faltar mais feijão preto no armazém da esquina ou nas Casas da Banha, antecessora dos modernos supermercados.

A coisa foi apertando. Greve de uma categoria, os comunistas da CGT alinhavando nos bastidores e daí a pouco paravam todos os trabalhadores em "solidariedade". O trabalho parava no Pais inteiro. Negociações, e o governo dava o aumento pedido a ponto de trabalhador braçal das docas chegar a ganhar mais que médico ou engenheiro.

Alguma coisa estava fora do eixo, forçando várias instituições a mobilizar-se para exigir o respeito às Leis e propósitos de construção democrática. Vieram as grandes marchas da família com Deus pela Liberdade – Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e outras manifestações espalhadas pelo Brasil afora.

Os generais tomaram o poder. A ação inicial parecia extremista com muita prisão, invasão de domicílios e polícia numa atividade nunca vista. Jornais, televisão, rádios, advogados, juízes funcionavam a todo vapor, documentando e informando, comemorando o chega pra lá nos comunistas. As embaixadas se encheram com ativistas políticos fugindo à prisão. Começaram a sair para o Chile, Uruguai, França, México, dezenas, centenas de pessoas, comunistas e simpatizantes.

Pouco a pouco tudo foi voltando à rotina. No dia 24 de janeiro de 1967 foi promulgada uma nova Constituição, assegurando todos os direitos e garantias, a normalidade dos processos judiciais, a rotina dos inquéritos policiais militares. As pessoas eram indiciadas por crimes políticos e soltas por habeas corpus.

Muitas viajavam para viver no exterior, esperando melhores dias. Para o povão os dias estavam melhorando. Havia ordem, segurança e a oferta de postos de trabalho que chegou ao pleno emprego. O país saia em poucos anos da condição de economia agrária para a economia industrial, melhorando a vida dos trabalhadores.

Mas eis que, em 1968, estudantes e ex militares ativados por grupos radicais de esquerda começaram a assaltar bancos, seqüestrar pessoas e colocar bombas, como aquela do Aeroporto de Guararapes, endereçada ao Marechal Costa e Silva e que acabou por matar um Almirante e ferir muitas pessoas que nada tinham a ver com política. Aqueles grupos recebiam treinamento de guerrilhas em Cuba. Voltavam clandestinamente ao Brasil. Do Uruguai, Brizola, confinado, orientava um grupo.

Dezenas de outros alinhados com várias siglas – PC do B, PORT, VPR, ALN, MR-8, queriam mobilizar a população para uma guerra civil prolongada para substituir a ditadura militar (que intentava preparar o país para a construção democrática). Todos os documentos indicavam a mesma intenção: tomar o poder e implantar uma ditadura totalitária comunista no Brasil. Até o Partido Comunista ainda era contra a aquela guerra.

Diante da guerra não declarada, o governo engrossou. E editou o Ato Institucional que instalava de fato uma ditadura com plenos poderes para enfrentar a guerra assimétrica, que já estava fazendo vítimas de sangue e provocando perdas materiais e insegurança para empresas e para a população.

A população buscava informar-se e sabia guardar fidelidade aos fatos, sem deturpar os eventos recentes, percebidos como contrários à vontade da nação. Nos anos seguintes morreram centenas de brasileiros: militares, policiais, militantes comunistas brasileiros e estrangeiros. Nos entreveros sobraram balas vitimando cidadãos inocentes.

O saldo de cinco anos de enfrentamento está descrito em farta literatura, ideologicamente tendenciosa em sua quase totalidade, marcando uma revisão histórica em que, os agressores que desejavam implantar a ditadura comunista, figuram como "democratas" e os militares como ditadores contrários aos interesses da Pátria. Como se o interesse legítimo fosse aquele descrito pela Internacional Comunista e não o estado de pleno emprego e progresso material vivido.

Grupos e individualidades, nos dias de hoje, atribuem-se, como militantes, a "resistência", a "luta (armada) contra a "ditadura". Queriam implantar a "ditadura do proletariado" no final de uma guerra fratricida prolongada.

Alguns até reconhecem que erraram. Todos os que intentavam o fratricídio se apresentam hoje como "defensores da democracia e da liberdade". Continuam defendendo como humanistas libertários e democratas os mais infames e sanguinários ditadores comunistas: Castro, Mao, Stalin, Pol Pot, Kim Il Sung...

Isto passa longe de ser fidelidade aos eventos reais. Constitui-se numa falsificação do passado sórdido, que é ensinado como exemplo a ser seguido pelas novas gerações. Renunciar à informação completa, ao conhecimento dos motivos e intenções descritas em documentos é o mesmo que renunciar à liberdade. Isto significa abraçar a ignorância e escolher a escravidão dogmática da ideologia mais brutal que a humanidade experimentou.

Os navios russos já estão navegando em nosso hemisfério a convite da Venezuela. Os russos vão construir um reator nuclear no país vizinho. Será uma nova guerra fria? Por que será que a Rússia que hoje adota a economia capitalista vem em defesa de um país do outro lado do mundo, cujo governante declara querer implantar uma ditadura do proletariado nos velhos moldes? E por que exatamente no instante em que se realinham as reservas e influências da ditadura financeira internacional?

Por que será que os nossos "democratas" mascarados, (que enriqueceram com indenizações milionárias por terem escolhido atuar numa guerra para implantar o "comunismo", "ditadura do proletariado" ou "socialismo", totalmente contrário à cultura e tradições dos brasileiros) negam suas verdadeiras intenções enquanto seguem por debaixo do pano com seus projetos antigos? Por que será que os brasileiros pagam tanto imposto, pagam para manter e alimentar a maior sacanagem, a maior embromação, a maior mentira da nossa história?

Por que será que os jornais da atualidade não têm a dignidade moral do Estadão e do Jornal da Tarde, nos anos do AI-5, quando a ditadura militar censurou a imprensa? Naquele tempo, os editoriais dos jornais citados publicavam versos de Camões e receitas de bolo, que a gente lia pensando: "tem boi na linha". E tinha. Exagero ou não preservavam-se informações que os governantes classificavam como prejudiciais à segurança naquele ambiente de guerra civil em gestação. Aquela imprensa era altaneira e independente.

A ditadura disfarçada de hoje mente. Aos jovens de hoje é negada, roubada a liberdade de informação, a verdadeira história, o significado daqueles anos de guerra fratricida que, por mérito da censura, da ditadura militar, do sacrifício de milhares de soldados e policiais anônimos, ficou circunscrita a uma parcela minoritária (quase que percentualmente insignificante) da população.

Aquele regime duro impediu a guerra fratricida desejada por dona Dilma da VPR, seu Genoino do PC do B, seu Tarso Genro do PC do B, seu Vanucchi da ALN, seu Franklin Martins do MR-8 e outros tantos que estão por aí nas diversas instituições, jornais e universidades. Os rios de sangue, a matança fria que eles desejavam foi impedida pela ação e organização dos agentes da ditadura militar.

Os brasileiros que trabalhavam, construíam, comemoravam seus méritos, torciam por seus times, ansiavam pelo fim dos seqüestros, desvio de aviões da rota comercial, assassinatos, assaltos a bancos e empresas, bombas e atos terroristas que nem de perto alcançavam o terror e medo que as nossas cidades vivem hoje, que as nossas comunidades mais pobres vivem hoje sob o controle de traficantes. Os mesmos que aprenderam a organizar-se no convívio com os guerrilheiros comunistas presos nas mesmas cadeias.

Naqueles dias e anos do AI-5 havia uma oposição democrática presente. Mas era oposição também aos que praticavam atos de terrorismo. Como a população trabalhadora, naquele momento, a maioria aprovou o endurecimento do regime para acabar com a guerra.

O Marechal Costa e Silva, além de ser um militar de carreira exemplar tinha total aprovação. A nossa ditadura era diferente das ditaduras comunistas e nunca limitou o direito de ir e vir, nem o direito à propriedade, nem a iniciativa privada como era na União Soviética, em Cuba, na China e em todas as ditaduras "proletárias".

Também não tivemos execuções sumárias em massa, milhões de prisioneiros, como no Laos, na União Soviética, na China de Mao Tse Tung e em Cuba em menor escala. Nem tivemos os campos de concentração tão conhecidos hoje e que foram copiados até por Hitler. Há uma grande, colossal diferença!

Quem desejar a verdadeira história, vá aos jornais da época. Talvez ali estejam os argumentos para vencer este doentio estado de ressentimentos, de revanchismo. Talvez entendam por que tanta roubalheira. Talvez entendam por que tanta violência. Talvez percebam que as ameaças e a insegurança de hoje é implantada pelas mesmas mentalidades, pela mesma ideologia ultrapassada que embrutece e descaracteriza os ideais humanos, aniquilando a força espiritual.

Convivi com comunistas que ficaram envergonhados quando Nikita Kruchiov denunciou os crimes de Stalin. Ora! Nikita era um dos operadores de Stalin. Os comunistas envergonhados continuaram acreditando na possibilidade de um socialismo light, humanista até.

Muitos acadêmicos de hoje ainda acreditam nisto. Omitem a verdadeira natureza do poder totalitário que descarta e elimina qualquer contrário. E mantém, consolida o medo, a submissão, o terror continuado. Fazendo uma analogia: as populações ficam caladas diante da brutalidade para preservar a vida, como os habitantes das periferias dominadas pelos bandidos traficantes que distribuem benesses e mantêm o controle portando armas de guerra.

A Ditadura Militar arou o terreno para a infra estrutura material e educacional de um Brasil que devia ser diferente, mas foi assaltado e continua sendo roubado e enganado pelos mestres da violência. Junto com o que resta de Forças Armadas, somos todos reféns do mais fantástico esbulho universal. Somos alvos de um Poder impiedoso que transforma a gente em número, estatística, coisa, massa de manobra.

Arlindo Montenegro é Apicultor