Eu também.
Enquanto ele está chegando à idade da razão (30) eu chego aos 42 - mas com preparo físico de 41, devo esclarecer.
Sou um legítimo filho da "revolução" pois nasci no ano da "redentora" - 1964, que aliás é o verdadeiro "ano que não terminou" da memória nacional.
1964 continua - como um fetiche - a assombrar a vida política nacional.
Mas o assunto aqui é outro.
A "Revolução Americana" é o que a data lembra. E muitos me dizem que a data do meu aniversário cai como uma luva, em função de minha simpatia pelos Estados Unidos.
Mas devo desapontá-los um tantinho. Não sou assim tão fã dos Estados Unidos. Mas sim da idéia por trás da Revolução Americana.
Aliás, como já escrevi anteriormente, as idéias são muito mais longevas do que homens, culturas, nações ou impérios.
Mas acreditar numa idéia exige alguma responsabilidade e razoabilidade.
Acreditar em algo pressupõe uma pequena escala de possibilidades de realização:
- Em primeiro lugar estas idéias devem ser isentas de contradições internas em seu enunciado.
- Em segundo, têm de ser possíveis.
- Em terceiro, têm ser de prováveis - isto é com algum grau de possibilidade de realização fisica.
- Em quarto, têm de ser exatas, corretas em termos lógico-racionais.
É aqui que separo o que chamo de idéias do "Mundo das Idéias" platônico. Enquanto este é um mundo separado do mundo sensível de modo irremediável, uma entidade sem nenhuma possibilidade existência real, portanto um ideal irrealizável, abstrato, "Platônico" enfim, as idéias que devemos acreditar - e lutar - devem obrigatóriamente passar pelo crivo de sua possibilidade de realização - de existência real - como descrito acima.
Este é o grande legado aristotélico: a síntese dialética do projeto socrático-platônico.
É este filtro que separa os idealistas - todo projeto marxista (e muito do que se chama libertário) é platônico e, portanto, irrealizável (por utópico) - dos realistas.
Para mim a "Revolução Americana" é o projeto possível. É o meio termo entre os altos ideais platônicos e a capacidade humana em realizá-los. É a República que é o inverso d"A República". O anti-"Príncipe".
Pode parecer pequeno, mas é talvez a mais preciosa pérola de projeto político desenvolvida pela humanidade até hoje. E com 230 anos continua cada vez mais atual e vanguardista, comparado com o cinzento-socialista-totalitário do mundo de hoje.
Feliz aniversário!!!