quarta-feira, abril 16, 2003

Voltando ao blog depois de um tempo longe ...

O assunto, n�o poderia deixar de ser � a Guerra do Iraque.

Li argumentos pr� e contra sobre a guerra, desde o pacifismo rasteiro mais infantil e descerebrado ( acho que a infantilidade est� se enraizando em nossa cultura. Parece que um argumento para ser v�lido necessita ter as seguintes palavras-chave : justi�a e soberania contra imperialismo e domina��o. Esta ladainha amorfa deve ser produto da mistura em excesso de sub-literatura esot�rica + m�sica/filosofia new age + cartoon network e Che Guevara. Desta mistura n�o poderia dar boa coisa. Mas parece mesmo que o "debate" atual n�o passa de gritaria sem sentido de slogans requentados do tempo do Vietn�. Coisa de colegial que leu demais "Para ler o Pato Donald". Mas isso � outro papo...)
Bem, voltando ao assunto: a nova atitude Norte-Americana, que � o "ataque preventivo" pode levar a enganos fatais. No caso do Iraque, tudo bem. Se sabia h� muito que Saddam era um tirano, al�m de dizimar sua pr�pria popula��o h� mais de vinte anos, financiava ou dava ajuda log�stica a muitos dos movimentos terroristas na regi�o (Al-Qaeda, Hezbollah).
O argumento americano n�o foi por causa disso. Foi por causa das tais "armas de destrui��o em massa" que poderiam estar sob seu poder. Estas armas ainda n�o foram encontradas no Iraque.
Os EUA poderiam argumentar somente que Saddam era um tirano que financiava o terrorismo. Pronto. Isto j� era motivo de sobra para uma interven��o. Do ponto de vista moral, qualquer ditador � um genocida /terrorista em potencial.
Mas n�o. Se escolheu um argumento de dif�cil demonstra��o.
Apesar da grande vit�ria americana (que foi espetacular: ver a est�tua de Saddam caindo, a popula��o festejando e o choro e ranger de dentes nas reda��es foi algo inesquec�vel. Bem como a edi��o do Jornal da Globo naquele dia 09/04....) a escolha do argumento certo deve ser muito bem pensado daqui por diante, em que se coloca a quest�o de o que os EUA ir�o fazer.
No Iraque ainda n�o temos a demonstra��o clara do argumento que a iniciou.

O problema colocado � que com a ONU completamente sem moral para fazer o seu papel de aconselhamento e consenso mundial, s� nos resta confiar na infabilidade americana.
Como naquele filme do Spielberg (Minority Report) onde os "culpados" eram presos antes de os crimes serem cometidos. Mas, como poderia haver crime se ele n�o foi cometido?
Se com Saddam, que tinha a lista de crimes mais conhecida do planeta, foi escolhido um "crime" que ainda n�o se provou...
Esta � a quest�o: como levar a cabo uma estrat�gia de ataque preventivo sem riscos de cometer um crime maior do que aquele que se quer evitar?
Por outro lado se o trabalho come�ar pelos tiranos conhecidos (Cuba, Coreia, Ir�, China, etc..) esta quest�o s� voltar� a preocupar daqui h� uns 10 anos ...


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