sábado, março 17, 2007

Primavera Negra em Cuba..

Há quatro anos Fidel Castro botou na cadeia 75 jornalistas e escritores com penas de 14 a 25 anos de prisão.
A reação mundial foi grande mas hoje estas 75 pessoas estão quase esquecidas. O mundo parece muito mais preocupado com a saúde D´el Comandante (El Coma Andante ou Kasstro, segundo seus detratores) do que a saúde de suas vítimas.

Muitos jornalistas, da mesma profissão dos seus colegas que apodrecem na prisão em Cuba, preferem - ao invés de denunciar tais atrocidades - tecer loas à Revolución e a Fidel.
Parecem não conectar que esta mesma atividade, que no Brasil exercem tão livremente, é virtualmente impossível em Cuba.

Para os que querem saber mais, sugiro esta página na internet http://www.primaveradecuba.org/

E este filme do you tube, muito instrutivo..

sexta-feira, março 16, 2007

Eucalipto e a Revolução

O jornalista Políbio Braga

denuncia outra falácia pseudo científica dos radicais de esquerda do Brasil: Eucalipto "bebe" muita água..



"A inquisição trotskista do governo Lula acha que eucalipto devora água. 15.03.07 | 17:59 -

`Este não vai mais beber água !´

bah, tchê: é duro ter que agüentar um bagual desses dizer uma barbaridade dessas, tentando justificar a ordem que veio de cima (da turma do DS, a Democracia Socialista, uma espécie de moderna inquisição trotskista, do ministério do Desenvolvimento Agrário) para destruir as plantações de eucalipto do assentamento Novo Pedro Osório, do MST, no município gaúcho de Pedro Osório. A declaração calhorda foi reproduzida por Zero Hora. . O MDA não está interessado em destruir o eucalipto, mas em destruir o capitalismo e a democracia. Qualquer palavra de ordem serve. É só encontrar ativistas de extrema esquerda, analfabetos funcionais e ressentidos pela frente."

O próprio jornalista dá um link para o desmentido científico desta falácia, aqui



Encontreio outra, muito interessante, aqui.

Um trecho:



"ma das críticas que se costuma fazer ao eucalipto é que ele precisa de muita água durante a fase de crescimento. Isto é desmentido por estudos recentes, que têm mostrado não haver muita diferença entre o consumo de água de diversas espécie florestais e o eucalipto.

Isso também é verdade em comparação com a agricultura: ele apresenta consumo parecido com o do café e menor do que o da cana-de-açucar. Em países com pouca disponibilidade de água, como Espanha, Itália, Israel e Marrocos, grandes áreas estão sendo usadas para o plantio de eucaliptos, sem problemas. No caso de Israel, inclusive áreas de deserto estão sendo usadas para agricultura, depois do cultivo do eucalipto por períodos entre 20 e 30 anos."



Comentário:

Concordo com o Políbio: não tem nada a ver com água ou ecologia, mas sim uma desculpa para acabar com um agro-negócio lucrativo. Quanto mais lucrativo o agro-negócio, menor a importância do MST.

Históricamente a esquerda sempre achou desculpas para denunciar qualquer atividade agrícola lucrativa:

- A monocultura da soja n

- O uso de agrotóxicos

- O gado de corte



Tudo têm uma desculpa, quase sempre ecológica para seus ataques...



Nada mais é que mais um round da "revolução"





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terça-feira, março 13, 2007

Politeísmo & Monoteísmo


Um dos argumentos mais conhecidos dos ateus contra as religiões é o de que elas foram criadas pelo homem e não por uma centelha de revelação divina. Os homens, por sua atemporal necessidade de explicar suas origens – e seu futuro- , “inventaram” as religiões. O conceito de um Criador amoroso que criou o homem à sua imagem é reconfortante em face à dura realidade de que somos fruto do acaso. As religiões então nada mais são do que “muletas emocionais” para “fracos”. Este é o argumento ateísta, em resumo.


Uma das principais provas desta concepção é o entedimento quase que unânime de que na sua origem, todas as religiões foram ou ainda são politeístas. As religiões politeístas da antiguidade encaixam-se perfeitamente no modelo pois confirmam algumas teses:


  1. Têm como base a 'divinização' dos fenômenos da natureza, ou seja, para tudo o que não tinha explicação racional, atribuíam a uma deidade. Isso é facilmente observável ainda hoje, em diversas populações ao redor do mundo que continuam a adorar o sol, a chuva, as montanhas, o fogo, etc. Religião seria explicação irracional para o mundo. Totalmente então descartável em função do conhecimento científico.


  1. Todas as civilizações antigas eram politeístas em função da profusão de deuses para explicar cada um do fenômenos “inexplicáveis” da natureza.


  1. O monoteísmo “evoluiu” do politeísmo, pelo próprio aumento do conhecimento humano e a percepção de que todos os fenômenos antes considerados isolados, têm conexão entre si. Os deuses antigos se fundiram num só. Isto prova que as religiões monoteístas não receberam nenhuma “revelação divina” da existência de um só deus, mas sim adaptaram sua crença face a conhecimentos mais evoluídos.


  1. Conclusão: A ciência moderna prescinde de existência de qualquer religião, pois estas só vieram e existir para explicar o mundo, o que não é mais necessário.


Por todos os meios, este entedimento da história das religiões confirma , num só tempo a teoria da evolução (sistemas menos complexos – politeísmo – se transformando em sistemas medianamente complexos – monoteísmo – até atingir o estado atual – científico – que elimina a necessidade dos anteriores) e a inexistência de um Deus único, que não passou de um estágio intermediário do conhecimento/evolução da humanidade.


Esta visão - de que o politeísmo é anterior e “evoluiu” para o monoteísmo, carregando boa parte de suas histórias e tradições – foi muito difundida depois de Darwin. Ele mesmo compartilha (e amplia ) esta percepção em “Descent of Man” (1896) “Belief in God – Religion. -- There is no evidence that man was aboriginally endowed with the ennobling belief in the existence of an Omnipotent God.”

Então o senso comum científico reza que o monoteísmo provêm de uma evolução do politeísmo.


Mas o assunto não está encerrado.


Em primeiro lugar não posso conceber que o monoteísmo seja uma “evolução” do politeísmo, pois na verdade é a sua completa negação. Por quê? Por que o tipo de sociedade criada em torno de uma religião politeísta e de outra monoteísta são tão radicalmente opostos que não há sentido de continuidade possível. Compare religiões como a Maia (recentemente mostrada no excelente filme “Apocalipto”) ou a Egípcia ou talvez mesmo a Grega com a Judaica. Sacrifícios humanos, deuses com desejos e paixões “humanas”, total eliminação do livre-arbítrio, a religião como função do estado de um lado e de outro lado a responsabilidade pessoal, valores morais e livre-arbítrio.

Não há possibilidade de que uma ruptura tão gritante possa ser fruto de uma evolução. Não. A passagem do politeísmo para monoteísmo caracteriza uma “revolução” e não uma “evolução”.


Como nunca existiu nenhuma civilização laica, o papel da religião era central em qualquer uma delas. Digo mais, a forma como o seres humanos percebiam a sua própria consciência era fruto do modelo cultural-religioso. Ora, o politeísmo vivia de diversos deuses, muitos deles em eterno conflito. Pois o ser humano que se desenvolvia neste ambiente cultural tinha, por sua estreita ligação com a religião, uma auto-consciência espelho disto: era fragmentária, não raro conflituosa e sem uma unidade de pensamento, um centro.

Nas religiões monoteístas era justamente o contrário. O fato de haver um Deus único desencadeou várias consequências inevitáveis: Se existe um Deus, existe somente UMA verdade. Se as pessoas apreenderem esta verdade fundamental estarão em harmonia com o universo. A consciência que brota destas percepções tem de ser também única e integral. Não vou dizer mais, mas isso é a gênese não só da auto-consciência mas da própria “ciência” como a conhecemos: Se há uma verdade, ela deve ser buscada. Pois esta verdade é Deus, também. Esta é a grande mensagem do monoteísmo.


Há também diversos outros estudos que apontam para outra direção.


O professor Clifford Wilson antigo diretor do Instituto Australiano de Arqueologia (em “”The A.B.C. Of Biblical Archaeology,” ) fala “Monotheism was known in very early times. The Egyptian Book of the Dead demonstrates that the Egyptian people originally believed in one great God and not many. With the passage of time, each of the known attributes of the true God were personified as new and individual deities – and so, polytheism developed.”


O monoteísmo como a crença inicial das religiões politeístas antigas, marca não só o Egito como também a China e India. Isto é citado por Arthur C. Custance (“it may safely be said without the slightest hesitation that monotheism never evolved out of polytheism in any part of the world’s earliest history for which we have documentary evidence. ...This was true also in China.”)


Estes fatos derrubam a tese oficial em duas frentes.


O judaísmo-cristianismo não de originou de um amálgama de tradições politeístas anteriores mas, pelo contrário RECUPEROU os aspectos monoteístas destas religiões perdidos ao longo do tempo. Com isso, podemos comprovar também que o conceito físico da entropia se aplica perfeitamente à história. E refuta o darwinismo (”A entropia Refuta a Evolução”? Conheço os argumentos de ambos os lados. Escreverei sobre isso mais tarde, mas o que posso admitir é um ‘sim’ a esta questão) pois prova que qualquer sistema (aberto ou fechado) tende a entrar em equilíbrio ao longo do tempo. “Equilíbrio” na física significa sistemas menos organizados, portanto mais “simples” e não o contrário. A decadência e não evolução seria o desdobramento natural de qualquer sistema ao longo do tempo.


Outra consequencia destas descobertas é o que estudiosos como René Guenon ou Olavo de Carvalho já descobriram pelo estudo comparado das religiões: que elas – muitas delas completamente diversas entre si – com crenças (atuais) tão diferentes como os vedas e xintoístas têm um fundo de verdade em comum.

Sabemos que a “verdade” em comum é que todas elas têm uma origem monoteísta. Então é possível concluir que o conhecimento original de um Deus único foi dado a humanidade em tempos imemoriais sendo perdido – misturado a outros deuses ao longo do tempo -, para ser recuperado mais tarde pelo judaísmo.

Isto é incrivelmente coincidente com o registro bíblico sobre as origens do favor divino para com o Hebreus: É por que eles, remando contra a maré, restauraram a adoração ao Deus único. O favor de Deus foi uma retribuição e não uma “escolha” divina.