quarta-feira, julho 27, 2005

O Ser e o Nada

Nada a fazer.
Nada que possa modificar o estado de coisas.
 
O "Nada" absoluto que a situação atual nos impinge é sufocante.
 
E o nada começa a invadir as outras esferas da vida das pessoas.
De telespectadores de telenovelas a espectadores da vida nacional.
 
Vemos a lenta mas fatal transformação do país rumo a uma sociedade mecanizada e programada. Nada mais necessita ser "subliminar". Tudo é exposto pelo avesso e ninguém se incomoda mais com isso.
 
O porre de democracia nos deixa a cada dia mais confortavelmente entorpecidos.
 
Não tenho também nada de novo a dizer. Somente observar e esperar.
"Fumando espero",além de ser um velho tango, pode ser também a receita comtemplativa dos tempos que seguem. Só me falta fumar.
 
Como consequência desta fase terminal-contemplativa da democracia popular brasileira, percebo que também eu não mais atuo como protagonista de minha própria existência mas como um espectador. Atento e preocupado, mas esperando algo ou alguma coisa. Godot, talvez.
 
"Hoping for the best but expecting the worst" dizia uma outra velha música dos oitenta. E é exatamente como me sinto.
 
Aos leitores deste blog, não tenho muito a dizer. Mesmo. Somente reportar e observar.
 
Minha intuição é de que algo grande se aproxima. Não sei bem o que é mas fica cada dia mais claro que o planeta está prestes a uma mudança. A natureza da mudança não é identificável. Nem exatamente o nosso posicionamento.


Acredito que dentro de alguns meses esta questão ficará clara.  Observemos então o que poderá suceder.

 
 
 
 
 

Um comentário:

Verbi Gratia disse...

Luís, também tenho essa sensação de que alguma coisa vem a caminho, a galope talvez. Se é bom ou ruim não sei, mas temo que seja ruim. Pode ser só minha neura diante das cenas e dos cenários que temos visto nesses dias, mas não acredito que as coisas -- no passo que vão -- nos levem a dias melhores. Tomara, sinceramente, que eu esteja errado.

Grande abraço;
MV