Uma das mais batidas teclas da
modernidade é o conceito que o homem não deve ter culpa de nada.
Tudo é “bom” e nada do que fazemos é “errado”. Culpa é
algo que devemos nos livrar para ter uma vida realmente livre. Culpa
foi algo criado pela Igreja para controlar a sociedade.
Com o surgimento da psicologia , na
virada do século XX, estas teses – que já existiam – ganharam
ainda mais aceitação. À luz da nova ciência, “culpa” era o
grande obstáculo a impedir o homem de atingir a felicidade e mesmo a
causa de neuroses causadas por sentimentos reprimidos.
Dos anos 60 em diante, tudo ficou mais
e mais selvagem. “Não existe pecado ao sul do Equador”, música
dos 70 parecem uma profecia auto-realizada nos 2000. Ora, se não
existe culpa é por que, igualmente, não existe pecado.
Mas isso não era suficiente. Não
bastava somente “descriminalizar” a culpa ao acabar com todo e
qualquer resquício moral na sociedade. Para enfim terminar o
trabalho, era necessário que a culpa voltasse ao cenário, mas numa
nova roupagem.
Depois de eliminar qualquer traço da
culpa pessoal, da psiqué humana, a culpa “de classe” foi
reintroduzida nos anos 90 pelas mãos do politicamente correto e pelo
multiculturalismo. O objetivo era claro: criar ondas de ódio
artificiais contra os mantenedores da ordem, ou da sociedade.
Assim, o branco de hoje seria “culpado”
retroativo pela escravidão e portanto, os negros teriam prioridade
em vagas em universidades para “compensar”; A “culpa” pela
homofobia seria ainda mais aloprada: a Bíblia ou mesmo a própria
família tradicional seriam as culpadas!! Deve ser mesmo ultrajante
para um homossexual ter como pais um homem e uma mulher!!!
Para terminar, mesmo os criminosos,
bandidos & assassinos não tem culpa alguma pelas suas ações.
Os mais de 50 mil assassinatos que ocorrem no Brasil anualmente não
podem ser atribuídos aos seus perpetradores. Eles não são
“culpados”. São, pelo contrário, vítimas de um sistema iníquo
que os levam ao crime. A culpa é de quem ? Nossa. As “vítimas”
na verdade são as culpadas pelos crimes. E provavelmente merecem o
que lhes ocorreu.
Como, no espaço de menos de uma década
aceitamos como carneirinhos, de um lado a “supressão” da culpa
pessoal para nossa “felicidade” , e do outro aceitamos que nos
fosse inflingida uma “culpa de classe” para justificar todas as
ações contra as bases da sociedade?
Ora, por que somos cobaias de um novo
tipo de sociedade. Cobaias compulsórios num admirável mundo novo em
que o que realmente importa nunca é debatido em “eleições”
democráticas. Eleições que centram-se em propaganda e lavagem
cerebral, nas quais os “debates” passam longe do que realmente
interessa.
Tudo isso aconteceu em plena era de
domínio da razão. Nada inédito. A Renascença foi outro período
onde o ocultismo voltou com força total, apesar de toda a propaganda
sobre a vitória da “ciência”.
O que acontece ao mundo atual não pode
ser explicado racionalmente, pois pertence a outro domínio. Há um
obscuro filme de 1919 que já previa o que aconteceria num futuro
breve. O filme chama-se “O Gabinete do Doutor Caligari” e pode
ser visto aqui.
Há também um livro que explica o filme e o que ele desvendava - “De
Caligari à Hitler” de Siegfried Kracauer...