Reiniciando o blogue
Ah, é difícil recomeçar...
Durante os dois últimos meses tive dois tipos de dificuldades em manter o blogue na activa (“ativa”, em bom português BR.. Está cada vez mais difícil não ser influenciado pelo português local, pá!) : A primeira foi de que estive atolado em trabalho nos meses de junho e julho; A outra é que em agosto estive de férias.
Portanto nos três últimos meses a actualização / atualização foi ao passo de tartaruga.
Mas existe um terceiro motivo não declarado: não estava com muita vontade de escrever textos mais extensos.. Portanto, os posts – quando haviam – eram telegráficos, apenas comentários sobre notícias a mim enviadas.
E por quê não estava com vontade de escrever textos mais longos? Por que textos longos tendem a ser mais profundos e mais auto-biográficos por natureza: é como tu mesmo tirar uma foto de si mesmo e entregar a outrem. Não queria passar uma foto sem que eu preparasse-me para ela. Outra coisa é que demandam que sua carga de conhecimentos seja aumentada. Sim, eu sei que tenho alguns leitores que gostam do que escrevo por aqui, mas eu não quero ser como os Rolling Stones do universo blogue, fazendo (escrevendo) sempre as mesmas coisas, como vejo acontecer amiúde na blogosfera brasileira. Além do mais, na minha idade, seria uma temeridade tentar cantar pela enésima vez “I Can't Get No Satisfaction”: iria esquecer a letra em meio ao show...
Falando em blogosfera, analisando as diferenças entre o Brasil e Portugal neste quesito, tenho de admitir que nossos irmãos lusitanos estão à frente... Há muitos blogues pessoais e coletivos que são liberais e conservadores, até. Não sei se há mais blogues de “direita” ou “ esquerda” por aqui pois teria de analisar as duas partes e, definitivamente, a parte esquerdista não me interessa. Uma coisa a notar é que, no ano passado, numa eleição patrocinada por uma rede de televisão para o título de “Maior Português de Sempre” foi escolhido Salazar. Disparado. Mesmo com as tvs tentando induzir o voto em outros candidatos mais politicamente corretos, não houve como suplantá-lo. Voltando ao meio liberal português, há muito mais autores liberais escrevendo nos jornais aqui (para citar dois: José Manuel Moreira e João César das Neves, ambos economistas, liberais e católicos). O Brasil ganharia no quesito de ativismo /“activismo” cibernético: não há nada parecido por cá ao Mídia Sem Máscara e ao Farol da Democracia Participativa (aos quais tenho a honra de participar).
Bueno, desvie-me do assunto, pois não? Mas vá lá. Este era um tipo de prosa que eu gostava quando cometia os meus primeiros posts.. Começava-se de um jeito e terminava-se sabe-lá-como. Um texto cheio de reticências e “ quebradas”.
Mas o que quero dizer é que, bem, mesmo apreciando muito do que já escrevi por aqui, acho que temos que navegar. “Nadar” é preciso. Não agüento ficar dar voltas no mesmo lugar. Não quero escrever sempre o mesmo post, apenas alterando os adjetivos, só para atualizar o blogue de qualquer maneira e enviar o último artigo para a listinha de “ trocentas” mil pessoas mais as 150 comunidades do orkut. Só quem vende mais do mesmo é padaria. E acho que sou um péssimo padeiro..
Minha vida mudou por completo nos últimos dois anos. E é natural que a minha forma de escrever também.
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E o que vai mudar no blogue? Essencialmente nada. Pois ninguém também muda assim de uma hora para outra. O que posso afirmar é que não sinto-me mais em condições de opinar sobre micro-movimentos do Brasil tais como o caso dos grampos, dossiê não sei das quantas da Dilma, nada disso. Daqui, à distância, só consigo distinguir o imenso perfil do Titanic brasileiro adernando por completo em profundas águas. A orquestra continua a tocar a mesma música, desde FHC, só que com a água pelos joelhos.
Com relação à Portugal, peço que perdoem-me mas vou deter-me em assuntos portugueses um “ bocadinho” mais, principalmente no que vejo como similaridades com o processo decadente brasileiro. Sim, aqui também há um processo de decadência cultural, decorrência de tudo aquilo que quem conhece a obra de Olavo de Carvalho, Jacques Barzum, Eric Voegelin, Ortega y Gasset , Xavier Zubiri ou mesmo de René Guenon sabe bem.
Pois saibam que este processo é mundial. A diferença é a velocidade com que cada país entra no processo entrópico. Mesmo os Estados Unidos estão sofrendo com isso, esta decadência.
Quem imaginaria, há alguns anos, que um candidato como Obama - não estou referindo-me à cor da pele, que acho um detalhe totalmente supérfluo numa eleição para presidente -, um senador “ júnior” sem maior experiência executiva ou legislativa, além do vago “organizador comunitário” (acreditem: em Portugal, “community organizer” foi traduzido como “ animador social” na “ autobiogra-fria” do dito – aliás autobiogra-fria parece ser o maior feito de Obama até aqui - ahahah) , com óbvias ligações com ditos “ ex” terroristas (Alex Ayers), um candidato preferido de todos os inimigos declarados dos Estados Unidos, à Leste e Oeste, pudesse chegar onde chegou tendo atropelado Hillary Clinton pelo caminho?
Bastaram a união explosiva de alguns fatores: um candidato com extrema vaidade e o dom da oratória oca, o deliberado ocultamento das próprias origens deste candidato bem como a sua transmutação em “novo” Martin Luther King. Como ele não pode ter feito este serviço nele mesmo (pois acho que não teria inteligência para tanto) acredito que Obama seja o primeiro candidato de laboratório dos Estados Unidos. “Manchurian Candidate”? Nos filmes, um candidato assim só pode ser obra dos capitalistas malvados enquanto na realidade, os devotos no “novo” Machiavel estão encastelados em ONGs , na ONU e outras entidades menos votadas. É claro que faltou o elemento principal.
Mas, afinal, nada disso teria funcionado se não houvesse um outro aspecto neste fenômeno: Uma multidão de idiotas úteis prontos para serem usados como fiéis seguidores, especialmente produzida para tal efeito, conforme descrito por Charlotte Thomson Iserbyt em “The Deliberate Dumbing Down of America”.
Por isso tudo é que Obama é o Lula americano. Lula da Silva foi eleito graças a este mesmo processo de idiotização contínuo da população brasileira. A ocultação das ligações perigosas de Obama nos Estados Unidos é igual ao que aconteceu com Lula, PT e o seu envolvimento no Foro de São Paulo com terroristas das FARC, FLMN, MIR e outros. A mesma coisa.
Espero que nos Estados Unidos, o desfecho seja outro. Não estava muito esperançoso disso, até que surgiu Sara Palin... Mas bem, isso já é outro assunto.
Até mais!
2 comentários:
Bem vindo de volta!
Ainda bem que voltastes!
Conserve a essência e mude o acidental. Assim é melhor.
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