sábado, setembro 30, 2006

Money makes the world go round

O Blog do Reinaldo Azevedo e site de "Veja" acabam de divulgar as imagens do dinheiro (1,7 milhão) apreendido no flagrante da compra do dossiê contra Alckmin-Serra.

Esta é uma imagem-símbolo deste final de campanha, e lembra outra, que sepultou de vez a candidatura de Roseana Sarney em 2002. Lembram? As fotos daquele 1 milhão (?) encontrado nos cofres de empresa do marido de Roseana, Jorge Murad, serviram para por uma pá de cal nas pretensões da candidata.

Pois bem, that is: "Money makes the world go round". Uma frase adequada para a ocasião. O dinheiro move o mundo e poderá fazer o curso desta eleição mudar.

Outra imagem-símbolo: A cadeira de Lula vazia no debate da Globo (quinta , 28) compõe um conjunto que sugere que o presidente, ao invés de enfrentar aos seus adversários de modo limpo, prefere mandar seus subordinados "aloprados" (devem ser mesmo, por obedecerem ao Lula - e serem os primeiros a serem xingados por terem obedecido) comprar algum dossiê no mercado negro contra seus adversários.
Também já se sabe que deve preferir deletar comunidades "anti-Lula" no Orkut e vasculhar contas bancárias de caseiros - como fez com Francenildo.

Bueno, eis a imagem da cadeira vazia. Que a próxima cadeira a ser esvaziada seja a de Presidente da República....





Fora Lula!


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sexta-feira, setembro 29, 2006

Bate-Bola com Mainardi e Reinaldo Azevedo: "Somos golpistas - como o TSE"

A Veja agora (?) disponibiliza  o podcast  do Mainardi!!!
Aqui agora tu podes clicar aí embaixo e ouvir o bate-bola do Mainardi com o Reinaldo Azevedo.
Tem uma hora que o Mainardi dá uma bronca no palavrório do Reinaldo!!

É claro que o assunto não poderia ser outro: eleições!!



Programa da semana - 28/9/2006
Bate-bola com Reinaldo Azevedo
Diogo Mainardi e o blogueiro de VEJA on-line conversam sobre a
possibilidade de segundo turno na eleição presidencial e o
episódio do dossiê Vedoin.
Mainardi: "Eu vou me declarar golpista"
Azevedo: "Eu acho que vai dar segundo turno.
E se não der a gente vai pro tapetão."


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Censura no Orkut

Recebi este aviso de um amigo. A coisa é realmente revoltante.
Abaixo Lula!!

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Subject: Censura no Orkut
To: meus amigos <noreply-orkut@google.com >

Galera, desculpe estar invadindo o Orkut de vocês com um protesto pessoal. Mas a questão é que considero o que aconteceu algo muito grave.

O Orkut, este espaço que em tese era pra ser democrático e livre, foi censurado!!!!

A comunidade "Fora Lula 2006", que contava com mais de 170 mil pessoas foi simplesmente excluída! Não se trata aqui de concordar ou não com o foco da comunidade, mas sim de protestar veementemente contra a censura e a agressão contra a Liberdade de Expressão.

"Posso discordares de tudo o que dizes, mas defenderei até o limite o direito de que possa dizê-lo".

O que vem ocorrendo no Brasil é muito preocupante. Lula está certo. Tem gente que não faz a menor idéia do que é viver em uma democracia e esta gente, para desgraça do povo brasileiro, está hoje toda encastelada em seu governo (ele não sabe, não viu e foi traído, mas não podemos aceitar que isto continue acontecendo).

Peço a todos os que ainda acreditam nos valores democráticos, na liberdade de expressão e não quer ver Estepaiz (como o Apedeuta Barbudo costuma dizer) virar uma extensão da Venezuela de Chávez (onde a liberdade de expressão é cada vez mais sufocada), ou ainda uma cópia ampliada da tragicômica Bolívia do falso índio (I)Morales, favor repassar este e-mail. Nunca vivemos um momento tão grave...

É hora de reagir!!!!


* * *



"A Verdade Sufocada" : 2ª edição revista e ampliada

Recebi este e-mail do autor de "A Verdade Sufocada" - o livro que revela a verdade dos "porões da ditadura" , dos "anos de chumbo" (como seus detratores não cansam de adjetivar, mas que estranhamente preferem não mexer no "vespeiro". Aqui está a mensagem de Carlos Brilhante Ustra.

Este site tem o orgulho de ser um dos divulgadores desta obra obrigatória.
 
 
 
 

 "Atenção 2ª edição revista e ampliada

 

Nós vencemos apesar do boicote da mídia, de editoras e da maioria das livrarias. Ao que parece, o livro incomodou. O silêncio da imprensa foi revelador. Temos enfrentado diversas dificuldades. Até ameaças de morte pela internet, em nossos endereços  e em alguns sites, têm sido postadas contra mim e minha família.

Mesmo assim, a primeira edição de 6000 exemplares esgotou-se em quatro meses e chegamos, segundo o Jornal do Brasil, ao terceiro lugar entre os livros mais vendidos no Brasil.

A partir de hoje já estamos com a 2ª edição Revista e Ampliada – mais 60 páginas – a disposição do leitor.

Carlos Alberto Brilhante Ustra"


quinta-feira, setembro 28, 2006

A Verdadeira “Carta Aberta ao Povo Brasileiro”

Reenviando. O texto é a cara deste dia...

A Verdadeira "Carta Aberta ao Povo Brasileiro"

Prezados Leitores:

Em primeiro lugar, gostaria de pedir desculpas pela minha intromissão na sua alegre navegação pela internet.

Sei que os brasileiros são vorazes usuários da internet: orkut, msn, google e seus blogs pessoais – como o meu próprio. Horas e mais horas de navegação...

Mas a maior parte está em busca de diversão e amigos num contexto que , encontrar sites como este , poderia incomodar o prazer da grande maioria dos internautas com propensões "progressistas" ou socialistas - fato corroborado pelo tom invariavelmente irado dos comentários aos meus textos.

Também gosto destas coisas, mas esta mensagem tem um objetivo diferente: Conversar um pouco sobre o que está acontecendo neste país.

Na semana que passou tivemos uma mostra clara de que eventos que imaginávamos mais apropriados a um Iraque em guerra poderiam acontecer – e aconteceram – na maior cidade da América Latina.

Esta mesma cidade que, pelo sua pujança, serviu de esperança para milhões de pessoas que, deixando sua terra natal, pretendiam melhorar de vida...

Hoje São Paulo é a capital do medo no Brasil. O que foi feito deste país???

A cada dia fica mais claro que temos na presidência do país um farsante, que prefere ajudar aos seus amigos terroristas, ditadores e traficantes do que cumprir o seu dever constitucional de proteger seu próprio povo.

De quem é a culpa?

Atrevo-me a dizer como vocês podem encontrar os culpados por esta situação: Olhem-se no espelho!!!

Sei que o a maioria de vocês não tinha idéia de que tudo poderia terminar assim.. Palavras tão belas como "igualdade", "ética" e "justiça social" pronunciadas com tanto zelo e paixão não poderiam ser ser mentiras, apenas. Inventadas, repetidas à exaustão durante a última década com a clara intenção de enganar ao país.

Mas foram exatamente isso. Um país inteiro foi passado para trás. Tantos ajudaram e continuam ajudando na mentira, na falsificação dos fatos.. Muitos dentro da mídia.

O sentimento de conforto de quem não erra sozinho é a nossa maior tragédia. Todos sabem que erraram. Todos sabem que foram passados para trás de uma maneira tão tola e infantil que não querem lembrar mais disso. Querem deixar para lá. Querem voltar aos seus afazeres domésticos, suas redes de relacionamentos, seu MSN...

Os poucos que ainda pensam o contrário acham que não tem força, afinal o que é um indivíduo contra uma conspiração continental? O que é o indivíduo contra um esquema de mais de quatro bilhões de reais? O que é um indivíduo se até mesmo a polícia negocia com os bandidos?

Uma coisa o governador de São Paulo tem razão: o verdadeiro culpado pelos ataques em seu estado não foram o PCC nem mesmo o Marcola. Foram mesmo culpa da "elite" e da maioria silenciosa. Marcola apenas "puxou o gatilho", enquanto a "maioria silenciosa" levou uma quadrilha de traidores ao poder do maior país da América Latina.

E com que armas esta quadrilha tomou o poder?

Com palavras. Palavras são muito mais influentes do que armas. Palavras, ficam, mesmo quando seu autor já tenha passado.

Mas fiquem certos de que existe algo mais poderoso do que palavras somente: a verdade.

E é isto exatamente que este governo não quer. Não quer que a verdade apareça.

Com a verdade, não somos indivíduos indefesos. Com a verdade, até mesmo o mais humilde dos caseiros pode derrubar um ministro da fazenda!!!

Quantos humildes caseiros temos em nosso país??

Pois eu convido a todos os caseiros humildes, oficiais ou honorários a trazer a verdade à tona.

A verdade tem um encontro marcado com este país.

A data está marcada: Primeiro de outubro de 2006.

Peço a todos que não deixem de comparecer.

Eu espero vocês.

Até lá.

Agora podem voltar ao orkut.

(Baseado livremente no discurso de "V", em rede de televisão local, no filme homônimo).

No governo Lula tudo é falso: até os aplausos...



Até o discurso do Lula na ONU não ficou imune à sua megalomania: os aplausos que aparecem na campanha eleitoral na TV eram para Kofi Anan...


Trecho original do discurso de Lula na ONU http://www.youtube.com/v/B5Yb5BHQaYA

Trecho do discurso de Lula na ONU do programa eleitoral do PT no dia 21 de setembro 2006, ainda com a montagem http://www.youtube.com/v/z7_d-OX6a-g

Trecho do discurso do Lula na ONU utilizado no programa eleitoral de 23 de setembro 2006, após a montagem ter se tornado pública http://www.youtube.com/v/jQ6p0qbjqR8

As palmas utilizadas na montagem do programa eleitoral do PT eram de fato para Kofi Annan http://www.youtube.com/v/XbzWvmTlzc8

 

quarta-feira, setembro 27, 2006

Manchetes produzidas pelo governo Lula: o verdadeiro "mostruário Krauseano"

Recomendo a visita a um site de um amigo que teve uma idéia brilhante: publicar as manchetes de jornais eletrônicos com os "destaques" do governo Lula, que muitas vezes não aparecem nos principais noticiários.
O efeito é bem interessante. Tem algumas manchetes que remetem ao mais típico "Notícias Populares" - aquele jornal famoso por suas manchetes bombásticas e falsas. A diferença é que estas são bem reais.

Temos então uma amostra do que o país se transformou - não que não tivesse o talento para isso, mas marcha indubitavelmente acelerou. Este é verdadeiramente o que se pode chamar de "Mostruário Krauseano" (Karl Kraus foi um intelectual alemão que catalogou a degradação da língua alemã e como isso abriu as portas para o totalitarismo nazista e socialista no entre guerras).

Estamos em pleno "Asilo Arkham"...
Leiam!!

http://retrospectiva-brasil.tripod.com_O_Brasil_que_NAO_aparece_no_Horario_Politico

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terça-feira, setembro 26, 2006

"A Vanguarda do Atraso" - de volta ao futuro?



Ontem fui ao lançamento do livro organizado pelo jornalista Diego Casagrande chamado " A Vanguarda do Atraso". O livro reúne uma dezena de depoimentos de jornalistas que tiveram sua atividade profissional de alguma forma prejudicada durante o governo de Olívio Dutra do PT no RS.
José Barrionuevo, Denis Rosenfield, Políbio Braga, Rogério Mendelski, Gilberto Simões Pires, entre outros, contam os episódios mais escabrosos de tentativa de tolhir a liberdade de opinâo entre os anos de 1999-2002.

O lançamento, faltando alguns dias para uma nova eleição em que escolheremos novos presidente e governador, também teve um clima de protesto e alerta. Olívio Dutra é novamente candidato e não custa lembrar o que foram os quatro anos de seu triste mandato.

O mais importante no entanto é a obra.
Ela é uma espécie de "Mostruário Krausiano " tardio do jornalismo brasileiro.  O original descrevia os sintomas da degeneração da palavra e de seus significados que criaram o ambiente para o florescimento de teorias totalitárias como o nazismo e o comunismo na Alemanha no período entre-guerras. A linguagem como supressor do senso comum tradicional e conversor para um novo e revolucionário "senso comum".
 
Pois bem, aqui no Brasil tivemos nosso próprio "Mostruário" lançado há dez anos com o título de " O imbecil Coletivo". Nele,  Olavo de Carvalho descreve o mesmo processo de degenaração intelectual que fatalmente desembocaria no quadro atual. (O enorme espaço dedicado hoje ao relançamento do "Imbecil Coletivo" - obtendo elogios até dos setores que mais denunciou - prova suas qualidades premonitórias)

Pois então "Vanguarda...", serve para retratar o atual momento pós-"imbecil" que obra homônima preconizava, ou seja, a tomada do poder pelo "imbecil coletivo" e a conseqüente imbecilização do todo o ambiente circundante. O governo Olívio foi a personificação do que o "imbecil" ou "homem massa" ( Ortega Y Gasset) poderia ser capaz.

O lançamento do "Vanguarda" remete-nos não só à lembrança de um período negro na liberdade de imprensa do estado do RS, mas também como um alerta de que este período está acontecendo neste mesmo momento em escala nacional e poderá até voltar - em escala estadual. Ecos do autoritarismo de Dutra estão presentes em doses cada vez mais cavalares no governo Lula, que a cada dia deixa mais à mostra sua verdadeira natureza.

Por outro lado, também é um retrato um pouco melancólico do que "poderia ser" se o que aconteceu por aqui tivesse sido amplificado com mais força ao país inteiro.

José Barrionuevo - na época o principal comentarista político do jornal Zero Hora - comenta:
"Os Delúbios só existiram por que o Rio Grande não teve voz forte para que o Brasil e a imprensa nacional nos ouvissem. Nós cometemos um pecado muito grande. E quando falo nós, digo que deveríamos ter sido mais afirmativos, de diretores a repórteres, de donos de jornais às redações. Todos se omitiram".

Nada mais cristalino. A imprensa gaúcha, que deveria espernear a cada liberdade de expressão tolhida, a cada profissional que perdia seu espaço em função de "crime de opinião", ficou calada e omissa enquanto se ajoaelhava perante o bezerro de ouro do socialismo "guasca" (gaúcho) de Olívio, como se os jornalistas envolvidos nestes episódios tivessem alguma doença incurável.

Vai ver tinham mesmo. Uma doença incurável e intratável : A independência de pensamento.

E contra isto não há campanha de vacinação em massa que o PT e seus companheiros de viagem possam fazer para debelar.

Um bravo lançamento.

KG do B : a Central de Inteligência do PT

Denunciado há anos pelo Olavo de Carvalho, parece que agora sai das sombras - em reportagem extensa - toda a rede de intrigas e  de compra de "dossiês" que ajudaram a criar a marca do "Partido da Ética".

Saiu na Zero Hora.


 

O serviço secreto do PT

HUMBERTO TREZZI

 

Flagrado prestes a comprar um dossiê antitucano, o serviço secreto do Partido dos Trabalhadores desta vez fracassou. Mas, desde 1989, vinha colhendo uma série de sucessos nos bastidores de disputas presidenciais.

A campanha daquele ano viu nascer o setor do partido especializado em atacar adversários e defender correligionários. Ele é chamado por muitos militantes de Abin (referência à agência que sucedeu o Serviço Nacional de Informações do regime militar). Outros preferem o apelido de KGB, numa lembrança ao serviço secreto da extinta União Soviética, matriz ideológica de fundadores do núcleo.

Surgida logo depois da primeira derrota de Lula à Presidência, esta central de boatos e contra-insurgência teve como um dos mentores José Dirceu, o deputado federal paulista que 16 anos depois seria cassado por envolvimento no mensalão.

Dirceu pregava no PT a necessidade de reagir a golpes baixos como o uso, por Fernando Collor, do depoimento da mãe de Lurian, filha de Lula: na TV, ela declarou que à época da gravidez o petista a pressionara a abortar. A bomba, lançada às vésperas da eleição de 1989, ajudara a derrubar as pretensões do petista.

Desde então o PT agiu mais como estilingue do que como vidraça nas disputas presidenciais, sempre com base no núcleo de inteligência.

Um dos primeiros "agentes" da Abin do PT foi Waldomiro Diniz, braço-direito de Dirceu, homem de confiança de Lula. Caixa da campanha de Dirceu a deputado federal, Diniz conviveu com ele em Brasília por 12 anos.

Era Diniz quem carregava dossiês que alimentaram a mídia nas CPIs de PC Farias e dos Anões do Orçamento, além de petardos contra o governo FH, como as denúncias contra o chefe de gabinete do presidente tucano, Eduardo Jorge.

Diniz mudou-se com Dirceu para a Casa Civil quando Lula se elegeu. Conforme petistas confidenciaram a ZH, Diniz era o encarregado na Casa Civil de negociar emendas parlamentares com vistas a resolver problemas de congressistas nas votações de interesse do governo. Ele sairia das sombras para a má fama após ser filmado negociando com um empresário do ramo de jogos propina para subvencionar campanhas políticas. Seria o primeiro grande escândalo no governo Lula.

Com baixas eventuais, a central de denúncias do PT continua ativa. Um dos que confirmaram a Zero Hora a existência do grupo é o sindicalista Wagner Cinchetto, 43 anos. Jornalista, ele atuou por dois anos na Força Sindical (entre 1991 e 1993), de onde saiu atirando petardos contra o então presidente Luiz Antônio de Medeiros.

Cinchetto, que nos últimos anos atuou como "consultor informal" da Central Única dos Trabalhadores (CUT), admitiu ontem, em entrevista por telefone a ZH, ter integrado o grupo que gestou três montagens de dossiês contra adversários de Lula na campanha presidencial de 2002: contra os vices de Anthony Garotinho (PSB) e Ciro Gomes (PPS) e contra José Serra (PSDB).

Outros integrantes, segundo Cinchetto, eram Ricardo Berzoini (presidente do PT, afastado semana passada da coordenação de campanha de Lula) e Oswaldo Bargas (também afastado da cúpula da campanha), amigo de Lula desde os tempos do sindicalismo em São Bernardo do Campo (SP). As reuniões ocorriam num escritório da Rua Haddock Lobo, nos Jardins, em São Paulo.

Cinchetto, atualmente rompido com o PT, ressalva:

- Não que fizéssemos algo ilegal. Nunca entrou dinheiro na nossa história, a meta era tornar público coisas contra os adversários e interceptar denúncias contra nosso pessoal.

( humberto.trezzi@zerohora.com.br )

O dedo deles em escândalos

1992

Missão: derrubar Collor

Agente: José Dirceu

Petistas ilustres ajudaram a municiar a imprensa com dicas sobre corrupção no governo Fernando Collor. Parte dos dossiês originou a CPI de PC Farias, tesoureiro de campanha de Collor. Ele acabou condenado por sonegação de impostos, e Collor sofreu impeachment. Entre os que abasteceram a mídia com denúncias, estava um grupo de assessores ligado ao deputado federal José Dirceu (PT-SP).

1993

Missão: derrubar os Anões do Orçamento

Agente: Waldomiro Diniz

O serviço de inteligência do PT convenceu o ex-diretor do Senado José Carlos Alves dos Santos a dar entrevista mencionando os nomes dos parlamentares que cobravam propina das empreiteiras para apresentar emendas destinando recursos a grandes obras. Como os parlamentares eram quase todos de baixa estatura, a investigação levou o apelido de CPI dos Anões do Orçamento (na foto acima, a leitura do relatório da CPI). Foi sugerida a cassação de 18 deputados. Destes, seis foram condenados e perderam o mandato, entre eles Ibsen Pinheiro, posteriormente inocentado nos processos criminais. O principal assessor do PT a municiar a mídia foi Waldomiro Diniz.

2002

Missão: afastar suspeitas em Santo André

Agentes: José Dirceu e Gilberto Carvalho

O prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), foi seqüestrado, torturado e assassinado. As investigações apontaram para um esquema de cobrança de propina supostamente montado por ele para beneficiar o partido. Petistas que trabalhavam com ele, suspeitos do homicídio, foram grampeados pela Polícia Federal. Sob o comando de José Dirceu e Gilberto Carvalho (ex-secretário do prefeito Celso Daniel e atual chefe de gabinete de Lula), o serviço acionou procuradores para impedir que os conteúdos dos grampos vazassem para a mídia. A Justiça invalidou os grampos.

1998

Missão: examinar o Dossiê Cayman

Agente: José Dirceu

Apesar de estar em disputa com o PSDB, o serviço de inteligência do PT ajudou a desarmar uma bomba contra os tucanos. Alertou o candidato Lula de que eram falsos os papéis do Dossiê Cayman e não deveriam ser usados na campanha daquele ano. O dossiê atestava a existência de uma empresa criada em nome de integrantes do PSDB em paraísos fiscais, para envio ilegal de dinheiro. Entre os donos fictícios da empresa estariam o próprio presidente Fernando Henrique Cardoso e o então ministro da Saúde, José Serra. Perícias mostraram a falsidade dos documentos.

 

2002

Missão: neutralizar Garotinho

Agente: Oswaldo Bargas

A mando de Oswaldo Bargas (que era da campanha de Lula à reeleição, até o estouro do Dossiê Cuiabá), emissários do PT procuraram o candidato a vice-presidente pelo PSB, Paulo Costa Leite, e tentaram convenê-lo a abandonar a chapa encabeçada pelo governador fluminense Anthony Garotinho, ameaça em potencial à candidatura de Lula. Costa Leite renunciou porque, entre as informações que vazaram sobre ele na campanha, estava a de que integrara o Serviço Nacional de Informações (SNI), órgão de espionagem do regime militar.

Missão: neutralizar Ciro

Agente: Wagner Cinchetto

Wagner Cinchetto, um dos integrantes do serviço de inteligência do PT, vazou para a imprensa documentos que apontavam a compra superfaturada de uma fazenda e desvio de dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) por parte de Paulo Pereira da Silva, candidato a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes (PPS). O dossiê ajudou a naufragar a candidatura de Paulinho e Ciro.

Missão: neutralizar José Serra

Agente: Wagner Cinchetto

Wagner Cinchetto e o serviço do PT conseguem, com funcionários do Banco do Brasil, documentos sobre supostas irregularidades num empréstimo feito por um parente de José Serra. A papelada resultou numa ação civil pública do Ministério Público contra o responsável pelo empréstimo, Ricardo Sérgio de Oliveira, também caixa de campanha dos tucanos. A mídia foi avisada. Serra, que já estava atrás nas pesquisas, perdeu a eleição para Lula.

2006

Missão: neutralizar os tucanos

Agentes: Jorge Lorenzetti Oswaldo Bargas

Chefe do serviço de inteligência da campanha de Lula à reeleição, Jorge Lorenzetti foi o principal articulador da negociação do Dossiê Cuiabá, que tinha informação supostamente comprometedoras para candidatos do PSDB à Presidência e ao governo de São Paulo. Bargas, também da cúpula da campanha, ofereceu o dossiê à revista Época, em uma reunião reservada da qual participou Lorenzetti.

 

 

A sombra de Dirceu

 

O ex-governador catarinense Esperidião Amin tinha um apelido para o núcleo de inteligência do PT: PTpol, trocadilho da palavra Interpol e da "polícia do PT". Senador à época da CPI do Orçamento, em 1993, Amin achava "fantástica" a rapidez com que José Dirceu apresentava documentos que só um espião poderia conseguir.

Dirceu tinha como obsessão contra-atacar petardos como o lançado por Collor, em 1989, envolvendo Lurian, a filha de Lula desconhecida dos eleitores.

Quando atuava na guerrilha, escondido do regime militar em Cuba, Dirceu fez na ilha de Fidel curso de informações, contra-informações, estratégia e segurança militar. Acabou se tornando para o PT, em tempos democráticos, o que o general Golbery do Couto e Silva era para a ditadura militar: um ideólogo e conspirador.

A presença de Dirceu permeou o núcleo de inteligência do PT em episódios decisivos nas eleições presidenciais desde 1989. Apenas na compra do Dossiê Cuiabá o dedo de Dirceu não aparece. Mas um dos envolvidos, Hamilton Lacerda (então assessor do candidato a governador de São Paulo Aloizio Mercadante que admitiria ter participado da tentativa de divulgação do dossiê) é homem de confiança de Dirceu desde 1989.

O economista Paulo de Tarso Venceslau, ex-guerrilheiro fundador do PT e expulso do partido em 1997 depois de denunciar que Lula teve contas pagas por um amigo, diz que o esquema de fabricação de dossiês surgiu de uma união entre sindicalistas do ABC e leninistas liderados por José Dirceu. Do grupo para gerar denúncias que facilitassem a chegada ao poder faziam parte Waldomiro Diniz e Silvinho Pereira (ligados a Dirceu) e Jorge Lorenzetti e Oswaldo Bargas (ligados à CUT). O encontro dos grupos, na região do ABC paulista, foi apelidado Clube do .

- Era um aparelho para torpedear as campanhas inimigas e ajudar os amigos. O Sindicato dos Bancários paulistano abriu uma rubrica para auxílio financeiro dos companheiros desempregados e ligados ao grupo. Hoje não precisa mais, o aparelho tomou conta do Estado - opina Venceslau.


 

A influência de uma gravação

Entrevista: Wagner Cinchetto, consultor sindical que integrou o núcleo

Rompido com o PT e a CUT, o consultor sindical Wagner Cinchetto, 43 anos, conta a Zero Hora como agiu no grupo:

Zero Hora - Em 2002, o senhor gravou uma fita que apontava para contas do deputado Luiz Antônio Medeiros no Exterior. Foi a pedido do PT?

Wagner Cinchetto
- Do Oswaldo Bargas e do atual ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Eu tinha trabalhado com o Medeiros e gravei uma fita com provas de conta secreta no Exterior que resultaram num enorme dossiê. O pedido de cassação do Medeiros estava pronto. Mas aí conversaram, e ele concordou que o PL fizesse o vice de Lula. O PT votou contra a cassação.

ZH - O presidente Lula sabia?

Cinchetto
- Olha, o Bargas era homem forte do Lula, a mulher dele era secretária do presidente.

http://www.clicrbs.com.br/jornais/zerohora/

Porto Alegre, 25 de setembro de 2006.        Edição 15007