Meu artigo anterior gerou dezenas de comentários/críticas completamente equivocados sobre a sua natureza. Diziam elas que eu defendia uma "Religião do Estado".
Procurei no texto se havia algo parecido com isso e o máximo que encontrei foi:
"A cada justificativa de 'divisão do Estado e Igreja' mais e mais anti-cristianismo é vendido como sendo a atitude moderna e adequada a adotar."
Existe algo aí que defina uma aprovação da tal "Religião" do Estado?
É claro que não. Meus detratores não entenderam o texto.
A frase acima demonstra o seguinte, de forma um pouco mais completa:
A divisão Estado/Igreja definida pela Revolução Americana e na sua Constituição foi uma conquista pois garantiu que, não existindo uma "Religião do Estado", cada indivíduo poderia demonstrar a sua fé sem perigo de ser perseguido por isso.
Os séculos passam e agora é usada esta mesma justificativa para .... IMPEDIR QUE ALGUÉM POSSA DEMONSTRAR A SUA RELIGÃO.
Um giro notável de 180 graus do sentido original.
O que se vende como "divisão Estado / igreja" hoje em dia é um programa Marxista de eliminação de qualquer resquício cultural de fundo religioso, até mesmo das pessoas com cargos públicos. È uma divisão com resto igual a zero.
No fundo o Estado já foi tomado por uma outra religão, de característica meio totalitária, herdeira do Marxismo.
Se fosse apenas um Estado Laico, estaríamos bem, o problema é que já passamos do Estado Ateísta para um Anti-teísta.
Esta é a nova religião do Estado, enquanto um bando de idiotas úteis acham que o problema se resume a alguns "crucifixos marca INRI" como naquela velha piada.
2 comentários:
Xiii! :)
Rapaz! Vi seu comentário lá no meu blog e vim visitar o seu.
Cara, a gente pensa muito diferente um do outro!!! 8-o
Eu tendo para a esquerda e vc é bem de direita, né? Se um de nos dois for radical o papo vai ficar fazendo cículos! :)
Como não dou muita atenção a religião não sei se está havendo uma caça à liberdade de culto, mas a princípio, se temos uma infinidade de religiões me parece coerente que ou tenha símbolos de todas elas e se ensine todas elas em escolas e prédios do governo ou simplesmente se deixe a religião do lado de fora para evitar confusão.
Estão restringindo a liberdade de culto também fora do estado?
Algum tempo atrás li um artigo de Wiccas reclamando que os vizinhos denunciaram que eles tinham esta religião (lá nos EUA) e que eles foram processados ou coisa parecida.
Não sei se os caras ficavam só cantando ao redor da fogueira ou se fizeram algo estranho, mas se estavam na deles concordo com vc e seria um absurdo impedí-los de praticar sua religião.
Na realidade, o uso da religião pelo Estado não existiu somente para reprimir o culto a religiões "concorrentes" pelos cidadãos, e sim para justificar atos daqueles que detinham o controle do Estado contra os opositores do regime político vigente. O Império Papal, que durou 11 séculos, é um caso de "Estado da religião" que tinha Estados com "religião de Estado" como aliados; pois o clero, os senhores feudais, e até os burgueses eram classes dominantes que tinham o interesse comum subjugar qualquer tentativa de libertação das classes subjugadas, além de combater outros Estados com os quais tinham conflitos de interesse.
No regimes políticos de democracia formal, apesar da separação entre religião e Estado, as religiões buscam ter influência sobre as decisões executivas e leis do Estado laico, porque são "totalizantes" ao tentar influenciar todos os aspectos da vida pública e privada, nos âmbitos individual e coletivo. A sociedade deve ter a sabedoria de filtrar qualquer influência das religiões que possa enfraquecer a democracia. Portanto, as religiões podem participar das discussões sobre os atos do Estado como representantes de um segmento da sociedade civil na sociedade democrática. Porém, qualquer simbologia de união entre o Estado e qualquer religião deve ser combatida, pois união entre Estado e religião significa totalitarismo. Dentro dessa lógica, é possível compreender a retirada de símbolos religiosos de prédios estatais. Sou contra o impedimento do uso de objetos pessoais com símbolos religiosos em prédios públicos, como faz a França. Neste caso, a consideração que a manifestação exterior de fé de um indivíduo através da vestimenta, por exemplo, em um edifício do Governo, possa colocar em dúvida a laicidade do Estado é totalmente falsa.
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