quinta-feira, agosto 18, 2005

From Olavo, Urgente! - Artigo de estréia no JB, com chamada na capa e tudo


Acabo de receber esta surpresa.
Olavo está de volta a um periódico carioca de circulação nacional. A edição de hoje do JB tem sua primeira coluna no veículo, com chamada de capa e tudo.
Confiram.
Ótima notícia.
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Jornal do Brasil, 18 ago. 2005

 

Passo

 

Olavo de Carvalho

 

            A estratégia do poder petista, planejada desde muito antes de 2002, pode ser resumida em dois itens opostos e complementares:

            De um lado, manter inalterada a obediência da gestão Fernando Henrique às exigências do Fundo Monetário Internacional, atraindo para o governo a confiança dos investidores estrangeiros.

            De outro, usar a credibilidade assim conquistada como manto protetor para acobertar (1) a deterioração intencional das instituições democráticas, submetidas cada vez mais aos caprichos das "forças populares" ao ponto de passeatas e gitarias terem força de lei, (2) o apoio à expansão comunista no continente, (3) a consolidação da hegemonia cultural e educacional esquerdista no país, (4) o suborno metódico da classe política, de modo a torná-la dócil ao esquema partidário sobreposto à autoridade mesma do Estado, e (5) a proteção dada às Farc – uma das possíveis financiadoras do plano -- , autorizadas a abastecer o mercado nacional de cocaína e a treinar bandos de delinqüentes armados para espalhar por toda parte o caos e o terror, sem que o governo consentisse sequer em usar contra essa organização alguma palavrinha mais dura.

            Qualquer principiante no estudo da estratégia comunista deveria reconhecer nessa política de duas cabeças a aplicação simples e elementar do princípio dialético da tese e da antítese, destinadas a produzir uma síntese revolucionária ante os olhos atônitos de burgueses racionalistas incapazes de atinar com a unidade do plano por trás da contradição aparente. O esquema, afinal, era repetição quase literal do engodo criado por Lênin em 1921, sob o nome de Nova Política Econômica, para construir a ditadura comunista com a ajuda de investidores internacionais iludidos por um capitalismo de fachada.

            Infelizmente, os últimos estudiosos de estratégia comunista estão nas próprias fileiras da esquerda. Fora delas, sem contar alguns empresários oportunistas, sempre dispostos a vender o futuro do país em troca do socorro governamental imediato às suas empresas periclitantes, restam apenas teóricos pró-capitalistas intoxicados de economicismo ao ponto de deslumbrar-se com a "ortodoxia" palocciana, vendo nela a prova cabal de que "Lula mudou" e recusando-se a enxergar a articulação dialética por trás de tudo. Críticas pontuais a "excessos" da esquerda evidenciavam apenas, nessa gente, aquela incapacidade para a apreensão abrangente da realidade concreta, aquele vício do pensamento abstratista e fragmentário que Karl Marx, acertadamente, atribuía à mentalidade burguesa, vício acentuado, no caso brasileiro, pela incultura pomposa de uma classe rica deslumbrada com os encantos fáceis do esquerdismo chique. Para agentes comunistas tarimbados como José Dirceu, ludibriar essas criaturas era mais simples do que chacoalhar um torrão de açúcar para fazer um jumento acenar com a cabeça como quem diz "sim".

            Aplacando a oposição "de direita" com a política econômica, a estratégia permitia ainda controlar os esquerdistas mais afoitos apelando ao endosso recebido do companheiro Fidel, do companheiro Chávez e do companheiro Manuel Marulanda.

            Agora, que a base financeira do esquema revelou toda a amplitude da sua intenção criminosa, a máfia dominante, compreensivelmente, busca salvar do naufrágio os equipamentos necessários para uma nova tentativa em futuro próximo ou distante.

            Resta saber se o empresariado e a mídia vão ajudá-la nisso, amortecendo o impacto moral dos crimes, falando deles como se fossem desvios acidentais de uma linha partidária originariamente idônea, ou se terão a coragem de admitir que desde o início foram usados como instrumentos de uma estratégia de longo prazo e, sacudindo de si o ranço da cumplicidade, encarar de frente a unidade e a coerência da mais vasta e repugnante conspiração criminosa de toda a História nacional. Tais são as cartas do jogo presente. Quanto a mim, tenho nojo de apostar na primeira e medo de desperdiçar esperanças na segunda. Avalio a mão – e passo.

 


quarta-feira, agosto 17, 2005

Hiroshima, ainda

Ao contrário do pensamento corrente, os conservadores dos anos pós-guerra nunca endossaram a decisão de Truman de usar armas atômicas contra a população civil no Japão.
Segundo o blog Causa Liberal: "Two days after the dropping of the bomb, Hoover wrote, 'The use of the atomic bomb, with its indiscriminate killing of women and children, revolts my soul.' He testified to Congress later that year that the act was 'barbaric.' President Hoover was not alone. As Leo Maley III and Uday Mohan demonstrate at the History News Network, virtually all conservative voices from Human Events to the Chicago Tribune and even National Review continued to criticize the decision well into the 1950s. '"

Conclui dizendo que "Hoje em dia, a nova direita, não faz outra coisa que não defender esquerdistas comprometidos que trouxeram o socialismo aos EUA e o prática da Vitória Total conseguida pela destruição total (Churchill teve um papel nisso, quer no socialismo, quer na prática da guerra total)."

Comentário: É um assunto a ser realmente estudado cuidadosamente, uma vez que - se o início da guerra no Pacífico foi influenciado pesadamente pela espionagem/influência comunista - teria este evento sofrido da mesma influência???

Em desenvolvimento...

segunda-feira, agosto 15, 2005

Diogo Mainardi cresce na crise

Parece que a crise criativa de Diogo Mainardi já foi resolvida.
Depois de perceber que não eram somente ele e o Olavo de Carvalho que batiam no governo Lula (Reinaldo Azevedo veio depois) - havia uma legião de Lula-haters (pelos motivos errados, é claro) se manifestando na imprensa - Mainardi se reiventou.
Usando seu apartamento como bunker, o colunista afirma que quer derrubar Lula, mas de dentro da segurança do seu apê, pois Lula não vale tanto esforço. Munido do gravador de brinquedo do seu filho deu para gravar as conversas com personagens da crise.
Cometeu duas colunas inesquecíveis.
A da semana passada, prometendo manter uma revelação "em off" do presidente do PP (Janene) e esta em que revida ao ataque do economista Luiz Nassif sobre sua falta de "ética jornalística" ao revelar (melhor "desnudar" ) a sua fonte.

Termina com algumas frases precisas.

"Nassif me deu uma lição de ética. Janene me deu uma lição de ética. Lula afirmou que não existe ninguém mais ético do que ele. Eu não aceito lição dessa gente. O Brasil tem off demais. Tudo o que se faz aqui é em off. Esta não é a hora do off. É a hora de abrir o jogo, de contar tudo, de falar a verdade." >

Bem vindo novamente ao front (doméstico) Mainardi.