terça-feira, julho 04, 2006

Renascido em 4 de julho

Meu colega de "Blogs Coligados", Rodrigo Constantino comemora seu aniversário neste dia 4 de julho.
Eu também.
Enquanto ele está chegando à idade da razão (30) eu chego aos 42 - mas com preparo físico de 41, devo esclarecer.
Sou um legítimo filho da "revolução" pois nasci no ano da "redentora" - 1964, que aliás é o verdadeiro "ano que não terminou" da memória nacional.
1964 continua - como um fetiche - a assombrar a vida política nacional.
Mas o assunto aqui é outro.

A "Revolução Americana" é o que a data lembra. E muitos me dizem que a data do meu aniversário cai como uma luva, em função de minha simpatia pelos Estados Unidos.

Mas devo desapontá-los um tantinho. Não sou assim tão fã dos Estados Unidos. Mas sim da idéia por trás da Revolução Americana.
Aliás, como já escrevi anteriormente, as idéias são muito mais longevas do que homens, culturas, nações ou impérios.

Mas acreditar numa idéia exige alguma responsabilidade e razoabilidade.

Acreditar em algo pressupõe uma pequena escala de possibilidades de realização:
  • Em primeiro lugar estas idéias devem ser isentas de contradições internas em seu enunciado.
  • Em segundo, têm de ser possíveis.
  • Em terceiro, têm ser de prováveis - isto é com algum grau de possibilidade de realização fisica.
  • Em quarto, têm de ser exatas, corretas em termos lógico-racionais.

É aqui que separo o que chamo de idéias do "Mundo das Idéias" platônico. Enquanto este é um mundo separado do mundo sensível de modo irremediável, uma entidade sem nenhuma possibilidade existência real, portanto um ideal irrealizável, abstrato, "Platônico" enfim, as idéias que devemos acreditar - e lutar - devem obrigatóriamente passar pelo crivo de sua possibilidade de realização - de existência real - como descrito acima.

Este é o grande legado aristotélico: a síntese dialética do projeto socrático-platônico.

É este filtro que separa os idealistas - todo projeto marxista (e muito do que se chama libertário) é platônico e, portanto, irrealizável (por utópico) - dos realistas.

Para mim a "Revolução Americana" é o projeto possível. É o meio termo entre os altos ideais platônicos e a capacidade humana em realizá-los. É a República que é o inverso d"A República". O anti-"Príncipe".

Pode parecer pequeno, mas é talvez a mais preciosa pérola de projeto político desenvolvida pela humanidade até hoje. E com 230 anos continua cada vez mais atual e vanguardista, comparado com o cinzento-socialista-totalitário do mundo de hoje.

Feliz aniversário!!!

A piada (involuntária) do ano




Sem comentários...





Lista de Inelegíveis

Está disponível no site www.votebrasil.com a lista
de possíveis inelegíveis onde entre tantos, constam  5 ex-governadores e 1.500 prefeitos.
Olho neles!!

segunda-feira, julho 03, 2006

Olavo de Carvalho responde a um "Liberal"

Desde que iniciei este blog faço questão de marcar minha posição como Liberal-Conservador. Muito mais este último do que o primeiro.
Por quê?
Por que conservadores costumam pensar em política primeiro e depois em economia. As duas (visões) sendo planos diferentes de realidade e hierarquia. E sempre a política será mais importante do que a economia na compreensão da realidade.
Os liberais puros - chamados muitas vezes de libertários - têm uma visão da realidade com a hierarquia invertida: tudo se submete à economia e às leis do mercado. Absolutamente tudo.

Esta visão "liberal" quando confrontada com fatos políticos - a saber - o recrudescimento do movimento comunista internacional em seu "upgrade" Gramsciano pós-1990, acaba por negá-la por completo, transformando fatos em "opiniões" ou "teorias conspiratórias".
O próprio conceito de democracia acaba por se transmutar, afinal num ambiente de revolução culturar permanente, o real significado de democracia acaba sendo algum tipo de "pacto suicida".
Já vimos muitas vezes como a democracia pode ser corroída por dentro até se transformar no seu oposto.
Pois bem, para muitos "liberais" a explicitação de como a democracia é usada como instrumento de dominação num projeto revolucionário gramsciano é considerada a defesa de algum tipo de "golpismo".
Mas o quê poderia se esperar de pessoas que colocam em primeiro lugar a visão economicista do mundo?
Mas uma dúvida final: Colocar a visão econômica do mundo no topo da hierarquia da realidade não é puro Marxismo?
Sim. É por isso que muitos liberais achando que se opõem, acabam por reforçar a visão esquerdista do mundo.

E também por causa disto que existe um fosso - às vezes instransponível - entre conservadores como eu e liberais como o descrito por aqui.

Enquanto nós, por exemplo, denunciamos a China como um regime comunista e portanto não merecedor das atenções - e investimentos - do Ocidente, muitos liberais acham que jogando mais dinheiro por lá sua transformação em capitalismo democrático será automática.

Olavo de Carvalho neste artigo desmonta um por um os "argumentos"  (melhor dizer "apelos emocionais" ) mais usados para categorizar como "teoria da conspiração" qualquer tentativa de entendimento mais aprofundada sobre os movimentos políticos do mundo de hoje.
 
O artigo chama-se "Da ignorância à mentira" e foi publicado no "Diário do Comércio". Eis um trecho aqui:
“Liberais” como o signatário dessa carta são a praga que debilita o liberalismo e o impede de se tornar uma força política à altura dos desafios colocados pela ascensão geral do esquerdismo. O serviço que ele presta à esquerda é tão grande, que tornaria razoável a suspeita de tratar-se de um agente provocador ou desinformante infiltrado, se fosse preciso essa hipótese para dar razão de uma conduta que, no entanto, o amor patológico à mentira basta para explicar perfeitamente bem. O pior dos mentirosos não é aquele que mente uma vez, duas vezes, mil vezes. Não é aquele que mente muito, quase sempre ou até mesmo sempre. Não é aquele que mente tão bem que chega a se enganar a si próprio. É aquele que, em prol da mentira, destrói tão completamente a sua própria inteligência que se torna incapaz de perceber a verdade até mesmo quando ele próprio, por desatenção ou inabilidade, a proclama diante de todos.