A equipe de "Veja" deve ser leitora assídua de alguns blogs que pululam na internet. Especialmente aqueles que demonstram sua contrariedade com o Olavo de Carvalho toda vez que ele cita o "Foro de São Paulo" em algum artigo. A pregação destes blogs é mais ou menos a mesma: "não agüentamos mais ouvir falar em Foro de São Paulo".
Acho que "Veja" atendeu exatamente a estes leitores na matéria em que pretendeu expor as ligações entre as FARC e o PT.
Este seria a única explicação coerente para que numa matéria que se pretenda "reveladora" destas ligações, seja tão tímida em nomear ao
Foro de Saão Paulo (FSP) como o elo formal de ligação ou contato entre as FARC e o PT.
Tecnicamente Veja cita o Foro, mas sequer o nomeia. Leiam o trecho que pretende informar ao leitor sobre o "affair": "[Os contatos PT-FARC]
começaram em 1990, quando o PT realizou um debate com partidos políticos e organizações sociais da América Latina e do Caribe para
discutir os efeitos da queda do Muro de Berlim".
Pela matéria PT-FARC tiveram um encontro tipo chá-das-cinco num longínquo ano de 1990, falando da queda do muro de Berlim. E nada
mais. Parece que não houve mais nada nestes 15 anos.
Ao contrário, fora do Brasil, transbordam indícios de que os movimentos de esquerda no continente, como a vitória de Vasquez no
Uruguai, Kirchner na Argentina e o próprio Lula no Brasil tiveram seus passos e ações coordenados pelo FSP. Atualmente o seqüestro e
assassinato de Cecília Cubas no Paraguai tem recebido uma série de reportagens do jornal ABC Color de Assunção que
relaciona FARC – FSP e os seqüestradores de Cecília.
A reportagem de Veja, com o objetivo de "denunciar" acaba por colocar o assunto cada vez mais nos subterrâneos, pois sem maiores
investigações, coloca toda a responsabilidade sobre os contatos PT-FARC aos radicais do partido que "serão expulsos se pegaram o
dinheiro das FARC".
Se o próprio presidente do país, Lula é o presidente do FSP, fica claro que durante todos estes anos ele mesmo teve contatos mais que
formais com toda a cúpula das FARC. Uma contribuição de cinco milhões de dólares não poderia ser coisa de pessoa física, tanto do lado das
FARC como do lado do PT.
A conclusão final é de quem "não agüenta mais ouvir falar em Foro de São Paulo" também é o PT . Veja simplesmente atendeu os desejos destes
leitores.
A nós pobres leitores, resta continuar ignorando o assunto "Foro de São Paulo" por completo.
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