sábado, setembro 10, 2005

Catarina , Katrina e os tamagochis humanos


Em 29 de março de 2004 um furacão categoria 1, chamado Catarina varreu o sul Santa Catarina e o litoral norte do estado do Rio Grande do Sul.
Alertados pelos serviços de defesa anti-ciclone dos Estados Unidos, os governos federal e estaduais foram completamente inoperantes, desmobilizando esforços de evacuação em preparação através de falsas e tranquilizantes notícias dos serviços locais de meteorologia que se baseavem em dados acima de qualquer suspeita para esvaziar alegadas preocupações: bravata e anti-americanismo.
Segundo eles, não haveria furacão pelo simples motivo de que nunca houve furacão na região e em segundo lugar os americanos não entendiam nada do litoral sul do Brasil.


Segundo o site Apolo11

"As imagens mostradas na televisão impressionam até especilaistas. Segundo cientistas do Centro Nacional de Furacões (NHC) em Miami, pelas imagens vistas, Catarina deve ter atingido a costa com ventos de 170 km/h. Moradores do local, muito assustados, afirmavam que o que viram não vão esquecer tão cedo.

Segundo a GloboNews, a Defesa Civil de Torres havia proposto a evacuação da cidade, mas o ministro Ciro Gomes, da Integração Nacional, não autorizou, dizendo que os ventos seriam mais fracos que o previsto. Não foram."

Apesar das evidentes falhas, despreparo, arrogância dos serviços locais de meteorologia, governos estadual e federal, não houve nenhuma manifestação mais dura em favor das inocentes vítimas (2 mortes; 1,2 desabrigados) por parte da imprensa.

Mas que diferença sobre o Katrina.
O furacão que abateu Nova Orleans virou um prato cheio para uma imprensa inoperante, raivosa e portanto mentirosa e parcial.
Na Zero Hora de sábado, 10/09 o jornalista Moisés Mendes, comete uma matéria "Um furacão na vergonha americana" que só pode ser lido como metáfora sobre a nossa própria imprensa.

De tanto ler NYT, WP, CNN e livrinhos & filmecos de Michael Moore o nosso "jornalista" ignora totalmente aos governos locais (Prefeitura e Estado) para atacar o único culpado possível: GWB.
Leiam um trecho risível:
"O americano médio sucumbiu à inércia dos últimos quatro anos da caça belicista ao terror. Se o Estado está ocupado com a guerra, que as questões sociais -mesmo as de urgência - sejam resolvidas por cada um".
Ora, para Moisés tanto o governadora da Louisiana quanto o prefeito da cidade estavam muito preocupados com a guerra no Iraque para dar atenção ao furacão...

Na própria matéria existe uma vertente em nenhum momento explorada sobre as origens da pobreza em Nova Orleans. Segundo o economista gaúcho Roberto Camps visitande assíduo da cidade citado na matéria, Nova Orleans está em decadência desde os anos 70. Faltou dizer que os governos locais estão na mãos dos democratas, que implantaram um sistema de welfare state que parece ser o sonho de Moisés.

Ao nosso bravo jornalista, causa espanto a declaração de Barbara Bush, se declarando assustada com o fato de os flagelados da Louisiana instalados no Texas não mais quererem voltar para suas casas. O que ele viu na declaração? Uma confirmação da falta de humanidade da Sra Bush, do seu marido e de seu governo.

Para mim, nada mais assustador: pessoas sufocadas há décadas por equivocadas políticas sociais que só aumentaram a pobreza local e que as tornaram completamente dependentes de governos, políticas, ajudas oficiais. Mais ou menos como tamagochis humanos em tamanho Michael Moore. Isto é realmente assustador. Mas é exatamente o que o senhor Moisés acaba defendo.

Para completar, os democratas passaram quatro anos reclamando que o governo Bush tinha transformado o pais numa ditadura e agora o acusam de não ter agido ditatorialmente, atropelando o federalismo americano, para enviar ajuda e Guarda Nacional sem a prévia aprovação dos titubeantes governos locais.
Não dá mesmo para entender.

Para completar : se alguém quer ler alguns poucos mas consistentes artigos sobre o que realmente aconteceu nos em Nova Orleans, leiam os artiogos recentes de Paulo Leite e Olavo de Carvalho, escrevendo direto dos Estados Unidos.

quinta-feira, setembro 08, 2005

Cadê o meu país?



Sete de setembro de 2005. 10hs. Eu. Assistindo ao desfile em homenagem aos 183 anos de independência do Brasil.

O que era apenas para ser uma experiência protocolar para quem tem filhos pequenos – imaginei como meu pai deveria se sentir quando levava a mim e à minha irmã a eles - acabou se tornando algo pleno de significados.


O ano passado escrevi um artigo afirmando que a minha verdadeira pátria não era essa e sim uma outra pátria inexistente, mítica e inalcançável.


Pois durante os desfiles deste ano tive a exata sensação de haver vislumbrado o que poderia ter sido esta pátria inalcançável.


Tudo corria bem – quer dizer aborrecidamente normal- para um evento deste tipo. Lá estava eu , minha filha, bandeirolas na mão, à espera pelos próximos pelotões, quando algo aconteceu: adentraram na avenida num velho jipe, cuidadosamente lavado e encerado para a ocasião, os veteranos da Força Expedicionária Brasileira (FEB) da Segunda Guerra Mundial. Quando me deparei com aqueles bravos patriotas, orgulhosos trajando suas melhores fardas sob suas medalhas reluzentes, sua altivez, percebi que havia ali um verdadeiro sentido de pátria.

Nunca aplaudi algo ou a alguém tão calorosamente. Eu que sempre tratava eventos deste tipo com um sorrisinho irônico de contrariedade. Pois lá estava eu cumprimentando, aplaudindo e acenando com minha bandeira alguns dos verdadeiros heróis deste país. Pessoas que arriscaram a vida defendendo ideais de liberdade em outros países mesmo quando não os tinham em seu próprio solo.

Assim se sucederam os veteranos da guerra do Suez, representantes do exército, marinha e aeronáutica sob vôos rasantes de jatos em formação.


Por alguns mágicos instantes me senti conectado a esta pátria mítica, a que teria orgulho de pertencer. Agitei febrilmente a minha bandeira, aplaudi a todos que podia. Tudo estava bem. Até que a realidade bateu à porta: ao final do desfile vi pessoas vestidas não com as cores nacionais mas com slogans de “protesto” e camisetas de Che Guevara. Depois soube que o MST tinha tentado criar uma passeata de protesto ao final do desfile.

Não, não poderia existir uma pátria que conceda o mesmo espaço simultâneamente a heróis como os veteranos citados – responsáveis por nossas vitórias e a manutenção de nossa democracia – com idiotas úteis tratados como massa de manobra de uma a ideologia radical e anti-democrática.


De súbito voltei à realidade. Mas com uma percepção nova : o Brasil poderia ter sido a minha pátria verdadeira, real. Mas alguma coisa saiu errado no meio caminho. Temos uma bela representação material de pátria e até alguns heróis a louvar, mas não temos mais motivos para isso.


Num antigo filme de ficção científica – The Body Snatchers – pessoas reais eram substituídas numa pequena cidade por vegetais-clones extraterrestres sem alma nem emoção, apesar de fisicamente idênticos aos originais. O Brasil parece ter sido, em algum ponto de sua história, mais uma vítima destes vampiros de alma. Alguém trocou o meu país verdadeiro por este que aí está.


Então esta é a causa da minha estranheza com relação ao meu próprio país!! Vivemos num país falsificado e sem alma. Onde anda o verdadeiro Brasil? Não sei onde ele está agora, talvez nem exista mais. Ou talvez esteja em cativeiro em algum lugar esperando pelo resgate.


Pelo sim pelo não vou continuar saudando este pedacinho de país que sobrou: nossos bravos heróis das Forças Armadas.


segunda-feira, setembro 05, 2005

Amantes do furacão -- Olavo detona!!

O artigo de Olavo desta semana no Diário do Comérico é imperdível. É extenso e entrega o principal:desfaz a rede de intriga que os detonadores de Bush em torno da tragédia de Nova Orleans.
Os motivos para isso?
Aqui vai a explicação ...
Amantes do furacão: "A existência da América é uma vergonha para os russos, que juraram destruí-la e acabaram de chapéu na mão, implorando socorro. É uma vergonha para a China, que acumula armas nanotecnológicas na esperança insana de matar de varíola e tifo a população americana inteira mas não pode usá-las, porque seria mandar para a panela a galinha que bota ovos de ouro nas estatais de Pequim. É uma vergonha para o mundo islâmico, que com toda a sua bela oratória religiosa de mil e quatrocentos anos jamais conseguiu criar uma sociedade que não fosse, em maior ou menor medida, a negação viva das promessas corânicas de liberdade e justiça. É uma vergonha para os latino-americanos, que não suportam a comparação com o vizinho do Norte sem roer-se de desprezo a si mesmos e buscar alívio em histrionismos e fanfarronadas de uma abjeção sem par."