Saiu na coluna do jornalista Políbio Braga (Porto Alegre-RS-Brasil):
Este resultado ao meu ver tem duas causas fundamentais:
a) A pasmaceira imobilizante e auto culpante do politicamente correto esquerdista que prega que todos os crimes tem causa econômica ("a pobreza", como se quanto mais pobre o país, maior a violência) e que a vítima são os bandidos enquanto que a sociedade é que é a "culpada".
b) As ações equivocadas baseadas na primeira premissa, como a substituição do antigo secretário de segurança - alguém que tinha sucesso por combater aos criminosos - por mais um representante do politicamente correto, para os quais não há nada a fazer enquanto as condições econômicas (ou melhor a "revolução") não acontecer.
O comparativo com NY é notável, pois lá - com o prefeito Giuliani - o combate ao crime, mesmo aos menores crimes, virou norma. Bem como uma ação prioritária nos bairros mais pobres.
No Brasil, os casos de sucesso no exterior são arrogantemente ignorados. Deve haver uma inteligência maior nisso. Eu é que não entendo.
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Assassinatos em 2007: Porto Alegre – 500 / Nova Iorque - 500.
No ano passado foram assassinadas 430 pessoas em Porto Alegre contra 494 em Nova Iorque. Porto Alegre tem 1,3 milhão de habitantes e Nova Iorque tem 8,4 milhões de habitantes. Ao comparar os números de Porto Alegre e de Nova Iorque no ano passado, alguns jornais gaúchos avisaram que proporcionalmente à população, mata-se mais na Capital do RS do que na Capital do mundo. Não é verdade.
. Aqui se mata mais em números proporcionais e igual em números absolutos.
. E ainda vem o secretário da Segurança Pública do RS à imprensa para se atribuir nota 7 pelo desempenho que teve no ano passado, o ano em que mais gente foi assassinada em Porto Alegre (500) e no Estado (1.551).
. Nota zero para essa área já seria muito.
. No momento em que o leitor estiver pensando no que lê, alguém estará sendo morto no RS, porque é assassinado um gaúcho a cada seis horas no Estado, chova ou faça sol, sábado, domingo e feriado, 365 dias por ano.
. E não é só de morte violenta que sofrem os gaúchos diariamente, sobretudo os portoalegrenses, porque a população está confinada em casa e nos escritórios, protegida (os que podem) por sistemas de alarme, guaritas, cercas eletrificadas, câmeras, refletores presenciais, vigilantes, cães ferozes e guaritas (o editor desta página usa todo o sistema e mesmo assim foi assaltado nesta sexta-feira pela quinta vez em 16 meses).
. O especialista Gustavo Caleffi, da Squadra, avisa que não há um só lugar seguro em Porto Alegre.
. A questão nem é de dinheiro, porque conforme provam no seu livro "Contra a Corrente", os economistas gaúchos Tadeu Viapiana e Júlio Brunet demonstram que
durante os últimos 36 anos, os seis governadores que passaram pelo Piratini investiram a média de 2,5% ao ano dos 0,8% médios do PIB anual na infraestrutura da segurança pública do Estado, enquanto que o governo Brito elevou a fatia para 5%. Foi o dobro.
Um comentário:
Em setembro tive o prazer de passar 3 dias em Nova York. Me hospedei no Harlem, supostamente um bairro barra-pesada. Foi super tranqüilo. Não ouvi em nenhum momento sirenes de polícia (a exceção foram os bombeiros). Mas vi muito policiamento, inclusive no Harlem. Os policiais, apesar de extremamente sérios, sempre as disposição para ajudar (eu pedia informações a eles). Não penso que sentiria o mesmo em Porto Alegre.
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