segunda-feira, março 29, 2010

Brasil X Portugal

Toda a vez que ouço histórias de brasileiros que não se adaptam em Portugal e desejam voltar, o motivo maior é a alegada "antipatia" dos portugueses, comparada com o "calor" e a simpatia dos brasileiros.

Talvez eu esteja sendo um pouco crítico mas sempre achei o excessos efusivos do nosso povo não uma característica inerente, mas uma espécie de fuga a qualquer coisa se cheire um pouco a instrospecção.

A introspecção em si mesma não é boa ou ruim mas é o caminho obrigatório a todos que desejem chegar a um melhor autoconhecimento. E no Brasil de hoje, onde tudo é féerico, isso é heresia. Em resumo, a simpatia e amistosidade dos brasileiros, representam muito mais um traço de primitivismo tribal do que realmente algo genuíno. Observei este mesmo comportamento nos meus amigos indianos, por exemplo. Acho que tem a mesma raiz.

Devo novamente esclarecer um ponto. Não estou dizendo que estar de bom-humor não seja algo bom. Mas o seu bom-humor independe de outros. No meu caso é assim. E tenho especial prazer em ser mais eufórico nas minhas demonstrações de bom humor quando encontro alguém emburrado pela frente.
Mas a média dos brasileiros não. Se alguém faz cara feia de manhã na padaria, pronto. Levam esta mágoa para todo o resto do dia.

Desculpem a falta de solidariedade para com meus conterrâneos, mas vamos colocar as coisas às claras: tu deves procurar um ombro amigo, cumplicidade, palavras de apoio e compreensão no rol de teus verdadeiros amigos ou na tua família; Não do garçon (empregado de mesa) da padaria ou da balconista da loja de sapatos mais próxima. O que os brasileiros devem aprender é a deixar de viver em tribos - que são espécies de famílias aumentadas - para passar a viver em reais civilizações.

Reconheço, por outro lado, que na maior parte das vezes os portugueses são mesmo turrões e mal-humorados. Mas ao ver manchetes como esta, logo caio na real.




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Um comentário:

Roberto disse...

Gostei da parte onde tu dizes que '... os brasileiros devem aprender é a deixar de viver em tribos'. Somos mesmos uma imensa boiada, sobre a qual pouquíssimos boiadeiros tem habilidade, e são suficientes, para comandá-la.
Os programas de Tv transmitidos pelas redes nacionais estão cheios de alegações de que 'o Brasil é todo igual', pois, sedentos do poder, quem assim divulga esta idéia sabe que é mais fácil controlar uma boiada do que dominar um boi avulso, cheio de reações imprevisíveis.