sábado, outubro 30, 2004

Viúva de Herzog revê fotos e não reconhece jornalista

Na ZH do dia 28/10:
Caso Herzog
Em Brasília, onde participou da homenagem no Senado ao centenário da imigração judaica no Rio Grande do Sul, o rabino Henry Sobel, presidente da Congregação Israelita Paulista, disse ter reconhecido o jornalista Vladimir Herzog nas polêmicas fotos publicadas pelo Correio Braziliense no dia 17 de novembro.

O rabino, que era amigo de Herzog, foi um dos primeiros a se voltar contra a versão oficial, ao decidir não enterrar o jornalista como suicida. Sobel defende a abertura dos arquivos da ditadura.


No Yahoo, dia 29/10 :
SÃO PAULO (Reuters) - A viúva do jornalista Vladimir Herzog, morto sob custódia da ditadura militar em 1975, reviu as fotos que mostrariam o jornalista na prisão e não reconheceu seu marido, informou em comunicado o secretário especial de Direitos Humanos do governo federal, Nilmário Miranda.

Isto prova que a declaração de Sobel foi completamente desastrada...Parece que ele se deixou levar pela onda...
Também prova que as fotos não eram de Herzog.

Para terminar, uma informação recebida via e-mail... Para pensar.

Informações sobre o Herzog (sem identificação do autor):


O Herzog era membro do Comitê de Jornalistas (ou Comitê Cultural), órgãos burocráticos dentro da estrutura partidária, subordinados ao Comitê Municipal do PCB/SP. Ou seja, terceiro escalão dentro da hierarquia do partido em Sampa. Quando ele foi preso (aliás, convidado a comparecer ao DOI, o que comprova a sua desimportância dentro do esquema do Partidão em Sampa, pois do contrário seria preso na hora, já estavam presos cerca de 120 militantes do partido (inclusive membros do Comitê Central) Dentre eles os coleguinhas do Herzog, lembro do Rodolfo Konder, que foi quem o levou para o Partidão, segundo declarou, e o Paulo Sergio Markun e sua esposa, ambos também do tal Comitê de Jornalistas. Ou seja, quando o Herzog foi convidado a prestar declarações já se sabia tudo a respeito de suas atividades, que todos os quer o antecederam haviam relatado.
Observe que são os próprios Konder e Markun que agora afirmaram que não sofreram qualquer tipo de tortura. O mesmo, seguramente, iria acontecer com o Herzog.
O resumo da ópera era o seguinte. O cara era preso e, no DOI,
perguntado: Você sabe por que está aqui? O cara, instintivamente,
dizia, não. eu não sei. Então era dito ao de cujus o seguinte: aqui já estão presos, fulano, beltrano, sicrano e companhia limitada. Todos falaram a teu respeito. Sabe agora por que está aqui? O Markun foi um que respondeu: Ah. Agora eu sei!
Tão logo o cara chegava a um acordo vinha a tortura: ganhava uma folha de papel e uma caneta para descrever as suas atividades no partido.
Esse era o resumo da ópera. Agora, por que o Herzog se suicidou, já que não existia motivo algum para ele fosse torturado, como os demais não foram? Essa é uma pergunta de prova.


Caso encerrado???
Provavelmente ainda não. Não se mexe com um "mártir" da ditadura impunemente...

quinta-feira, outubro 28, 2004

NBC desmente o "furo" do NYTimes. ZH irá reportar? (final chapter)

Último capítulo da saga. Nenhuma das cartas anteriores foram publicadas, bem como -provavelmente - esta, mas aqui está outra carta enviada à redação de Zero Hora...
Esta charge da Cox and Forkum vem bem a calhar...
http://www.coxandforkum.com/archives/000453.html

"Prezados:

Hoje escrevo novamente para denunciar a maneira parcial que ZH veicula as notícias sobre o pleito americano.
Dois dias após em matéria de capa denunciava o "sumiço" das armas convencionais no Iraque, numa reprodução da falsa denúncia veiculada pelo NYT.
Nem o Correio do Povo chegou a tanto..
Nos dois últimos dias, o silêncio absoluto sobre o tema não deixa dúvidas: vocês erraram feio!
E ainda mais em não admitir , ou veicular a verdade sobre o caso. Agora então passaram a um "erro" para uma prova de culpa.

Nos dois últimos dias muito se soube sobre o caso, como a intenção da CBS mostrar a denúncia inédita no sábado, a refutação completa sobre o caso pela NBC, as declarações precisas de Bush de ontem e o mais importante : as denúncias de que foram a Rússia quem tirou os estoques no Iraque antes da chegada dos americanos...

Tudo isso em dois dias.

Na ZH? Nada.
Nenhuma declaração de candidato, meia-página dedicada a pseudo-denúncias democratas com direito citações textuais entre aspas - é claro que é um direito não concedido aos republicanos. Resumindo, uma matéria totalmente anódina e anti-climática, a 5 dias do pleito.

Sugiro algo mais eficaz para evitar ter de reportar algo que visivelmente Zero Hora não quer dar mais atenção e já foi usado durante o período militar: receitas culinárias.

É isso: ZH pode começar a preencher os espaços dedicados à disputa americana com deliciosas receitas do nosso "Anonymus Gourmet" Pinheiro Machado, pelo menos não estará mentindo nem enganando aos leitores"...


Luís Afonso

quarta-feira, outubro 27, 2004

NBC desmente o "furo" do NYTimes. ZH irá reportar? (2)

Mais um capítulo da novela do sumiço da notícias das armas sumidas com Zero Hora...


"O ESTRANHO CASO DO DESAPARECIMENTO DAS ARMAS DO IRAQUE - E DA NOTÍCIA TAMBÉM.

Prezados:

Esperei pacientemente a edição de hoje para ver se de alguma forma ZH iria
contar a verdade - para variar- sobre o caso do sumiço dos arsenais
explosivos do Iraque.

Esperei em vão.
Na edição de hoje, parece que a notícia de ontem - capa da edição -
simplesmente NUNCA existiu.
Na seção internacional foram citadas as andaças de Bush e Kerry pelo
país mas a "importante" manchete de ontem não foi citada em nehum
momento.

Isto prova de uma vez por todas a forma parcial com que ZH reporta os
fatos envolvendo as eleições americanas. ZH é totalmente favorável à
Kerry e isso fica patente em cada frase, cada aspa colocada em
qualquer declaração do presidente Bush, em cada "análise" da
situação...
Pena que apesar dos esforços de jornais tão enganadores como ZH, o
público americano está vacinado contra todos as armações da esquerda.
o New York Times há muito deixou de representar, e melhor ainda,
deixou de influenciar o pensamento do público americano.

Mas o pior - e talvez este seja o motivo de não ter sido publicado - é
que se descobre agora a verdadeira extensão do crime: a intenção
inicial da CBS - aquela que forjou documentos sobre a ficha militar do
Bush - era apresentar esta notícia exclusiva no sábado, às vesperas
das eleições e sem tempo hábil para qualquer desmentido.

Felizmente os esquerdistas são tão incompetentes quanto vaidosos - o
NYT não aguentou a espera....

Bem, como esta carta não será publicada mesmo, poderiam ao menos
responder por e-mail".

Luís Afonso

NBC desmente o "furo" do NYTimes. ZH irá reportar?

Enviei a seguinte carta ao Zero Hora ontem, depois da publicação de matéria de capa sobre o "desaparecimento" de armas no Iraque...

"Menos de uma semana após abrir seu voto para Kerry, o "imparcial" New York Times mostra ao que veio: cria uma falsa manchete só para ajudar seu protegido.

A matéria totalmente falsa, foi capa de Zero Hora.

A verdade surgiu na NBC, que acompanhou ao vivo no local todo o início das operações americanas no Iraque. Segundo a reportagem de ontem no NBCNews, " The 380 tons of powerful conventional explosives were already missing back in April 10, 2003 - when U.S. troops arrived at the installation south of Baghdad! "

Traduzindo: As 380 toneladas tinham sumido ANTES da chegada dos americanos em Bagdá.

É claro que após a "notícia" do jornal "amigo" Kerry imediatamente fez as declarações-multipalco habituais., culpando Bush pela falha na guarda dos estoques.
Tudo ensaiadinho.

ZH ainda comenta: "Bush não comentou nada sobre o assunto". O que teria de comentar sobre tamanha mentira???

Já fiz uma pergunta direta à Zero Hora de o por quê da proteção aos palestinos anteriormente. Minha carta foi publicada mas a pergunta nunca respondida.

Chega a vez de outra pergunta: o desmentido será publicado neste nobre veículo de propaganda democrata??

Não é de admirar que as vendagens dos principais jornais brasileiros venham caindo constantemente nos últimos anos."

Luís Afonso

terça-feira, outubro 26, 2004

O Personagem Esquecido Destas Eleições: “O Pagador de Impostos”



As eleições 2004 no Brasil estão na reta final. O primeiro turno já terminou e estamos a 5 dias para o segundo turno.
Até o momento a “nova” correlação de poder no Brasil mostra que nenhum partido foi privilegiado com uma fatia generosa da preferência do eleitorado. Só uma coisa não mudou: os principais partidos continuam sendo de esquerda.

O segundo turno dificilmente mudará este quadro, uma vez que as disputas nos estados mais populosos se dão entre partidos também de esquerda.

Isto quer dizer que quaisquer que sejam os resultados nas urnas, o resultado não servirá para efetivas mudanças. Mas todos os candidatos falam em mudanças. E mudanças para melhor. Só esqueceram de avisar que quem vai mudar para melhor são eles mesmos.

Para “nosotros” o que interessa é que o mesmo filme continuará em cartaz por mais de quatro anos. E o filme é um clássico que não se cansa de ser reapresentado a cada nova administração. O título é velho de guerra “O Pagador de Impostos”: é um drama trágico onde nosso herói tenta levar uma carga muito maior do que pode suportar. Ao final nosso herói acaba vencido e imobilizado sob tal carga.

O brasileiro, apesar de estar razoavelmente ciente do poder do seu voto, ainda não percebeu qual a utilidade da pesada carga que aprisiona a si mesmo a ao país. O brasileiros, após anos de pregação gramsciana acreditam que somente o estado poderá eliminar as “desigualdades” uma vez que o capitalismo só consegue ampliá-las. E passa um cheque em branco a cada novo governante nacional, estadual e municipal para que invente uma nova maneira de combater a pobreza e a miséria. E a cada novo programa, maior a carga tributária para garantir os investimentos necessários e a cada resultado pífio mais impostos são necessários...

Terá de ser sempre assim até o derradeiro final?
Não, existem alternativas.

Vocês já ouviram falar de uma cidade chamada Crestwood no estado norte-americano do Illinois? Não ? Pois nem eu até agora. Mas encontrei um material sobre a experiência desta cidade que me permito dividir com todos vocês.

De acordo com o artigo do jornalista James Mcandish, reproduzido pela colunista Devvy Kidd em http://www.newswithviews.com/Devvy/kidd68.htm dizia que “Crestwood, Illinois estava sendo agraciada com o título de cidade melhor administrada nos Estados Unidos por que era gerenciada como um negócio.”

Epa! Toda vez que se houve em “gerenciar como um negócio” algum bem público aqui no Brasil significa “gerenciar como se fosse o MEU negócio”, não é mesmo?
Mas este caso é diferente. Imagine uma cidade que seja tão eficiente que a prefeitura concede um desconto de 26% no imposto predial. Que tal? E mais: moradores acima de 55 anos recebem serviços de jardinagem e manutenção doméstica de graça!! É demais. Para completar, o objetivo da prefeitura é eliminar totalmente qualquer tipo de taxação sobre a propriedade nesta cidade de 120.000 habitantes.

A receita: o prefeito Chester Stranczek , que governa a cidade desde 1969 – e neste ano será reeleito por falta de concorrentes, tem a filosofia de terceirizar tudo o que puder. “A força policial têm prioridade em combater o crime, não em correr atrás de multas de US$ 50,00. Neste caso os policiais dão uma severa dura nos motoristas recalcitrantes e ficam liberados para combater o crime – que é insignificante na cidade”.

Segundo Stranczek “negócios não vão bem quando operam no prejuízo”, por isso ele acabou com o departamento de obras públicas. Foram contratados serviços de terceiros para resolver os problemas. “Assim ao invés de ter uma penca de trabalhadores sem fazer nada nos dias de chuva, recebendo seus salários, seguros e benefícios médicos além de maquinário ocioso, nós contratamos empresas para fazer o trabalho. A economia foi fantástica. O mesmo valeu para os a contabilidade pública. Nós simplesmente pagamos a um auditor um valor de US$ 8.000,00 anual para fazer o trabalho. Ganhos: por volta de US$ 35.000,00 por ano. Graças à eficiência da prefeitura, há muito dinheiro para investir nos serviços necessários.”

Mais da receita do prefeito Stranczek: “Nós temos somente três policias em turno integral. Mas temos 40 policiais em regime de turno parcial que moram em Crestwood e empregam uma média de 10 a 12 horas fazendo o patrulhamento das ruas”. Como resultado nós temos uma das cidades mais seguras nos Estados Unidos. “Somente este ano nós doamos aos contribuintes um desconto US$ 1.000,00. Quando você paga seus impostos em Crestwood, você obtém um desconto de 26%. E, por causa dos impostos provenientes de novas empresa que estão se mudando para cá, esperamos que dentro de quatro anos os proprietários de imóveis em Crestwood não terão de pagar NENHUM tipo de imposto sobre propriedade”.

Crestwood tem somente 17 empregados permanentes, comparado à 150 empregados em cidades do mesmo porte à nossa. “Nosso orçamento é de US$ 2 milhões por ano enquanto uma cidade de tamanho similar , com 12.000,00 habitantes, teria de ter um orçamento de US$ 10 milhões, diz o Diretor Municipal Frak Gassmere. O prefeito Straczek completa: “As pessoas estão felizes e pretendemos mantê-las assim.”

É outro mundo não é mesmo? E nós tendo que engolir toda esta arenga de “desigualdade”, “combate à exclusão social”, “recursos públicos”... E dizem que combatem o desemprego com isso.
É claro que esta receita nem é popular nem nos Estados Unidos, que há décadas já é uma social-democracia. Mas como parece que o debate sobre estes assuntos morreram no país há anos, temos o dever de transmitir este tipo de exemplo.

Alguém vai perguntar que neste modelo o desemprego no setor público é bem alto. Concordo. Mas em primeiro lugar a administração do bem público se deve dar com respeito ao seu financiador principal – o nosso sofrido pagador de impostos – que quer eficiência máxima aos recursos investidos. Outra razão é simples: uma prefeitura, assim como o executivo estadual ou federal não pode ser gerenciado como uma entidade filantrópica.

Outra razão é econômica: poderá haver um aumento do desemprego nos servidores municipais, mas com a queda nas carga tributária municipal, a cidade acaba se tornando muito atraente para novos investimentos. Estes investimentos irão gerar novos empregos. Mais e melhores empregos geram mais oportunidades para aqueles que eventualmente perderam os seus respectivos cargos públicos.

Também faz retornar à iniciativa privada a prerrogativa para a geração do desenvolvimento e da riqueza, criando novas oportunidades, afinal ela é a única que pode fazer isto de forma eficiente sem onerar os cofres públicos pois o risco é inerente ao processo capitalista.

Quando é que se ouviu nestas eleições alguma proposta vagamente parecida com estas? Nunca e provavelmente nunca será ouvida enquanto não fizermos a nossa parte.

E qual a nossa parte?
A nossa parte é difundir mais e mais idéias como esta. Temos a ferramenta que nenhuma outra geração teve o prazer de conhecer ou imaginar o seu alcance: a internet. E é por ela que a nova geração abortou o projeto tão acalentado por mais de vinte anos de doutrinação gramsciana em nossas universidades, errando o alvo de criar uma juventude socialista homogênea. Sim, eles são maioria, mas existem milhares de jovens inconformados com respostas tão estúpidas com saúde e vontade de fazer a diferença.

Todos estes candidatos a prefeito, governador, presidente, têm de saber que existem pessoas que querem soluções para os velhos problemas, e elas não passam pelo socialismo. Segundo o saudoso Roberto Campos “O slogan – O capitalismo é bom para produzir e o socialismo é bom para distribuir – é apenas uma mistura de cretinice acadêmica e falsidade ideológica.”

É isso. Se não começarmos a espalhar estas verdades e as receitas do sucesso, vamos ouvir ainda por muito tempo propostas como “universidade para todos”, “bolsa-família”, “primeiro emprego” conjugado com “impostos progressivos”, “aumento da matriz tributária”.

Ou seja: ou concluímos que está na hora de trocar o “filme” ou ainda vamos ter de ver a apresentação do “Pagador de Impostos” por mais quatro anos.