Das operações matemáticas, a multiplicação é a mais opressora, pois é o símbolo do acúmulo. Já a divisão é uma metáfora a "justiça social". O problema é que dividir por "zero" só dá resultado "zero". Ainda mais que "zeros à esquerda" nada acrescentam de valor ao número, pelo contrário. Ah, a divisão... A divisão pode ser justa ou apenas fracionária, sectária, fraturante.
Podemos usar também uma metáfora fisico-química para caracterizar a nossa "direita" e a esquerda.
A esquerda pode ser comparada aos elementos definidos como "líquidos imiscíveis" e a nossa direita como "sólidos". A esquerda, tal qual os tais líquidos imiscíveis, reage da mesma forma quando aplicada uma força externa, unindo-se de forma mais ou menos atabalhoada e que, imediatamente, ao cessar o vetor da força externa, retomam à estratificação hierárquica pré-existente (líquidos mais leves acima, mais pesados abaixo).
A direita, por sua vez, é como um sólido - uma rocha - ao reagir às forças externas: começa por sofrer pequenas fissuras que, avançando em grau proporcional à força aplicada, acabam por fractura-la e dividi-la totalmente. Mesmo que a fractura não seja completa e mesmo que o vetor externo cesse, não há a volta ao normal. É completa a impossibilidade de voltar à união inicial. Ficamos reduzidos ao pó.