domingo, julho 13, 2008

A Felicidade das Nações

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Como bem reportado na última semana por vários veículos de comunicação, saiu uma pesquisa do National Science Foundation sobre o grau de felicidade de uma lista de 98 nações pelo mundo.

Sempre que uma destas listas é publicada muitas e muitas análises são publicadas. Aqui, vai mais uma..

Para resumir o meu ponto, um país é mais ou menos infeliz não somente pela quantidade de dinheiro que sobra no bolso de cada cidadão no final do mês ou se há ou não empregos, mas fundamentalmente pela percepção de que se está (ou não) indo pela direção certa. Quanto maior a percepção da direção certa, maior a “ felicidade”.

Falando do Brasil:

Estamos, obviamente, indo na direção errada. Pelos comentários que leio, o que mais chama a atenção é pelo fato (facto) de que meu país é listado na 30 posição, abaixo de países em posição econômica muito piores como Nigéria, Chipre ou Trinidad e Tobago.

Como no ótimo artigo de Olavo de Carvalho, concordo que este tipo de análise serve, mais uma vez, para firmar uma verdade que é quase blasfema no Brasil: a de que a felicidade não é resultado único e exclusivo de políticas econômicas.

A visão de que a pobreza leva à infelicidade e ao crime não passa de uma cenário de papelão cuidadosamente pintado, tal qual aqueles filmes alemães do século passado (aliás, meus favoritos), como o “Gabinete do Doutor Caligari”. Ou para falar de coisa mais recente, como o monstro digital que aterroriza Nova Iorque em “ Cloverfield” (outro filme que eu gosto): não passam de fakes.

A lista serve então, para desmontar o discurso economicista imperante no Brasil. Pena que um pouco tarde, pois toda a estrutura de poder do país está entregue a duas facções: uma, de militantes esquerdistas empanhados em formar, com seus colegas do Foro de São Paulo, uma nova URSS na América Latina; Outra, de socialistas fabianos que querem transformar a sociedade por meio de leis absurdas e cretinas. Ambos concedem o capitalismo como um mal necessário.

Colômbia:

Nos primeiros lugares da lista estão a Dinamarca, Porto Rico e Colômbia.

Enquanto os dois primeiros são resultados de esquemas culturais e políticos mais ou menos longevos, o terceiro lugar para a Colômbia tem um nome e sobre-nome: Álvaro Uribe. E talvez aí resida o seu calcanhar de Aquiles, pois uma vez que Uribe saia do poder e aconteça à Colômbia o mesmo que abateu-se sobre os seus vizinhos, isto é, ter no poder alguém ligado ao Foro de São Paulo, o “reino da felicidade” colombiana terá os seus dias contados. Nem Shakira, com todo o poder e sedução de seus quadris, poderá tirar a Colômbia do caminho do inferno. Por isso eu considero Álvaro Uribe o único estadista do Hemisfério Ocidental (sorry, GWB).

Portugal:

Aqui em Portugal, esta pesquisa foi muito comentada, com toda a mídia dando conta da “infelicidade” portuguesa. Portugal está na 47a posição, abaixo da Espanha (44) (fato gravíssimo, pela rivalidade local).

Conversando com os portugueses, muitos disseram que esta percepção de infelicidade se dá pela inevitável comparação com o passado. Portugal de hoje nunca será tão grandioso quanto foi no passado e isso faz a toda a diferença. Mesmo a adesão ao Euro em 1992 não tornou a realidade mais feliz, muito pelo contrário: encontro muitos portugueses saudosos dos tempos do escudo, como tudo ficou mais caro com o euro e coisas do gênero.

Deve haver um fundo de verdade em tudo isso, pois analisando-se a situação de outras grandes nações do passado como Egito ou Grécia, vemos o mesmo cenário: a realidade atual não tem condições de reviver seus grandes feitos. Prestando contas à história, ficam à dever.

Outro elemento à adicionar é a própria “alma” portuguesa, que o fado materializou: a tristeza, o fatalismo...

A Região Mais Feliz do Mundo: América do Norte!

Fiz um análise cruzando os dados da pesquisa por país, associando-o à sua respectiva região. Calculei um média por cada região. O resultado foi o de que a América do Norte, formada por apenas três países (EUA, Canadá e México) é a região mais feliz do mundo!

A Europa fica num triste (sic) antepenúltimo lugar, a sinalizar que a direção está errada...