Pena que não é nem no Brasil, nem na Europa...
Curso de Filosofia Política de Olavo de Carvalho
Colonial Heights, VA, U.S.A., abril de 2008
1. Apresentação
A filosofia política, tal como inaugurada por Sócrates, Platão e Aristóteles, tem por objetivo iluminar intelectivamente a experiência da ordem (ou desordem) político-social, balizando-a pelas duas outras ordens que, com ela, compõem a estrutura integral da realidade: a ordem cósmica ou divina (do natural ao sobrenatural) e a ordem interior da alma tal como o filósofo a descobre e a realiza em si próprio mediante a participação consciente na sociedade e no cosmos.
Isso é assim porque a filosofia em geral, como demonstrou brilhantemente Eric Voegelin, é ela própria um dos tipos de experiência da ordem existencial que se sucedem no decorrer da História; e esse tipo é definido, precisamente, pela busca da ordem interior da alma como medida de aferição da ordem ou desordem na sociedade e na cultura. Ora, a ordem da alma supõe algum tipo de experiência da ordem cósmica ou divina que a precede e articula. Traduzida nos termos práticos mais imediatamente acessíveis à experiência individual, a ordem divina aparece como um sentido da vida, na acepção que Victor Frankl dava ao termo. O sentido da vida, por sua vez, aparece sob a forma concreta de um dever, de uma missão a cumprir. A luta pelo cumprimento do dever instala na alma uma hierarquia de prioridades que se torna, de um lado, a matriz criadora da personalidade adulta e, de outro lado, o órgão sensitivo com que essa personalidade apreenderá e julgará a ordem ou a desordem na sociedade. Eis o motivo pelo qual Aristóteles acreditava que só o spoudaios, "homem maduro", o ser humano adulto de personalidade bem desenvolvida, está capacitado para a participação frutífera na vida política, seja na condição de governante, seja na de cidadão – ou mais ainda na de filósofo.
Só assim compreendida a filosofia política tem condições de apreender a raiz do seu objeto na trama real da experiência vivida, em vez de fazer dele uma coisa, um fetiche intelectual, seja sob o nome de "fato social", de "instituições", de "leis do desenvolvimento histórico", de "estruturas", de "ideologias", de "regimes políticos" ou de "constantes estatísticas". Infelizmente, estas últimas alternativas têm ditado o rumo tomado pelas "ciências humanas" desde o século XIX, malgrado periódicos esforços de retorno à realidade da experiência humana, entre os quais eu destacaria os de Max Weber (Economia e Sociedade), Edmund Husserl (A Crise das Ciências Européias e a Fenomenologia Transcendental), José Ortega y Gasset (O Homem e a Gente), Gilberto Freyre (Sociologia), Julián Marías (A Estrutura Social), Georges Gusdorf (A Origem das Ciências Humanas), Ludwig von Mises (Teoria e História), Eugen Rosenstock-Huessy (Revoluções Européias) e, é claro, os do próprio Eric Voegelin (Ordem e História).
Tudo na política origina-se em ações e decisões humanas que emergem da trama real da experiência e com o tempo se coisificam em "leis", "instituições", "estruturas" etc., povoando essa mesma experiência de sombras e fantasmas que a tornam freqüentemente ininteligível. O retorno à inteligibilidade passa pela decomposição analítica desses complexos simbólicos e culmina na elucidação das escolhas que os produziram e dos motivos que, no quadro geral da existência e nas condições particulares do acontecer histórico, determinaram essas escolhas. Só assim a aparente inevitabilidade e "objetividade externa" dos fatores presentes numa dada situação política podem ser devolvidas ao exercício da liberdade humana que as originou, de tal modo que os próprios fatores possam ser modificados mediante novas escolhas igualmente livres e responsáveis. Não faz sentido querer o reino da liberdade na política prática se primeiro não se apreende teoreticamente o papel ativo desempenhado pela própria liberdade na criação dos fatores que a estrangularam.
Despertar no aluno o sentido desse retorno intelectivo à realidade e à liberdade é o propósito deste curso.
Olavo de Carvalho
Richmond, VA, 15 de dezembro de 2007
2. Programa do Curso
Colonial Heights,VA,U.S.A.
14 a 26 de abril de 2008
1.Problemas de método nas ciências humanas
2.Os fundamentos da filosofia política em Platão e Aristóteles
3.Natureza e origem da autoridade
4.Ser e poder
5.As castas
6.Direito e Estado
7.Ação histórica e sujeito daHistória
8.O movimento revolucionário
9.As ideologias totalitárias
10.O sistema americano
11.Globalização e revolução – a era do segredo
12.A revolução na América Latina
Valores da viagem expressos em Dólares Americanos - Base duplo – Saída de São Paulo. Consulte para saídas de outras localidades
Colonial Heights apr 2008 Double | ||||
Item | Quant | Valor | Total | Obs |
Passagem | 1 | 910,00 | 910,00 |
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Taxas | 1 | 155,00 | 155,00 |
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Hotel | 15 | 65,00 | 975,00 |
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Transporte | 15 | 12,00 | 180,00 |
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Curso | 60 | 20,00 | 1.200,00 |
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Inscrição/Seguro | 1 | 50,00 | 50,00 |
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Aluguel de sala+Coffee Break | 12 | 3,00 | 36,00 |
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| 3.506,00 |
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Suplemento Single US$ 963.00
Data: 14 a 26/04/2008
Horário: 15:00 – 20:00 horas, de segunda a sábado.
Carga Horária: 60 horas
Local: Hilton Garden Inn – Colonial Heights, VA.
Curso: US$ 1,200.00 em 6 prestações.
Hospedagem: de 13/04 a 28/04
US$ 65 / apto double /dia, com café da manhã, taxas inclusas
Sala: US$ 150.00 / dia com coffee-break, snacks e água.
Traslados e transporte durante o curso: US$ 12.00 / pessoa/ dia - Inclui passeio a Washington e Williamsburg
Vagas: 50
Os interessados deverão providenciar o visto americano com bastante antecedência.
A taxa de inscrição de US$ 50 deverá ser paga à vista e será revertida em seguro-viagem. (Em nome de MSB Viagens e Turismo Ltda. CNPJ.: 06 987 391/0001 -66 Unibanco Ag. 0591 C/C 107345-9)
MSB Viagens e Turismo Ltda
Av. José Cesar de Oliveira, 181 – Cj 909 – CEP 05317 -000 São Paulo
Tel. (11) 3641 6988
Um comentário:
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Un saludo
Luis
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