quarta-feira, outubro 25, 2017

A Revolução Alternativa e Revolução das Massas.

Toda e qualquer "Revolução" prescinde da liberdade, menos uma, a total liberdade aos revolucionários.

Uma "Revolução Silenciosa", diferentemente de uma revolução armada, não precisa de terror, mortes e intimidação para se impor. Necessita apenas fingir-se de "democrática" e obter a passividade dos seus críticos e detratores por meio de ferramentas de controle mentais ou engenharia social.

O Brasil, desde há muito é um campo de provas por excelência destas ferramentas.  A "ditadura militar", por exemplo, se alguém propor-se a estudar sem ranço ideológico, constatará que o movimento de 31 de Março de 1964 não foi um arranjo totalmente decidido pelo exército contra um "governo democrático" mas a reação a um movimento revolucionário de esquerda que já atuava no Brasil em duas frentes bem definidas e simultaneas: a frente da  guerrilha armada e a sua vertente "institucional", no comando do executivo do país no comando de João Goulart. A primeira frente usava a tática do terror e da guerra no campo, a segunda a via institucional, queria criar a "revolução" a partir do governo. O exército decidiu agir quando a população demonstrou sua contrariedade em manifestações com centenas e milhares de particpantes. Mas. voltando ao ponto inicial, o processo revolucionário foi, o causador de seu próprio fim e da falta de liberdade política advinda do regime militar por duas décadas.

A título de parêntesis, o próprio movimento inaugurado em 1964 não foi um movimento típico de "restauração", como seria de esperar num quadro similar. Pela falta do que "restaurar" (a política café-com-leite?; O fascismo da era Vargas?) o próprio movimento auto-proclamou-se "Revolução de 64". Também o que seria um movimento "redentor" possuía dentro de si um outro germe revolucionário. O movimento de 64 tentou implantar , de um lado  um regime "apolítico" de fundo "positivista", e de outro lado uma economia centrada numa espécie de planificação central, firmada em recuperação da infraestrutura e expansão do controle do Estado sob a economia. Do lado político, o lema era mais ou menos de que "esquerda e direita estão ultrapassados" que se materializava com cassações dos principais representantes da direita política no país enquanto que ao discurso de engagamento político de esquerda dominavam as universidades. Este samba-do-criolo-doido, deu luz ao, em termos culturais ao seu movimento mais representativo, direto da boca-de-lixo paulistana: as pornochanchadas, que não passavam de uma releitura das "chanchadas da Âtlantida" com pitadas de nudez e palavrões, bem no meio da uma época tida como de repressão moralista. Claro que para isso existia a omnipresente "censura federal" que proibia algumas obras aqui e ali para efeito disciplinar, ao mesmo tempo que o regime dava pleno apoio à Rede Globo para que seu "padrão" se tornasse produto de exportação ("Gabriela" e "Escrava Isaura" como os dois exemplos de estimulação contraditória clássica).   

Mas toda a revolução, como o que aconteceu nos anos 60, acaba por consumir-se a si própria. A própria mãe de todas as revoluções - A Revolução Francesa - acabou por dar à luz a uma monarquia absolutista, ao fim e ao cabo. Então a revolução cultural que por ora passamos, está, paradoxalmente, próxima do seu ápice e da sua morte, por assim dizer. Uma revolução cultural, se é engendrada inicialmente como uma contradição ao que é normal, não pode virar o "normal", pois fará que o seu contrário seja a nova "revolução", o novo "alternativo".

É exatamente o que acontece no Brasil de hoje. A revolução cultural apenas como uma crítica ao tradicional tem seu efeito multiplicador aumentado quando a maior parte das coisas aparentam ou seguem seus cursos tradicionais, mas, a partir do momento que o discurso principal de todos os meios de comunicação de massa passam a ser o "revolucionário" ou o "contraditório", ele mesmo passa ser o discurso dominante e não mais poder ser o "alternativo". Acaba por ser a própria representação do "status quo", o que é fatal para qualquer "revolução".
O Brasil, aparentemente, vive um momento único: o discurto revolucionário é ao mesmo tempo o próprio "mainstream" e o "alternativo". Vai cair.





quinta-feira, setembro 21, 2017

Como ser um Libertário

Libertário, que eu defino como um individualista e não como um coletivista - por que há sim, libertários que se dizem coletivistas-  pode ser definido em um plano de coordenadas cartesianas x-y ("propriedade"-"liberdade"), ou seja, a única barreira à liberdade é a "propriedade".
Deve-se esclarecer que "propriedade" a que se referem é somente a "propriedade privada". Então, neste contexto, a liberdade só é limitada ao tocar ou interferir na "propriedade privada" de outrem.

Com este plano de ação e atuação básico, definem-se "à favor" ou "contra" a tudo que interfira na "propriedade privada" ou na "liberdade".

Neste universo, o jogador começa com alguns dados adquiridos (na categoria "propriedade") que se pode enumerar, pela ordem: seu corpo, as coisas que herdou por herança familiar e tudo mais que conseguir obter a partir daí. No outro quesito "liberdade" não há limites, desde que referente às suas "propriedades", sem prejuízo à liberdade ou propriedade de outrem.

Dentro deste estreito universo de referências, tudo mais parece excessivo.  Para que "leis", se não para "tirar a liberdade" ao indivíduo? Para que  "impostos" se todo o imposto é "roubo"? Para que "Estado" se não para destituir a propriedade privada ou a liberdade por meio da aplicação das leis?

Toda e qualquer outra necessidade pode ser provida pela criação de "serviços ou instituições privadas": necessitas de segurança? Contratas um segurança privado. Precisam limitar a liberdade aos criminosos? Criem um serviço judicial privado e construam um presídio (privado, obviamente). E assim por diante.


 









terça-feira, agosto 29, 2017

Um resumo de minha visão de mundo.

Não acredito que tudo acabe com a morte, muito menos que tenhamos mais vidas para gastar: fico em algum ponto entre estes dois pólos.

Não acredito que o homem seja somente um animal, muito menos que seja completamente espiritual: é parte um e parte outro, onde não sabemos onde termina um e começa outro - temos somente pistas.

Acredito no "livre arbítrio", só duvido da capacidade do homem em praticá-lo.

Não creio que o Estado deva ser tolerado, mas tolero menos ainda o Estado de um homem só.