E muitos acham que o PSDB é a "oposição" ao Lula....
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Mercadante e triunvirato tucano firmam acordo político e de negócios, em Nova York, para o quase certo segundo mandato de Lula
Exclusivo - No dia 18 de maio, em Nova York, depois de um prato de talharim e um cafezinho, os tucanos digeriram um acordo político-econômico de não-agressão entre o PSDB e o PT, caso se confirme a vitória reeleitoral do presidente Lula - conforme indicam todas as pesquisas da situação e da oposição. Por trás do pacto informal, firmado entre FHC e o senador Aloízio Mercadante, o próximo governo petista se comprometeria a não alterar as atuais bases econômicas que interessam ao sistema financeiro internacional – e ao nacional. Dirigentes do Banco Itaú teriam presenciado o encontro secreto entre o tucano e o petista na "Big Apple" - a mais cosmopolita cidade do planeta.
A contrapartida ao natural apoio tucano na economia viria com o apoio do governo federal a um mega-projeto de concessões e parcerias público-privadas em rodovias, que movimentaria R$ 30 bilhões. Tal negócio foi montado pelo publicitário Paulo Henrique Cardoso, filho de FHC, que fechou uma parceria com um poderoso grupo de empreiteiros canadenses. Em troca das "privatizações" nas estradas, os tucanos apoiariam a reforma da previdência que será tocada por Luiz Gushiken, e que vem sendo elaborada desde o primeiro governo FHC. Em 2002, a empresa do petista (na época, Gushiken Associados, e, agora, sem o japonês de Lula na sociedade, se chama Global Previ) elaborou, para o Ministério da Previdência de FHC, o livro "Regime Próprio de Previdência dos Servidores: Como Implementar? Uma Visão Prática e Teórica".
Tal pacto político-empresarial de intenções foi formulado entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Aloízio Mercadante, nos Estados Unidos. O tratado político informal foi sacramentado pelo senador Tasso Jereissati e pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves. O presidente Lula ainda não se definiu sobre tal acordo amarrado por Mercadante. Faltava ouvir seus gurus José Dirceu, Luiz Guishiken e Luiz Dulci. Mas Lula enxerga que a paz com os tucanos lhe garantiria a nada fácil sobrevivência política durante um segundo mandato que ele já conta como certo.
O triunvirato tucano e o senador petista (que concorre, para perder, ao governo de São Paulo) estiveram em Nova York, no dia 18, para participar da homenagem da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos ao presidente da Vale do Rio Doce, Roger Agneli. O acordo de negócios políticos foi sacramentado no luxuosíssimo Hotel Waldorf Astoria, onde ocorreu a mega-festa. O candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra - que também estava nos Estados Unidos (só que em tratamento médico) - não participou dessa negociação com Mercadante, seu adversário na corrida ao Palácio dos Bandeirantes. No entanto, certamente, Serra tomou conhecimento de tudo. O mesmo aconteceu com o ex-ministro da Educação de FHC, Paulo Renato, outro que estava em Nova York.
Versões para estar em na Big Apple
Todos os envolvidos na estória têm explicações oficiais para sua estada em Nova York.
FHC e Tasso estavam lá para a homenagem a Agneli, da Vale.
O governador mineiro estava lá para assinar contratos para empréstimos de US$ 330 milhões junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco Mundial.
O senador Mercadante porque participou de em evento do Banco Itaú, ao qual esteve presente também FHC - ambos podem ser vistos em uma foto oficial na qual aparecem ao lado de Roberto Nishikawa, Alfredo Setúbal, Olavo Setúbal, Roberto Setúbal, Alexandre Tombini e Candido Bracher.
Abandono de Alckmin, segundo o PFL
Um relatório reservado que circula entre os caciques do PFL dá como favas contadas o abandono da candidatura de Geraldo Alckmin pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.
A revelação da reunião secreta entre Mercadante e FHC, nos Estados Unidos, foi a constatação final de que Alckmin tem tudo para perder.
Daí vêm as insistentes críticas do bem-informado Imperador do Rio, avae Ceasar Maia, à condução da campanha de Alckmin – sobre a qual o Partido da Frente Liberal não vinha sendo ouvida para nada, antes da criação do ainda Conselho Político de efeito duvidoso.
Reação ventrilocal?
Agora dá para entender a reação virulenta do deputado federal Alberto Goldman (PSDB-SP), ligadíssimo a José Serra, contra o triunvirato FHC, Aécio e Tasso.
Via Internet, em seu site pessoal, o parlamentar tucano fez "um desabafo para quem, como eu, ficou esta semana em São Paulo e Brasília".
Para o público externo, Goldman criticou os três, principalmente FHC, por terem feito "discursos inconvenientes em Nova York" – principalmente criticando a posição do governador Cláudio Lembo na crise de insegurança (politicamente armada por criminosos) que apavorou e parou sobre São Paulo.
Mas, tudo indica, que para o público interno tucano, Goldman estava dando um recado de que sabia de mais coisas... E, quem sabe, não foi uma espécie de porta-voz ou "elegante boneco de ventríloco do amigo José Serra – que não participou das negociações empresariais e políticas nos EUA.
Nada de desistências
O acordo entre FHC e Aloízio Mercadante não envolve qualquer desistência de candidatura ao governo de São Paulo – como os mais ingênuos, politicamente, poderiam supor.
Mercadante sabe que vem candidato ao governo estadual, sem chances de vitória.
O coordenador informal dos investimentos do PT junto aos grandes bancos internacionais, na verdade, não tinha outra alternativa a não ser tirar Marta Suplicy da disputa ao Palácio dos Bandeirantes, mesmo sabendo que não teria chances contra o favorito tucano José Serra.
Mercadante queria mesmo continuar no senado ou ter um cargo formal na área econômica: o ministério da Fazenda.
No próximo governo Lula, finalmente, como "compensação" por sua provável derrota, deve assumir o tão sonhado ministério.
O que fazer, Geraldo?
Publicamente, os tucanos não vão admitir as dificuldades de campanha. Mas Alckmin percebe os problemas na pele de candidato desconhecido do eleitorado do norte-nordeste.
Os senadores Jorge Bornhausen e Tasso Jereissati já decidiram que o PSDB e o PFL não vão abrir seus cofres, totalmente, para investir na campanha de Geraldo – que ressente da falta de recursos financeiros.
Atritos na campanha tucana podem acontecer a qualquer momento, sobretudo pela difícil relação com a cúpula do PFL (ACM, Bornhausen e Cesar Maia) que sabe que o tucano está no fogo sem chances de vitória.
Ironia do ex-presidente?
Em Nova York, FHC teria dito à imprensa:
"Geraldo e todos nós temos o mesmo problema: o que fazer com o Brasil".
O subconsciente do sociólogo FHC deve ter funcionado bem, Ou, então, FHC sabe o que fazer, já prevendo a reeleição de Lula. Talvez, quem não saiba, é o Geraldo, a quem só resta uma opção: atacar Lula, chamando seu governo de omisso, mesmo sabendo que suas chances atuais de vitória são difíceis.
Medo de Heloísa Helena?
Analistas de pesquisa que trabalham para o PSDB e PFL fazem as contas para avaliar o potencial de crescimento da candidatura da senadora Heloísa Helena ao Planalto.
Mesmo sem base de apoio partidária, a alagoana radical de esquerda tem tudo para obter o maior percentual de crescimento entre os candidatos menores.
Com o PMDB fora da corrida, e sem candidaturas realmente alternativas ao PT-PSDB, aos olhos do eleitorado, marketeiros acreditam que HH pode crescer muito.
Tem até baiano apostando que HH corre o risco de passar o Geraldo... Que Malvadeza...
Espionado pelos petistas
Informantes do Palácio do Planalto estão literalmente de olho em cada passo de Geraldo Alckmin.
Os "agentes secretos petistas" se fantasiam de "tucano com jeito de povo" para acompanhar cada milímetro das ações, palavras e encontros do candidato tucano.
As informações são passadas, em tempo real, ao marketeiro João Santana.
Junto com o também baiano Duda Mendonça, ele define que resposta imediata o presidente Lula ou algum petista por eles indicado dão ao presidenciável do PSDB, anulando os efeitos de seus discursos e estratégias de agenda eleitoral.
Diferente do PT?
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), afirmou revelou que o candidato tucano Geraldo Alckmin vai lançar seu programa de governo na convenção do PSDB, marcada para o dia 11 de junho, em Belo Horizonte (MG).
Segundo Aécio, Alckmin vai apresentar propostas "muito bem acabadas e um pensamento muito firme em relação ao diferencial do PSDB em relação ao atual governo".
O governador mineiro não adiantou quaisquer dessas propostas e afirmou que serão expostas nos programas de TV e rádio do PSDB dos próximos dias.
Cadê os aliados?
Integrantes do PFL entregaram ontem, durante o ato de formalização da coligação com os tucanos, uma agenda de prioridades de governo de interesse do partido ao candidato da coligação, Geraldo Alckmin.
Compõem a lista a consolidação da independência do Banco Central, a criação do Ministério da Segurança Pública, reforma do Estado brasileiro e uma política externa de afastamento ideológico e estratégico dos governos sul-americanos de Hugo Chávez (Venezuela), Fidel Castro (Cuba) e Evo Morales (Bolívia).
As lideranças pefelistas compareceram em peso à cerimônia, com exceção do prefeito do Rio, César Maia, crítico contumaz da campanha.
A cúpula tucana também estava desfalcada: O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, o ex-prefeito de São Paulo e candidato ao governo do Estado, José Serra, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não compareceram ao evento.
Arraial eleitoral do Lula
O supersticioso presidente Lula já decidiu: vai lançar sua candidatura reeleitoral no dia 24 de junho, em uma super festa de São João, seu santo padroeiro.
Já é tradição na família do presidente comemorar tal data.
Só não se sabe se a festa será a tradicional, dos últimos anos, na Granja do Torto, ou se o presidente partirá para alguma das grandes festas juninas populares do Nordeste.
Lula tem pesquisas, comandadas por Carlos Augusto Montenegro, do Ibope, indicando que sua vitória é garantida em Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Região Norte de Bahia, Alagoas, Amapá e Roraima – todos lugares onde o povão adora um "arraia".
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