Li um excelente post no blog do Marco Aur�lio sobre as raz�es que o levaram a enverdar pelos caminhos do liberalismo.
Minha convers�o ao liberalismo n�o foi t�o intelectual assim. N�o, n�o foram as leituras de autores liberais que me influenciaram a seguir neste caminho.
Minha inspira��o mais direta foram as soberbas gest�es de Ronald Reagan e da desbravadora Primeira Ministra da Inglaterra Margareth Thatcher (que foi eleita para o cargo um ano antes da elei��o de Reagan em 1979).
� claro que no in�cio dos 80 eu n�o estava nem a� para o liberalismo ou conservadorismo. No Brasil viv�amos sob o regime de 1964: um "imbroglio" de presidentes generais com governos sem nenhuma coer�ncia. De liberal no in�cio a terceiro-mundista rastaquera & estatizante ao final, parecia para n�s que o conservadorismo/liberalismo era igual � direita e apoiar tal regime era coisa de "direita".
Ali�s o regime de 1964 completava seu vig�simo anivers�rio em 1984, fazendo uma �gua tremenda e levando de rold�o todas as expectativas de minha gera��o, criando o termo de que os anos 80 foram "A D�cada Perdida".
Mas o que a juventude queria mais do que tudo era acabar com a ditadura e poder votar para presidente. Ouvir rock nacional de protesto (o protesto consentido de bandas como Plebe Rude) e participar do Rock in Rio...
Em 1984 com a elei��o de Tancredo, finalmente a oposi��o toma o poder no Brasil.
E o que n�o estava bom come�a a desandar mais ainda...
E a� Tancredo morreu e veio Sarney...
Olha, depois de ser "fiscal" do Sarney durante o "freak-show" que foi o Plano Cruzado ficou claro para mim a qu grau pat�tico de rid�culo pode chegar o intervencionismo estatal na economia. Me senti completamente usado por um governo inepto, fraco populista e burro.
Para quem n�o sabe, ser "fiscal do Sarney" significava vigiar os pre�os nos supermercados denunciando os estabelecimentos que "furassem" o brilhante plano de congelamento de planos e sal�rios. Uma palha�ada!!
Enquanto o mundo civilizado ia demonstrando claramente que o �nico renascimento econ�mico poss�vel se fazia com a redu��o dos custos e do controle estatal sobre a sociedade e economia, n�s fic�vamos brincando de congelamento.
Bueno, nesta altura o governo Sarney - e qualquer outra solu��o � esquerda - j� tinha se tornado insuport�vel.
No final de 1987 eu j� tinha desistido de tudo isso. Como tamb�m n�o concordava com a vis�o "cr�tica" imbecil dos meios de comunica��o nacionais contra Reagan - que para eles n�o passava de um cowboy que queria criar a "Guerra nas Estrelas" contra os Russos.
Frente � incompet�ncia cr�nica de Sarney a retomada do crescimento nos EUA e na Inglaterra, aliada �s posi��es firmes de Reagan-Thatcher me ganharam definitivamente ( e lembro do dia triste que foi quando a Dama de Ferro renunciou em 1991).
A virada final foi o desmoronamento do comunismo em 1989.
J� nos prepar�vamos para a primeira elei��o direta e meu candidato j� estava escolhido: Collor.
O �nico candidato afinado com os novos ventos: privatiza��o, "enxugamento" da m�quina estatal, fim da estabilidade dos funcion�rios p�blicos "maraj�s", fim da reserva de mercado da inform�tica, abertura do mercado aos importados, redu��o dos impostos... Enfim: com uma d�cada de atraso, est�vamos entrando nos anos 80...
Bem, depois disso, nunca mais pude voltar a defender qualquer controle estatal..
Na verdade nunca defendi: o governo militar esta estatizante tamb�m e eu j� era contra isso...
Me lembro que votei na esquerda em 1982, 1984 e 1986...Agora, de 1989 para c�, nunca mais...
Bah! Como sou antigo....