Fui à missa hoje - um Domingo de Pentecostes - e o padre novamente citou o comentário do Papa Bento XVI na Alemanha – aquele sobre onde "Deus estava" quando aconteceu o holocausto – remetendo à outra citação, agora de Jesus Cristo no Novo Testamento: "Pai , por que me abandonastes?".
Muitos interpretaram com isso que o próprio Papa tem dúvidas sobre os propósito divinos, pois "até mesmo" Jesus Cristo as tinha.
Minha percepção é que são comentários de natureza completamente diversa. O comentário de JC é do filho de Deus (ou o próprio), prestes a cumprir a profecia divina. O comentário do Papa é de perplexidade do homem sobre os desígnios de Deus.
Pensei a respeito seguindo a seguinte premissa: "E se Jesus não soubesse de todos os desdobramentos para o cumprimento da profecia?"
Para a profecia ser cumprida*, deveria haver a morte de Jesus e sua posterior ressurreição.
Mas como seria 'morrer' para alguém como Jesus Cristo – que já tinha demonstrado o poder de vencer a morte? Jesus havia usado este poder para ressuscitar algumas pessoas. Mas não poderia usar em si mesmo. Não se estivesse REALMENTE morto.
Entendo que para a profecia ser realizada, Jesus deveria estar morto. Para Jesus de fato 'morrer' deveria ser rebaixado ao status de simples mortal. E isso só aconteceria se ele não mais possuísse seus poderes divinos.
Seu "Pai" - a fonte do poder – deveria abandoná-lo para que sua morte real acontecesse. E talvez Jesus Cristo não soubesse deste pormenor, daí a pergunta "por quê me abandonastes?".
Prosseguindo, Jesus Cristo, tornado mortal no seu último instante realmente acaba morrendo como qualquer outro ser humano. É levado ao sepulcro e lá permaneceu até o terceiro dia. Quando ressuscitou e ascendeu aos céus.
Depois de ter chegado a esta possibilidade, uma conclusão se apresenta: Quem ressuscitou Jesus não foi ele mesmo. Foi seu Pai. Pois Jesus estava morto – de verdade e não fingindo de morto, como poderia suceder a alguém com os poderes que Jesus possuía. Deste modo Jesus Cristo e seu Pai são "um" mas podem ser "dois".
* profecia: para haver o resgate da humanidade, um outro homem, perfeito como Adão, deveria perecer. Somente Jesus - nascido diretamente de Deus, portanto um ser humano perfeito como o primeiro homem - preenchia os requisitos.
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