Depois do acidente da TAM, do "relaxa e goza" , do "top-top" do governo, muita gente sentiu vontade de sair às ruas para protestar contra Lula e seu desgoverno.
E muitas opiniões contraditórias sobre estes movimentos se formaram.
Do lado dos eternos apoiadores do PT (seus amiguinhos na mídia e os "deformadores" de opinião) lançaram rapidinho a tese importada da Venezuela de que qualquer protesto contra um presidente eleito é "golpista".
Esta tese é completamente tresloucada: nos últimos vinte anos, o monopólio das manifestações de rua no Brasil foi da esquerda. Lembram do "Fora FHC"? Há algo mais "golpista" do que isso? Agora, que dezenas de milhares de pessoas ousam quebrar o monopólio da esquerda, são automaticamente "golpistas". Cadê a velha defesa das "manifestações democrática" e "demonstração do contraditório" - defesas prediletas do PT quando alguém questionava suas intermináveis passeates de miquinhos amestrados.
É óbvio que Lula e seu partido são anti-democráticos. Não agüentam nem uma vaiazinha ou passeatazinhas sem já ir apelando para o confronto.
O que é estranho é que a tese golpista acabou auto-castrando muitos manifestantes. A OAB por exemplo patrocinou um manifesto cômico chamado "Cansei" - que parece mais o adjetivo do tal "movimento" (não dá para chamar de movimento algo que se proclama "cansado") do que um título propriamente dito - que consistia em fazer protestos silenciosos & apartidários fazendo cinco minutos de silêncio, mas de um modo "indignado".
Para mim isto não é protesto. Parece mais um ato de contrição. Um pagamento de promessa. Se for, esperem o Lula e sua gangue revolucionária serem retirados do poder, não se paga promessa ANTES. Se não for promessa, só pode ser demonstração pública de masoquismo: o governo arrebenta com o país e o pessoal ficam em silêncio? Aliás, quem cala, consente.
Outro movimento é o "Fora Lula". Pelo menos este não é envergonhado como o outro e reúne muitas gente que conheço. Gente que não está só indignada com o acidente de avião - episódio no qual a determinação da culpa objetiva do governo é mais embaçada - mas com tudo o que vem acontecendo no país desde a posse de Lula e que não é citada pela mídia nacional como deveria. Estou falando dos apoio das FARC, da influência de Fidel , da amizade com Chavez e Evo. Enfim, estou falando do fato de Lula da Silva continuar a ser o presidente do Foro de São Paulo ao invés de ser presidente do país.
Eu apóio o "Fora Lula".
Entre os conservadores, o debate estabelecido é se vale a pena gastar tempo em protestos deste tipo. Muitos dizem que eles são virtualmente inócuos e ainda podem dar o motivo para Lula criar o seu factóide - o "golpismo" citado acima - para ele mesmo dar o seu golpe, criar o seu "incêndio do Reichstag"... Melhor seria preparar-se estudando o movimento revolucionário e criando as bases para um futuro movimento conservador nacional, nos moldes do que aconteceu nos Estados Unidos.
Pessoalmente acho que uma coisa não invalida a outra. Aproveitar o momento atual para apresentar "verdades inconvenientes" é uma oportunidade única. E protesto para valer tem de ser barulhento e incomodativo mesmo. Sei que falta resposta à pergunta "quem colocar no lugar". Não há. Mas eu me pergunto se em 1964 a liderança de Castelo Branco já era visível ou ela apareceu no calor dos acontecimentos?
Não, eu não posso esperar Lula "cair de maduro", pois aí me tornarei um ersatz dos liberais que acreditam que tudo se resolverá por si. Algo precisa ser feito.
As duas visões não são excludentes. Criar as bases para um futuro movimento conservador no Brasil significa mostrar as verdades como elas são. Se isto pode ser feito por meio de blogs, como o meu, pelo Mídia Sem Máscara, ou por manifestações de protesto como a do Fora Lula, por quê não?
Outra coisa: meus estudos do movimento comunista internacional me deu uma certeza: quanto maior as manifestações de "poder" deste pessoal, menor o poder efetivo. A jogada de auto-culpar os movimentos de protesto como "golpista" , ao mesmo tempo que ameaça encher a rua de manifestantes só me faz desconfiar do contrário.
Tenho certeza que - excetuando-se o nordeste e o os buldogues do Lula (o MST) - Lula não consegue mais juntar gente fora de sua claque permanente. Por isso a virulência das ameaças.
Sei que estou distante, mas quero parabenizar a todos que participaram e participam destes protestos. Se estivesse por aí, faria exatamente a mesma coisa.
Parabéns!
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Um comentário:
Luís Afonso, é isso mesmo se alguma coisa pode ser feita que seja. Não dá para ficar de expectador numa situação dessa. Os Venezuelanos venceram uma batalha, podem até perder a guerra, mas terão o orgulho da luta, e os brasileiros? Tirando a internet o que os outros estão fazendo? Mexam-se, vocês podem mudar o mundo. Lembra dessa frase?
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