quinta-feira, junho 15, 2006

Olivio Dutra é uma farsa! (ou a versão gaudéria de "Zelig")




Sempre acreditei que a versão "guasca" de alguém da esquerda revolucionária (PT) como o Olívio Dutra era acima de tudo um truque eleitoreiro (como muitos outros da mesma cartola) .
Observem as fotos acima. À esquerda o Olívio do início da carreira. Um sindicalista sem traço algum de "gauchísmo". Apenas mais um da mesma estirpe do chefe. Sindicalistas sempre tiveram a mesma cara, de Lula a Lech Walesa (e o mesmo bigode).

Mais uma pista: Em 1981 deu entrevista ao jornal "Tchê" esclarecendo detalhes sobre sua iniciação sexual - com um padre (pedófilo?) no interior do RS. Tal entrevista apavorou o partido, então em rota inicial, que correu para apreender toda a edição. Tal fato é comentado pelo ex-petista José Fortunati em seu livro "O Fascíno da Estrela".

Então vem essa entrevista do cientista político Paulo Moura no site do Políbio Braga revela algo mais profundo e doentio: uma farsa montada para ser encenada durante toda uma vida! Olívio Dutra é a versão real de "Zelig" (aquele filme do Woody Allen em que o personagem homônimo conseguia mimetizar toda pessoa que se aproximasse dele).


Aqui vai a matéria:
"Entrevista com Paulo Moura, cientista político. 04.06.06

Olívio casou a esquerda com os bombachudos.
Olívio usa mesmo o gauchismo no seu marketing pessoal, político partidário ? Sim. Olívio Dutra é um personagem construído. Ele construiu esse personagem misturando elementos da sua personalidade e traços estudados dos velhos caudilhos e líderes populistas gaúchos do passado. É um ótimo ator. Se não fosse político profissional teria sucesso como ator profissional.

Dos políticos contemporâneos gaúchos, é o que mais utiliza?
No RS o PT é o partido que utiliza a tecnologia do marketing político com mais competência. É um mau produto, mas se vende muito bem. Mas desconfio que a maioria não vai querer comprar nessa eleição. O problema é que os adversários são muito incompetentes, na política regional e na nacional também.

De que forma isto se expressa: apenas pela linguagem ? Que tipo de linguagem ?

Na linguagem, nos gestos e no comportamento do personagem. O curioso é que a esquerda sempre foi contra o tradicionalismo gaúcho, acusando-o de reacionário.

Isto não parece arcaico ?
Não. Isso é pós-moderno. Um casamento heterodoxo entre a esquerda e os bombachudos é de fazer Marx revirar na tumba. No fundo a esquerda é conservadora, não gosta das novidades do mundo globalizado. Assim como nós gaúchos, ou pelo menos uma parte de nós, somos avêssos à mudanças e não gostamos do que vem de fora. Estudei a identidade cultural do gaúcho ao logo da história política e econômica do estado e descobri coisas interessantes sobre como o gaúcho se vê. Está no livro.

Até que ponto isto influencia a decisão dos eleitores ?
Acho que Olívio virou prisioneiro da imagem que construiu. No contexto da eleição de 98 esse truque serviu para enfrentar o Britto. Mas agora é Lula e o real sobrevalorizado que ameaçam a economia gaúcha. Desconfio que, em 2006, o bolchevismo gaudério não terá o mesmo sex appeal de 98.

* Paulo Moura vai lançar dia 9, 19h, na Livraria do Arvoredo, defronte ao Sheraton, em Porto Alegre, seu novo livro “O gauchismo no marketing de Olivio Dutra”, com direito a debate entre o publicitário Fábio Bernardes e a professora Neusa Gomes.

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