Ontem, publiquei um post sobre os casos de pedofilia na Igreja Católica e a desproporção da cobertura da imprensa, se comparar com casos em outras áreas.
Um amigo enviou-em uma notícia do UOL com a manchete abaixo.
Vaticano contesta declarações de Bertone sobre homossexualidade - 14/04/2010 - EFE
Alguém poderia imaginar, pelo título, que a Igreja condenou as declarações de Bertone por associar homossexualismo e pedofilia. Nada disso.
No terceiro capítulo da reportagem, a real notícia aparece:
Isso lá é "contestar"?. Tudo bem que no dicionário, um dos sentidos pode ser "confirmar", mas no uso corrente do português, "contestar" tem a ver com "contradizer, opor-se".
Parece que o UOL escolheu a dedo o verbo para causar desinfomração. Por comparação, cito abaixo, a mesma notícia em um site português.
Vaticano esclarece: "Padres gays" são responsáveis pela maioria dos abusos
As duas notícias são auto-excludentes.
O título da brasileira "Vaticano contesta", com a real - "Vaticano esclarece" - já define as diferenças, mas achei que era apenas no título. Não, o conteúdo é completamente diferente.
Na notícia do UOL, todos os dados estatísticos são cortados e somente uma ou duas frases do original são mostradas, ao mesmo tempo "analistas" são convidados a opinar, não sobre a notícia original, mas sobre a versão que o UOL criou. Somente desta forma - não tendo acesso ao conteúdo original - que é possível conceber que os tais "analistas" possam ter afirmado esta estúpida "com essas palavras, segundo os analistas, a Santa Sé "se distancia" da afirmação por seu "número dois".
O pior é saber que muita gente inteligente, baseia-se nestas "notícias" para construir suas opiniões.
Um amigo enviou-em uma notícia do UOL com a manchete abaixo.
Vaticano contesta declarações de Bertone sobre homossexualidade - 14/04/2010 - EFE
Alguém poderia imaginar, pelo título, que a Igreja condenou as declarações de Bertone por associar homossexualismo e pedofilia. Nada disso.
No terceiro capítulo da reportagem, a real notícia aparece:
"Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, disse que as declarações de Bertone se referiam ao problema dos abusos por parte dos sacerdotes na Igreja "e não à população em geral".
Isso lá é "contestar"?. Tudo bem que no dicionário, um dos sentidos pode ser "confirmar", mas no uso corrente do português, "contestar" tem a ver com "contradizer, opor-se".
Parece que o UOL escolheu a dedo o verbo para causar desinfomração. Por comparação, cito abaixo, a mesma notícia em um site português.
Vaticano esclarece: "Padres gays" são responsáveis pela maioria dos abusos
"Depois da polémica, o esclarecimento: o que o cardeal Tarcisio Bertone queria dizer na segunda-feira, quando ligou a pedofilia à homossexualidade, era que, "no seio da Igreja Católica" - e não entre a sociedade em geral -, a maioria dos casos de abusos sexuais são cometidos por padres gays. A prová-lo está um estudo interno feito pela Congregação para a Doutrina da Fé e ontem revelado pela Igreja Católica, que indica que "apenas cerca de 10% dos casos de abusos são actos de pedofilia; os restantes 90% revelam a atracção entre adultos e adolescentes". Desses, "60% envolvem indivíduos do mesmo sexo e 30% são de carácter heterossexual", informou o Vaticano numa nota divulgada pelo porta-voz Federico Lombardi."
As duas notícias são auto-excludentes.
O título da brasileira "Vaticano contesta", com a real - "Vaticano esclarece" - já define as diferenças, mas achei que era apenas no título. Não, o conteúdo é completamente diferente.
Na notícia do UOL, todos os dados estatísticos são cortados e somente uma ou duas frases do original são mostradas, ao mesmo tempo "analistas" são convidados a opinar, não sobre a notícia original, mas sobre a versão que o UOL criou. Somente desta forma - não tendo acesso ao conteúdo original - que é possível conceber que os tais "analistas" possam ter afirmado esta estúpida "com essas palavras, segundo os analistas, a Santa Sé "se distancia" da afirmação por seu "número dois".
O pior é saber que muita gente inteligente, baseia-se nestas "notícias" para construir suas opiniões.
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