quinta-feira, junho 15, 2006

Jornalismo Nacional: Notícias de Araque

Ontem, muitos jornais do país continuaram reportando os desdobramentos da morte do terrorista Al-Zarqawi, da visita surpresa de Bush e da ofensiva contra o terror nos termos de sempre: o uso do adjetivo "suposto" aos borbotões, as aspas como um recurso de "fina" ironia e a junção de notícias completamente fora do contexto.
Leiam um trechinho na ZH de 15/06.

Oriente Médio - Para retomar o controle de Bagdá
"Megaoperação comandada pelo primeiro-ministro iraquiano põe 75 mil homens na rua para conter a violência e destruir redutos terroristas na capital
Bagdá.

Na esperança de conter a crescente violência na cidade, tropas iraquianas e americanas tomaram ontem as ruas de Bagdá em uma megaoperação de segurança lançada pelo primeiro-ministro Nouri al-Maliki - um dia após a visita-surpresa do presidente americano George W. Bush ao Iraque.(..)."


Esta poderia ser considerada uma notícia "de Araque" (falsa). Na realidade este tipo de notícia é uma uma forma de fazer ficção num veículo jornalístico, talvez a forma que um redator com arroubos à la Dan Brown poderia expressar sua criatividade...

Enquanto isso, o "The Jerusalem Post" faz JORNALISMO COM LETRA MAIÚSCULA! - apresentando a percepção do próprio Al-Zarwaqi sobre as alternativas dos terroristas no Iraque face à bem sucedida operação conjunta das forças de segurança dos EUA e do Iraque. Leiam este trecho de um documento de sua autoria encontrado no seu esconderijo:

"A situação e as condições da resistência no Iraque chegaram a um ponto em que necessitamos de uma revisão dos eventos e do trabalho que está sendo feito dentro do Iraque. Tal estudo é necessário de modo a descobrir os melhores meios de se chegar aos objetivos, especialmente agora que as forças da Guarda Nacional têm tido sucesso na formação de um enorme escudo protetor das forças Norte-Americanas e têm reduzido substancialmente as perdas que eram sentidas especialmente pelas forças Norte-Americanas. Some-se à isso o papel desempenhado pelos líder religioso xiita em dar apoio à ocupação , trabalhando para derrotar a resistência dando informações à coalizão sobre os seus elementos.
Como uma vista geral, o tempo tem sido até agora um elemento a nosso favor, afetando negativamente as forças dos países ocupantes em função das perdas em vidas humanas. Contudo, aqui no Iraque, o fator tempo está começando a ser vantajoso para as Forças Americanas e danoso para a resistência pelas seguintes razões:
  1. Permitindo às Forças Americanas de juntar forças com a Guarda Nacional, reforçando-as mutuamente e dando-lhes condições de agir militarmente contra a resistência.
  2. Por implementar ações de prisões em massa, invadindo regiões que impactam nas forças de resistência, e desta forma causando a perda de muitos de seus elementos.
  3. Por implementar uma campanha de mídia contra a resistência, resultando no enfraquecimento de sua influência no interior do país e apresentando suas ações como sendo muito mais perigosas do que favoráveis à população.
  4. Por drenar os recursos financiadores da resistência, baixando a moral do grupo e por confiscar suas armas e munições.
  5. Por criar uma grande divisão entre as fileiras da resistência e tornando arriscadas suas ações perigosas, têm enfraquecido sua influência e o apoio interno aos seus integrantes, resultando então num declínio das ações da resistência.
  6. Por permitir um aumento do número de países e elementos que apoiam a ocupação ou pelo menos fazendo com que eles se tornassem neutros quanto ao tema, contrastando com suas posições anteriores de repúdio à ocupação.
  7. Por tomar vantagem dos erros da resistência, aumentando-os de modo a desinformar o público." - Al Zarqawi

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