sexta-feira, janeiro 23, 2009

Darwin Repaginado!

Nesta época, cheia de "revisionismos", o pai da Eugenia e do racismo oitocentista, Charles Dawrwin, não poderia ficar de fora.
O homem, autor em "Descent of Man", das bases do racismo científico, agora é "salvo" por idiotices como esta:

Ódio à escravidão moveu idéias de Darwin, diz livro - Abril.com
LONDRES (Reuters) - Um novo livro sobre Charles Darwin diz que um ódio passional à escravidão foi fundamental para que ele desenvolvesse a sua teoria da evolução. A teoria foi contra a suposição de muitos à época de que negros e brancos eram de diferentes espécies.

Bem, notícia como esta só poderia sair da Reuters.. Notória divulgadora de fotos manipuladas do conflito Israel-Palestinos, não poderia deixar a imagem do ídolo Darwin no chão.

Mesmo sendo Darwin contra a escravidão, não podemos nos ater à idéia atual, ligando imediatamente "escravidão" aos negros. Na história sempre houve escravidão, sendo boa parte de brancos x brancos. Darwin era contra esta escravidão: a entre "raças" com o mesmo nível evolutivo, pois isso não permitia ao mecanismo de evolução agir.

Mas esta posição anti-escravidão não estenderia-se aos negros. Darrwin acreditava serem os negros, os aborígenes australianos entre outros, inferiores, e, como tal, não merecedores de proteção. Pelo contrário, a eliminação (ou pelo menos da sua capacidade reprodutora) destes elos mais fracos tornariam as raças superiores mais fortes, melhorando sua carga genética.

Então não podemos unir imediatamente a posição contrária de Darwin à escravidão com anti-racismo. Pelo contrário.

Outro ponto a notar: foi a visão científica de Darwin a grande propulsora do racismo. Darwin n'"A Evolução das Espécies" e, principalmente no "The Descent of Man" criou as bases para a eugenia cientítica e, por tabela, dos campos de concentração. Ele sustentava nesse livro o fato de haver raças ainda não tão evoluídas como o branco ao redor do mundo e , posteriormente, todo o esforço das raças "superiores" em impedir a evolução de seguir o seu caminho (isto é: não os eliminando) resultaira em ameaças à sua própria sobrevivência como raça dominante.

Abaixo, reproduzo comentário do professor Enézio Almeida sobre o tema:


Embora Darwin se opusesse à
escravidão, ele acreditava piamente que o processo evolutivo
tinha criado raças superiores e inferiores. No seu livro The
Descent of Man ele manteve que o desenvolvimento intelectual humano era
produto da seleção natural e que ela tinha produzido
diferenças significantes nas faculdades mentais de “homens
de distintas raças” [Coitado do Watson, seguiu o
líder e se ferrou!] Vide The Descent of Man (1871), vol. I,
pp.109-110, 160, 201, 216.

Naquele livro, Darwin depreciou aos
negros, e destacou que a interrupção na história
evolutiva entre os macacos-antropóides e humanos caiu justamente
“entre o negro ou australiano, e o gorila”, dando a
entender que ele considerava os negros como sendo os humanos mais
parecidos com os macacos-antropóides. Ibid, p. 201.

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